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Estado de Minas

Coment�rio racista de candidata a vaga na UFMG gera pol�mica nas redes sociais

Estudante diz reclama do sistema de cotas foi respondido cotista e gerou repercuss�o


postado em 20/01/2016 15:49

Um post publicado no Facebook por uma candidata a uma vaga no curso de Letras da UFMG � atualmente piv� de grande repercuss�o nas redes sociais.

B.T., que tentou ocupar um dos 260 assentos da gradua��o, n�o foi admitida na Universidade - e, num desabafo, atribuiu o resultado ao sistema de cotas adotado pela Universidade, que, em obedi�ncia � Lei nº 12.711/12, guarda 50% de suas matr�culas a estudantes de escolas p�blicas. Deste montante, um percentual � destinado ainda a candidados autodeclarados pretos, pardos ou ind�genas.

“Para o curso de Letras da UFMG h� 260 vagas, fiquei na posi��o 239, mas n�o vou conseguir entrar por qu�? Por causa dessa m* de cota”, vociferou a jovem.”


A pol�mica tomou ainda mais corpo quando Lorena Cristina de Oliveira Barbosa, de 20 anos aprovada no processo seletivo dentro da modalidade de reserva que considera a etnia e renda dos concorrentes - respondeu a publica��o. “Pode ter certeza de que farei jus � minha 15ª coloca��o nesse curso. Vou ser uma aluna excelente e uma �tima profissional que, futuramente, vai roubar seu emprego tamb�m”, escreveu a mo�a que, mais tarde, fez ainda outro post sobre o assunto.

“Desculpem-me por n�o aceitar nenhum filho de burgu�s apontando o dedo para mim e dizendo que sua n�o aprova��o foi culpa minha. N�o foi. A universidade p�blica deveria atender muito mais pessoas como eu. Teoricamente, ela nasceu para isso. Eu ocupo este lugar agora. E ele ser� t�o meu quanto de voc�s”, extravasou

Antes de tudo, obrigado a todos que me mandaram mensagens de carinho e apoio. Juro que responderei cada um quando...

Publicado por Lorena Morena em Quarta, 20 de janeiro de 2016


Procurada pela reportagem, B.T n�o se manifestou sobre o caso e apagou a publica��o feita nesta manh�. Em outras postagens p�blicas de perfil, entretanto, constam diversas manifesta��es de usu�rios da rede de Zuckerberg. Algumas corroboram a revolta da estudante. A maioria, contudo, � de apoio � Lorena que comemora a vit�ria: “Fiquei muito feliz. Uma chama de esperan�a come�ou a nascer”, diz a belo-horizontina.

DIF�CIL TRAJET�RIA Aprovada com 920 pontos na reda��o, Lorena estava pessimista quanto ao resultado da sele��o. Eu n�o esperava a aprova��o do Enemestava me sentindo perdida”, revela a universit�ria. Postura compreens�vel para quem a ouve falar sobre a hostilidade que o ambiente escolar tantas vezes imp�s a ela.“Na escola, uma professora de matem�tica gritou na minha turma que eu seria  empregada dom�stica para limpar o ch�o das filhas dela”, conta.

Ap�s a conclus�o do Ensino M�dio, chegou a ingressar como bolsista numa escola particular de jornalismo, onde permaneceu por um ano e meio. Desistiu da institui��o e do of�cio - segundo ela por n�o suportar o ambiente racista tanto tanto da academia, quanto do mercado de trabalho.

“Meus professores viviam me mandando mensagens com convites para sair. Nos est�gios, j� fui demitida sob justificativa de ser negra demais para a comunica��o. Me disseram isso abertamente. O meu ex chefe dizia que se eu quisesse ter sucesso, era s� usar a minha sexualidade negra para transar com todos os empres�rios”, diz.

Ap�s quatro meses de cursinho - frequentado ap�s jornada di�ria de 8 horas de trabalho para ajudar a fam�lia como pagamento das mensalidades - tornou-se,oficialmente, aluna da Faculdade de Letras da UFMG. “Trabalhava o dia inteiro e ia direto para o cursinho. Voltava para casa beirando meia-noite e meia. Mas eu sempre fui muito boa com reda��o e uma amiga se disp�s a me ajudar aos finais de semana, E assim eu fazia. Assistia aulas online, estudava de madrugada.”, demonstrando ainda a consterna��o com que recebeu o post da concorrente B.T.

“Eu vim de uma fam�lia negra que sempre seguiu a mesma hist�ria de servi�ais. Eu nunca tive nada, sabe? Ralei muito para entrar na UFMG. A minha escola n�o tinha nem estrutura para comportar alunos. Por isso n�o acho justo uma pessoa que sempre teve tudo apontar isso como privil�gio. Acota � o m�nimo que o governo me deve por ter me feito passar por tudo isso s� por ser preta e pobre. Aquela faculdade � minha tamb�m e eu tenho o direito de estar nela”


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