Nascida em Arax�, Rafaela tinha dois pais, como o av� gosta de ressaltar. O biol�gico, Alex Giordani, que � empres�rio, e o padrasto, Paulo Henrique Cruvinel, servidor do Judici�rio. A m�e, Daniela D’Eluz, de 38, advogada formada na primeira turma de direito de Arax�, fazia de tudo pela alegria e sucesso da filha. O carinho de tr�s fam�lias foi crucial para a forma��o do car�ter da jovem, segundo os parentes, que tinha cinco meses de casada com Higor, dono de uma loja de radiadores e natural de Patos de Minas, tamb�m no Alto Parana�ba. Ela j� havia feito est�gio no Minist�rio P�blico e atualmente trabalhava com o pai biol�gico, que � dono de uma loja de autope�as. Antes de se casar, em setembro de 2015, namorou cerca de dois anos.
“O casamento foi uma festa linda, a m�e dela fez de tudo para o momento ser m�gico, �nico na hist�ria da filha. Ela tinha uma vida inteira pela frente, com um incr�vel potencial”, acrescenta o av� Jo�o D’Eluz, que � advogado, assim como a filha. Ele lembra um momento em que as tr�s gera��es da fam�lia estiveram em um Tribunal do J�ri. “Foi em novembro. Eu e minha filha atuando, e a Rafaela nos auxiliando. O juiz e o promotor destacaram o fato. De t�o empolgada e atuante, ela chegou a ser chamada de doutora”, ressalta o av�. O padrasto, que � pai da irm� mais nova de Rafaela, lembra quais as caracter�sticas que v�o ficar na mem�ria da fam�lia. “O que fica � a crian�a muito alegre e divertida e a dor de perder um ente t�o querido. Estamos agora aguardando o trabalho da Pol�cia Civil”, afirma Paulo Cruvinel.
INVESTIGA��O O delegado respons�vel pelo caso, Sandro Negr�o, ainda n�o descarta nenhuma das duas principais hip�teses para a morte do casal. Latroc�nio, que � o roubo seguido de morte, por causa da caminhonete e das duas televis�es que foram levadas da resid�ncia, e vingan�a, j� que a crueldade com os dois foi muito grande.
A reportagem do EM conversou com uma vizinha do casal que ouviu alguns gritos na casa por volta de 13h. “Isso foi pouco antes de eu sair de casa. Quando eu sa�, a caminhonete S-10 que foi roubada estava em casa. Quando voltei, por volta de 16h, j� n�o estava mais”, afirma ela, que pediu para n�o ser identificada. A vizinha lembra ainda que viu duas motos suspeitas na rua de Higor e Rafaela na �ltima quinta-feira, um dia depois de uma tentativa de arrombamento da casa dos dois. Inclusive, metade da cerca de concertina que Higor comprou depois da tentativa de furto j� tinha sido colocada em cima do muro da casa no Bairro Veredas do Belvedere.

Entrevista
Jo�o D’Eluz, de 63 anos, advogado, av� da Rafaela. 'Eles tinham um mundo pela frente'
Mesmo consternado com a morte da neta, Jo�o D’Eluz deu entrevista ao EM e n�o esconde a tristeza pelo futuro interrompido do casal
O senhor chegou a entrar no local do crime?
Sim, fui l� e vi tudo revirado. Nunca aconteceu, na hist�ria de Arax�, um crime com essa atrocidade. � duro demais, voc� nem imagina o que estamos passando neste momento.
Como era a vida de rec�m-casada da Rafaela?
Ela estava praticamente vivendo no mundo das maravilhas. No fim de ano, reunimos a fam�lia na casa dela e comemoramos as festas. Estava come�ando uma vida promissora. Os dois tinham uma vis�o extremamente empreendedora e ela ainda estudava para ser uma advogada. Eles tinham o mundo pela frente.
Qual lembran�a da sua neta vai ficar na mem�ria?
Ela tinha um costume de chegar perto de mim e bagun�ar o meu cabelo todo para me amolar, brincar comigo. Depois, ela virava e falava: ‘Ben�a, v�!’. Ela tinha um sorriso lindo, parecia uma boneca de t�o bonita.