Enquanto novos estudos n�o s�o realizados em Paracatu (MG) sobre a poss�vel contamina��o da popula��o e do meio ambiente por ars�nio — fruto do processo de extra��o do ouro na regi�o —, um ge�logo da cidade localizada a aproximadamente 200km do Distrito Federal realizou testes que comprovam o risco de morte sofrido por quem mora ao lado da maior mineradora a c�u aberto do pa�s. M�rcio Jos� dos Santos coletou amostras de �gua subterr�nea e superficial do Ribeir�o Santa Rita, pr�ximo �s barragens de rejeito da multinacional canadense Kinross Gold Corporation, para onde s�o encaminhados materiais l�quidos e s�lidos decorrentes do processo de retirada do mineral.
A coleta foi feita entre abril e julho do ano passado, a pedido de produtores rurais da �rea, e enviado para an�lise em Uberl�ndia (MG). Na conclus�o do estudo, o ge�logo constatou, al�m da contamina��o da �gua, altos n�veis de ars�nio em resultados de exames de urina da popula��o ribeirinha. Segundo o relat�rio, foram analisadas amostras de 37 pessoas de um total de 112 residentes da Bacia do Santa Rita. Nenhum dos indiv�duos teria trabalhado na mina Morro do Ouro em condi��es de risco ocupacional.
O ge�logo revelou, em entrevista, que o mais impressionante ao longo do estudo foram os resultados dos exames das crian�as, cujos �ndices de contamina��o foram superiores aos dos adultos. Um dos trechos do documento destaca m�dia de 18 microgramas de ars�nio por grama de creatinina na popula��o infantojuvenil, quando os valores de refer�ncia s�o de 10 microgramas. Esse par�metro est� estabelecido na Portaria nº 2.914/2011, do Minist�rio da Sa�de, que segue o padr�o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), vigente desde 2001.