Belo Horizonte, 28 - O procurador da Rep�blica em Minas Gerais, Edmundo Ant�nio Dias Netto J�nior, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o novo deslizamento de lama da barragem da Samarco em Mariana � mais grave do que a empresa admite e defende que a mineradora n�o tem condi��es de garantir a seguran�a ambiental e da popula��o.
"Foi demonstrada a precariedade das estruturas existentes", afirmou. Depois de 83 dias, rejeitos de min�rio de ferro da barragem de Fund�o, que se rompeu em 5 de novembro do ano passado, se deslocaram na quarta-feira, 27, dentro de �rea da Samarco em Mariana. A descida da lama foi flagrada em v�deo por equipe do Minist�rio P�blico Federal que estava na �rea no momento em visita como parte das investiga��es sobre a trag�dia de novembro.
O procurador participou nesta quinta, 28, de reuni�o da Comiss�o das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, criada para apurar as causas do rompimento da barragem, que matou 17 pessoas e deixou duas desaparecidas. Depois da queda da represa, outras duas estruturas da mineradora tamb�m utilizadas para conten��o de rejeitos de min�rio de ferro, as barragens de Germano e Santar�m, al�m de diques, passam por reparos. Na quarta, todos os oper�rios foram obrigados a deixarem os postos de trabalho por causa do novo deslizamento de lama.
Conforme dados da comiss�o, cerca de 1 milh�o de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro teriam deslizado na quarta-feira. Conforme o respons�vel pela �rea de licenciamento da Samarco, Marcio Perdig�o, e o engenheiro da empresa, Jos� Bernardo Vasconcelos, que participaram da reuni�o, todas as estruturas em obras n�o oferecem risco e continuam sendo monitoradas. A empresa afirma ainda que o material que deslizou era "remanescente" de Fund�o e n�o ultrapassou a barragem de Santar�m, represa que ruiu parcialmente na queda de Fund�o em novembro. Para o procurador, o plano de emerg�ncia da Samarco precisa ser reavaliado.
O plano atual foi enviado pela empresa � Justi�a de Minas Gerais na quarta-feira, 27. O documento foi solicitado dentro de a��o movida contra a empresa pelo Minist�rio P�blico Estadual (MPE). O material deveria ter sido entregue h� cerca de 15 dias. � �poca, no entanto, a empresa entregou plano considerado "insuficiente" pelos promotores. A mineradora, ent�o, ficou de enviar o completo. A multa por dia de atraso � de R$ 1 milh�o. H� na Justi�a pedido do MPE para que suba para R$ 5 milh�es. O aumento foi solicitado depois de outros descumprimentos de prazos pela mineradora.
Segundo o promotor de Meio Ambiente do MPE, Daniel Ornelas, que tamb�m participou da reuni�o da Comiss�o de Barragens da Assembleia, o encerramento das investiga��es sobre o rompimento da barragem da Samarco deve acontecer at� o final de fevereiro. O promotor afirmou que ainda n�o teve contato com o novo plano de emerg�ncia, conhecido como dam break. O material prev� basicamente os impactos que podem ocorrer no meio ambiente e em �reas urbanas que possam ser atingidas em casos de novos rompimentos das barragens da mineradora.