O promotor de Justi�a Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador das Promotorias de Meio Ambiente e do N�cleo de Resolu��o de Conflitos Ambientais do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), afirmou que a Samarco foi omissa em rela��o a indicadores de instabilidade da Barragem do Fund�o, que se rompeu em 5 de novembro do ano passado em Mariana, na Regi�o Central de Minas. De acordo com laudos que est�o sendo investigados pelo MP e que foram divulgados em reportagem do programa Fant�stico, neste domingo, a mineradora j� tinha registros de que algo estava errado com a barragem h� pelo menos dois anos, por meio de medi��es feitas por aparelhos chamados piez�metros.
"Isso � um sintoma de que algo n�o vai bem na estrutura da barragem, o que deveria gerar uma obriga��o da Samarco no incremento do sistema de monitoramento", disse o promotor. " Houve um desprezo em rela��o � leitura desses piez�metros localizados no eixo da barragem. Uma omiss�o extremamente grave, que compromete a seguran�a da opera��o e que n�o foi levada em conta nos relat�rios de estabilidade", completou.
O engenheiro Joaquim Pimenta �vila afirmou ainda que alertou a Samarco sobre o risco da lama ficar muito liquida um ano antes do rompimento. Ele tamb�m garantiu que seu projeto previa uma barragem reta, situa��o diferente da encontrada no local nos anos antes da trag�dia. Em 2013 a estrutura ganhou um alteamento e passou a ter uma curva em formato de S. O ponto preocupante � que o recuo teria ficado apoiado sobre areia, material mais sujeito a liquefa��o. "Se isso n�o for drenado, para ficar bem firme, a estrutura pode ficar inst�vel. Esse recuo, se for bem controlado, em termos de n�vel de �gua dos rejeitos de funda��o, pode ser seguro. Mas � necess�rio que se tenha um controle efetivo, rigoroso e frequente", disse o engenheiro. Pimenta �vila ainda afirma que o desprezo desses dados comprometeu, de maneira decisiva, a estrutura da barragem.
SAMARCO Em nota divulgada neste domingo, a Samarco afirma n�o ter tido acesso a laudo ou documento referente �s investiga��es das causas do acidente com a Barragem do Fund�o e diz que repudia especula��es sobre o conhecimento pr�vio de risco de ruptura. "A Barragem do Fund�o sempre foi declarada est�vel. Em nenhuma oportunidade, qualquer inspe��o, avalia��o, relat�rio de consultorias especializadas internas ou externas registraram ou fizeram qualquer advert�ncia de que a opera��o da Barragem estivesse sujeita a qualquer risco de ruptura. Alertas contidos em relat�rios de consultores jamais indicaram risco iminente de ruptura ou necessidade de interdi��o das opera��es, tendo ensejado apenas proposi��o de recomenda��es nos mesmos relat�rios t�cnicos em que foram registradas para melhoria das condi��es de seguran�a da barragem, sempre consideradas pela empresa", diz a nota.