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Estado de Minas

Reclama��es contra t�xis crescem este ano em Belo Horizonte

Mesmo com a concorr�ncia do Uber, taxistas ainda s�o alvo de reclama��es de usu�rios, que est�o mais exigentes. Comportamento inadequado e cobran�a abusiva lideram


postado em 18/12/2015 06:00 / atualizado em 18/12/2015 07:48

Entre os itens avaliados no serviço de táxi, recusa de viagem foi o único que apresentou queda: para especialistas, com a concorrência, passageiros estão exigindo mais qualidade (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Entre os itens avaliados no servi�o de t�xi, recusa de viagem foi o �nico que apresentou queda: para especialistas, com a concorr�ncia, passageiros est�o exigindo mais qualidade (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

A entrada em funcionamento do aplicativo de agendamento de transporte particular Uber em Belo Horizonte, em meados do ano passado, parecia ter mudado a atitude de muitos taxistas na pra�a, que, para fazer frente � presta��o de servi�o atenciosa dos parceiros da modalidade eletr�nica, se tornaram mais prestativos. Mas n�o foi bem assim. De acordo com informa��es da Ouvidoria da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) referentes aos bancos de dados da BHTrans sobre as reclama��es de usu�rios contra taxistas, o comportamento inadequado desses condutores cresceu 7,3 pontos percentuais (p.p) dentro dos registros, passando de 52,1% aferidos na m�dia desde 2011, para 59,4% das queixas dos transportados, segundo registros deste ano, at� setembro.

Outras queixas que tiveram destaque e cresceram s�o contra as cobran�as abusivas, que passaram de 5,3% para 7,2% (1,9 p.p), e o aumento de itiner�rio, que saltou de 2,8% para 4,5% (1,7 p.p). Especialistas acreditam que as medidas tomadas por alguns taxistas para melhorar o servi�o prestado ainda n�o superaram o n�vel de exig�ncia que os passageiros adquiriram ao entrar em contato com o Uber. Por outro lado, a recusa de viagem a usu�rios recuou um pouco com rela��o ao ano passado, segundo os dados, de 24,5% para 23,2% (- 1,3 p.p), ainda que tenha crescido 0,1 p.p perante a m�dia desde 2011.

Na �ltima ter�a-feira, a C�mara Municipal aprovou em primeiro turno o Projeto de Lei 1.797, que na pr�tica limita o aplicativo Uber e outros que funcionam atualmente na capital mineira � utiliza��o de m�o de obra de taxistas para poder funcionar. A vota��o foi folgada, com 35 votos a favor da limita��o e apenas um contra, mas na galeria do Plen�rio Amyntas de Barros, a divis�o entre quem apoia o projeto e os que querem que o Uber continue como est� foi grande. O projeto ainda deve ser apreciado por comiss�es que avaliam sua viabilidade e precisa ser aprovado em segundo turno para ser ou n�o sancionado pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB).

Para o doutor em engenharia de transportes e consultor da �rea, Frederico Rodrigues, os n�meros mostram que durante os meses que a popula��o de Belo Horizonte esteve em contato e utilizou o Uber, se tornou mais exigente quanto � qualidade e � presta��o do servi�o. Na quest�o do trato ao cliente, por exemplo, o especialista destaca o treinamento gentil e o poder da avalia��o dos passageiros para inibir arroubos dos motoristas. No caso de outra reclama��o, como o aumento de itiner�rio, no Uber as pessoas se sentiriam menos suscet�veis a serem enganadas, segundo ele. “A entrada do Uber deu uma op��o para os passageiros refletirem e compararem os dois servi�os. No Uber, voc� tem um mapinha do GPS que o motorista mostra e pergunta se voc� quer ir pelo caminho tra�ado ou se tem prefer�ncia por outro itiner�rio. O consumidor se sente mais confiante e isso instigou o usu�rio a ser mais exigente”, afirma.

