
O C�digo de Tr�nsito Brasileiro (CTB) completa 18 anos no pr�ximo dia 22 e, ao atingir a mesma idade que permite a uma pessoa tentar conseguir a carteira nacional de habilita��o (CNH), a falta de consci�ncia dos motoristas n�o mudou, segundo mostra levantamento do Estado de Minas sobre as multas registradas no Departamento de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran-MG), em Belo Horizonte, no per�odo de 1998 ao ano passado. Se por um lado a tecnologia dos radares conseguiu flagrar mais pessoas abusando da velocidade, por outro os avan�os trouxeram a facilidade do uso do celular para dentro do carro, tirando a aten��o dos condutores. Outras atitudes que independem de melhorias mec�nicas e eletr�nicas, como o avan�o de sem�foro e o estacionamento em local proibido, continuam a tornar o tr�nsito pior e mais perigoso, ano ap�s ano. Para a BHTrans, a solu��o � investir em educa��o de tr�nsito, mas principalmente ampliar a fiscaliza��o eletr�nica na cidade.
Nas ruas da capital mineira, infra��es de tr�nsito recorrentes nos �ltimos 18 anos continuam a ocorrer sem medo da fiscaliza��o. Com a chegada das festas de fim de ano e do novo ano, �reas de com�rcio intenso, como a Savassi e o Centro, receberam blitze do Batalh�o de Tr�nsito da Pol�cia Militar (BPTran) e fiscaliza��es da Guarda Municipal. Contudo, bem debaixo do nariz dos agentes, a reportagem do EM flagrou v�rias infra��es. Na Avenida Get�lio Vargas, duas a��es de fiscaliza��o ocorriam simultaneamente na esquina com a Avenida Crist�v�o Colombo, na �ltima quarta-feira.
No sentido Pra�a da Savassi, o BPTran tinha uma blitz para motos e, no lado oposto, para o Bairro Santo Ant�nio, a fiscaliza��o era dos guardas municipais. Mas, a apenas 60 metros dos fiscais, no mesmo quarteir�o, um senhor manobrava tranquilamente sua picape Fiat Strada at� posicion�-la sobre a faixa do ponto de �nibus, bem � frente de um Honda Fit, que j� tinha avan�ado sobre a �rea proibida. O estacionamento em local proibido era a principal infra��o de 1998 na capital e perdeu espa�o para a velocidade acima do permitido neste ano, que, na �poca de introdu��o do c�digo nem sequer figurava entre as principais por n�o haver radares.

Por causa da atitude do motorista, que simplesmente deixou o ve�culo estacionado e saiu pelas ruas sem temer o furg�o de guardas municipais e a blitz da PM, v�rias pessoas que estavam no ponto de �nibus perderam sua condu��o. A aposentada Maria do Carmo Silveira da Horta, de 67 anos, n�o chegou a ver o coletivo que espera por causa dos carros estacionados irregularmente. “O (�nibus) 4032 chegou perto e n�o vi. Quando levantei correndo para pegar, j� tinha ido embora, porque o motorista n�o me viu. Tudo por culpa desses carros parados no ponto”, reclamou.
Do outro lado da Avenida Crist�v�o Colombo, ainda na Get�lio Vargas, quem desrespeitava regras de tr�nsito eram taxistas dos dois lados do quarteir�o e a 150 metros da fiscaliza��o. No sentido Santo Ant�nio, tr�s ve�culos estavam estacionados sem embarcar ou desembarcar passageiros em local proibido. J� o avan�o de sem�foro, que � a segunda infra��o mais flagrada atualmente e a terceira h� 18 anos, continua a ocorrer em v�rios pontos. No entorno da Pra�a Raul Soares, no Barro Preto, Regi�o Centro-Sul, s�o oito aparelhos luminosos para regular o tr�fego. Contudo, carros, motos e at� �nibus do sistema de transporte coletivo avan�am os sem�foros sem qualquer constrangimento, for�ando os pedestres a esperar mesmo quando o sinal est� aberto � sua passagem.


H� 18 anos, a oitava infra��o mais cometida por motoristas era trafegar com fones de ouvido. A evolu��o dos tempos trouxe o celular e seus aplicativos de voz e texto aos motoristas e fez com que o uso dos aparelhos ao volante, que tiram a aten��o dos motoristas, figurasse em sexto lugar entre as multas mais assinaladas no ano passado. Para o gerente de

Multa mais cara e chip nos carros
Puni��es mais severas ser�o aplicadas para os motoristas que cometerem a infra��o de estacionar indevidamente nas vagas reservadas para deficientes ou idosos. A multa, que at� 2015 era considerada leve, passar� a ser grave. Em vez de pagar R$ 53,20 e perder tr�s pontos na Carteira Nacional de Habilita��o (CNH), o infrator ter� que desembolsar R$ 127,69 e vai perder 5 pontos.
A Lei 13.146, que estabelece a altera��o no CTB, al�m de alterar a gravidade da infra��o, determina que as vagas de deficientes dever�o ter placas de indica��o do uso e dados sobre a infra��o por estacionamento indevido. Segundo legisla��o, 2% das vagas em vias p�blicas nos munic�pios devem ser destinadas a deficientes e 5% a idosos.
J� o projeto que visa � implanta��o de chip eletr�nico nos ve�culos, cuja data para ser implantado � janeiro, continua indefinido. Segundo o Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran), duas empresas foram homologadas pelo �rg�o para a produ��o dos chips. Outras 30 empresas est�o em processo de reconhecimento. Os equipamentos passar�o dados como ano e modelo do ve�culo e chassi. A aplica��o depender� de cada estado. O Detran-MG afirmou que j� tem projeto para a instala��o dos chips, mas que ainda aguarda posicionamento do Denatran para come�ar a implanta��o. (Jo�o Henrique do Vale)