“A previs�o do tempo � de chuva at� amanh� na capital. Aquilo que est� em perigo vai piorar. A probabilidade de ter escorregamentos na cidade a cada minuto e a cada hora vai aumentando. Precisamos muito que as pessoas fiquem atentas para evitar desastres,” avisa o coronel Alexandre Lucas Alves, coordenador da Comdec. Na madrugada de ontem, entre 0h e 6h, foram registradas 96 ocorr�ncias na capital, sendo 30 deslizamentos de terras.
O auxiliar de cozinha Sandro do Nascimento, de 32 anos, acordou assustado �s 2h e ficou de vig�lia observando o comportamento do barranco na frente de sua casa, na Avenida Bel�m, no Bairro Vera Cruz, Regi�o Leste da capital. �s 4h saiu correndo pelos fundos, carregando os tr�s filhos, pois o barranco cedeu. “Tinha medo que isso pudesse acontecer”, afirmou Sandro, enquanto olhava os destro�os do c�modo destru�do em meio � terra do barranco.
A Regi�o Leste da capital foi a que teve chuva mais intensa, com precipita��o de104,2mm at� as 18h de ontem. Choveu muito tamb�m nas regi�es de Venda Nova (99,2mm) e Pampulha (94,2mm). Os funcion�rios da Defesa Civil interditaram a casa de Sandro e a op��o dele para morar nos pr�ximos dias n�o oferece tanta seguran�a, pois sua fam�lia, que pode abrig�-lo, vive em uma vila constru�da no mesmo terreno em que o barranco cedeu.
Drama parecido vive Ana Cristina Soares Silva, de 38, moradora do Bairro Maria Goretti, na Regi�o Nordeste de BH. O barranco abaixo da casa dela deslizou na madrugada, tamb�m �s 4h, e ela e o filho, Igor Willian Soares, de 18, est�o desalojados, pois a casa foi interditada pela Defesa Civil. Ontem � tarde, um funcion�rio da Ger�ncia de Risco da Regional Nordeste, esteve no local e disse que hoje m�quinas ir�o at� l� para liberar a Rua Expedicion�rio Inoc�ncio Rosa, interditada por causa do barro. “Vou ficar morando no sal�o de beleza da minha prima at� resolverem a situa��o”, explica Ana Cristina.
A maior preocupa��o da Defesa Civil � com a regi�o da Rua Sustenido, no Aglomerado da Serra, onde vivem cerca de 100 fam�lias. A �rea abaixo da Pra�a de Esportes do Cafezal come�ou a ser ocupada em 2013. Laudos de entidades de engenharia afirmam que mais de 100 constru��es foram erguidas em local inadequado, com presen�a de lixo e entulho, e que fatalmente o terreno vai ceder, risco agravado pela chegada do per�odo de chuvas. � o ponto considerado mais cr�tico em toda a cidade, onde h� outras 2 mil constru��es suscet�veis a deslizamentos ou desmoronamentos em caso de chuva forte.