APERFEI�OAMENTO Para o diretor-presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Aut�nomos de Ve�culos Rodovi�rios, Taxistas e Transportadores Rodovi�rios Aut�nomos de Bens de Minas Gerais (Sincavir), Ricardo Faedda, o Uber n�o influiu na forma de atendimento dos taxistas. “O sistema de t�xis vinha a cada ano se aperfei�oando, n�o s� agora com essa concorr�ncia ilegal dos aplicativos como o Uber. A cada ano e a cada revis�o de regulamento, temos aperfei�oado nossos servi�os para termos retorno financeiro e de satisfa��o dos passageiros”, afirma o diretor-presidente, que cita como exemplo a obriga��o, a partir de janeiro de 2016, de autom�veis sedans m�dios, com ar-condicionado e motoriza��o acima de 1.4 como ve�culos de base da frota de t�xis de BH.

Maria José Dias aprova o serviço de táxi e afirma não ter problemas(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Maria Jos� Dias aprova o servi�o de t�xi e afirma n�o ter problemas (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Quanto ao alto percentual de reclama��es sobre um comportamento inadequado dos motoristas, Faedda afirma que s�o posturas de uma minoria de profissionais, com a qual nem o Sincavir nem a BHTrans compactuam. “O sindicato tem a preocupa��o de estar sempre motivando a trabalhar conforme o regulamento, que tem exig�ncias r�gidas. Quanto a esses t�picos (de reclama��es) � uma parcela pequena que tem comportamento inadequado e uma parcela �nfima que pratica cobran�as abusivas e itiner�rio n�o condizente com o esperado”, disse, lembrando que a cada cinco anos todos os condutores s�o obrigados a passar por cursos de aperfei�oamento.

J� a BHTrans informou, por meio de nota, que todos os taxistas fazem um curso antes de ingressarem no sistema. A carga hor�ria total � de 50 horas e s�o abordados diversos temas. Quanto �s reclama��es, a empresa informa que, dependendo do resultado da apura��o da falta, de sua gravidade e tendo em vista o prontu�rio do taxista, pode-se gerar at� a perda definitiva da autoriza��o de circula��o do taxista. No per�odo de 2012 a 2015, foram instaurados 420 processos administrativos. Desses, 274 foram transitados em julgado, ou seja, encerrados. Os r�us desses �ltimos processos foram absolvidos, suspensos ou tiveram que pagar alguma multa pecuni�ria.

Passageiros divididos

A quest�o do comportamento respeitoso e profissional dos taxistas ante os usu�rios em Belo Horizonte ganhou profus�o com a entrada do Uber, mas ainda divide passageiros nas ruas de BH. H� quem defenda o servi�o prestado e diz nunca ter tido qualquer tipo de problema quando precisou de um t�xi. Para a decoradora e paisagista, Maria Jos� Dias, de 57
Já Cláudia Vieira se diz decepcionada e já pensa em usar o aplicativo(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
J� Cl�udia Vieira se diz decepcionada e j� pensa em usar o aplicativo (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
anos, o atendimento recebido sempre foi bom. “Nunca tive problemas quando usei os t�xis. Os motoristas me levaram onde pedi, com educa��o, e nunca tive a impress�o de que tentassem me enganar cobrando a mais ou passando por percursos diferentes dos que precisei”, disse a decoradora, que geralmente faz viagens entre o Centro da capital e a Savassi. “O t�xi � ainda a melhor op��o para quem pretende ir a muitos destinos no Centro, j� que a dificuldade de estacionar � muito grande na regi�o, o tr�nsito � complicado e os estacionamentos caros”, disse.

J� a enfermeira Cl�udia Vieira, tamb�m de 57, se disse completamente decepcionada com a qualidade dos servi�os dos t�xis na capital. “S� n�o experimentei o Uber ainda, porque n�o sei usar direito esses aplicativos de telefone. Mas, pelo que minhas sobrinhas mais jovens me disseram, vale muito mais a pena. Vou experimentar assim que puder”, disse a enfermeira.

De acordo com ela, os principais problemas que enfrentou s�o com rela��o ao trato recebido e a efici�ncia. “J� tive experi�ncias desagrad�veis com motoristas muito grosseiros, que n�o se preocupam com a nossa seguran�a e nos tratam mal. N�o confio muitas vezes nos motoristas, pois parece que est�o tentando nos enganar ou tirar vantagem”, afirma. Segundo a Ouvidoria da PBH, desde 2011, foram 121 taxistas cassados por procedimentos administrativos, sendo 112 deles s� em 2013.


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