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Estado de Minas

Animais continuam a ser recolhidos em Mariana e Samarco assina acordo com MPMG

Quase 50 dias ap�s desastre, c�es, gatos, cavalos, bois e outros animais ainda s�o resgatados nos povoados devastados e ser�o entregues para ado��o se n�o forem devolvidos para os donos


postado em 23/12/2015 07:00 / atualizado em 23/12/2015 07:40

Dona Tereza reencontrou seu cachorro Leão no abrigo montado pela Samarco, que já recolheu 177 cães perdidos(foto: Tulio Santos/EM/D.A/Press)
Dona Tereza reencontrou seu cachorro Le�o no abrigo montado pela Samarco, que j� recolheu 177 c�es perdidos (foto: Tulio Santos/EM/D.A/Press)
Mariana – Os animais resgatados nos povoados devastados pelo tsunami de lama de rejeitos de min�rio da Samarco e cujos donos n�o forem localizados ser�o encaminhados para doa��es, no primeiro semestre de 2016, em feiras em Belo Horizonte. Passados 48 dias do desastre, 177 c�es, 4 gatos, 38 cavalos, 5 mulas, 11 porcos, 29 patos, 246 galinhas e dezenas de cabe�as de gado est�o sob os cuidados da mineradora em Mariana, na Regi�o Central do estado, a 120 quil�metros da capital. “Faremos o acompanhamento das doa��es que (eventualmente) ocorrerem. Os bichos que n�o tiverem um novo lar ser�o levados para santu�rios. S�o locais em que pessoas tomam conta deles”, explicou a engenheira ambiental Carolina Pheysey, coordenadora da equipe de 37 profissionais contratados pela Samarco para cuidar dos bichos separados de seus donos pela maior cat�strofe socioambiental do Brasil.

Na sexta-feira, a empresa assinou um Termo de Compromisso Preliminar (TCP) com o Grupo Especial de Defesa da Fauna (Gedef) do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) e tem 45 dias para executar plano de localiza��o, resgate e cuidado dos animais dom�sticos atingidos pelo derramamento de rejeitos, nos munic�pios de Mariana e Barra Longa.

Criações de pequeno porte, como gatos, estão em galpão à espera dos donos(foto: Tulio Santos/EM/D.A/Press)
Cria��es de pequeno porte, como gatos, est�o em galp�o � espera dos donos (foto: Tulio Santos/EM/D.A/Press)
Os animais j� recolhidos s�o acompanhados por veterin�rios. Os equinos foram levados para uma �rea da Vale, controladora da Samarco, na �rea rural de Mariana. O gado foi colocado em outros pastos na mesma regi�o. J� as cria��es de pequeno porte est�o num galp�o a aproximadamente 10 quil�metros do Centro da cidade colonial.

Dona Tereza da Silva, de 83 anos, esteve esta semana no galp�o para buscar seus dois c�es, Le�o, de 3 anos, e Lizardinho, de 1. “Tem esse nome porque o ganhei de presente do Lizardo, um amigo”. Ela morava em Paracatu de Baixo, o segundo povoado devastado pela lama da Samarco.

A alegria dos animais ao reencontrar a dona emocionou quem trabalha no galp�o. “Fico satisfeita quando a pessoa busca sua estima��o”, fez quest�o de destacar uma especialista enquanto observava Lizardinho latir e pular diante da idosa. Ele parecia agradecer o carinho que s� dona Tereza lhe proporciona.

J� Le�o jogou as duas patas dianteiras no colo da dona e abanou o rabo por diversas vezes. Ele, conta a propriet�ria, “� ca�ador de tatus”. “Pegava e levava para minha casa. Teve vez que levou at� um lagarto, acredita?”, contou. Mas a lama da Samarco n�o poupou outros animais dela. “Uma �gua e os bois n�o resistiram � enxurrada”, lamentou a mulher.

Muitos donos sabem que os animais est�o sob os cuidados da mineradora, contudo, n�o podem busc�-los por diferentes motivos. H�, por exemplo, quem est� alojado em quartos de hot�is ou pousadas desde quando a barragem do Fund�o estourou. Tamb�m h� aqueles que n�o t�m condi��es financeiras de aliment�-los, pois perderam toda a economia na trag�dia e ainda n�o receberam o aux�lio mensal de um sal�rio-m�nimo (R$ 788) prometido pela empresa.

Cavalos foram levados para área rural pertencente à mineradora Vale em Mariana, onde recebem tratamento veterinário(foto: Tulio Santos/EM/D.A/Press)
Cavalos foram levados para �rea rural pertencente � mineradora Vale em Mariana, onde recebem tratamento veterin�rio (foto: Tulio Santos/EM/D.A/Press)
ESTRAT�GIA � bom frisar que o objetivo dos especialistas � trabalhar para que todos os animais voltem ao conv�vio com os donos, como determina o termo assinado pela Samarco. O grupo fotografou os bichos resgatados e estuda a possibilidade de divulgar as imagens na esperan�a de encontrar os propriet�rios que ainda n�o foram localizados.

O n�mero de animais sob os cuidados da Samarco deve aumentar nos pr�ximos dias, pois ainda h� bichos dom�sticos nos povoados invadidos pela lama. Em Bento Rodrigues, o primeiro lugarejo devastado pelo desastre, h� quatro c�es. Todos ariscos, que fogem para o mato quando os funcion�rios se aproximam. Em Paracatu de Baixo, h� muitas galinhas e outros c�es.

“Vamos continuar o trabalho de resgate at� janeiro. Deixamos ra��es para os bichos que n�o conseguimos retirar dos povoados”, disse Carolina, revelando um caso emocionante: sete c�ozinhos �rf�os s�o alimentados por quatro cadelas que perderam suas crias. (Com Pedro Ferreira)

COMPROMISSO
 

Al�m dos profissionais contratados para cuidar dos bichos separados de seus donos e de uma equipe t�cnica qualificada para realizar a��es de busca, regaste e cuidados dos animais, o termo de compromisso assinado pela Samarco com o MP estabelece que a empresa tem que providenciar equipamentos, maquin�rios, ve�culos e suprimentos destinados a essa opera��o de salvamento. Deve, ainda, apresentar um diagn�stico das �reas atingidas tendo em vista a localiza��o, a identifica��o e a quantifica��o de animais isolados. O MP dever� ainda receber relat�rios mensais de monitoramento da situa��o e das medidas j� cumpridas, entre elas, um plano para o resgate pr�vio dos animais em caso de evacua��o emergencial de outras �reas que possam ser afetadas em eventuais rompimentos de barragens administradas
pela Samarco. O descumprimento das normas estabelecidas no acordo prev� multa di�ria de R$ 10 mil.


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