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Estado de Minas

Em uma semana, casos de doen�as transmitidas pelo Aedes aegypti disparam em Minas

Aumento da circula��o do mosquito transmissor provoca forte alta nos casos confirmados e suspeitos de chikungunya, zika, microcefalia e dengue em Minas. Duas pessoas j� morreram


postado em 03/02/2016 06:00 / atualizado em 03/02/2016 07:22

(foto: AFP PHOTO / Marvin RECINOS )
(foto: AFP PHOTO / Marvin RECINOS )
Em uma semana, o Aedes aegypti mostrou toda a for�a da epidemia esperada para 2016 em Minas Gerais. Al�m da confirma��o de duas mortes por dengue, as primeiras de 2016, as infec��es pelos v�rus que provocam a dengue, chikungunya, zika e os casos de microcefalia ligados a essa �ltima doen�a cresceram expressivamente. Em um per�odo de sete dias, os casos prov�veis de dengue aumentaram 81% e os de febre zika em investiga��o mais que dobraram. A previs�o da Secretaria Estadual de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) � de que esses �ltimos aumentem ainda mais nas pr�ximas semanas, j� que desde o dia 1º a notifica��o de infec��o por zika passou a ser obrigat�ria, compuls�ria e universal, como j� ocorre para os casos de microcefalia e de gestantes com sintomas.

Segundo Fernando Avendanho, assessor da Superintend�ncia de Vigil�ncia Epidemiol�gica Ambiental e Sa�de do Trabalhador da SES-MG, v�rios fatores podem explicar o crescimento expressivo de casos em um per�odo t�o curto. “Ainda n�o fizemos uma an�lise, porque o banco de casos � formado a partir do cadastro de cada munic�pio. Entretanto, temos algumas suposi��es. Estamos trabalhando com as secretarias municipais de sa�de a import�ncia do cadastro imediato dos casos, mas isso depende da estrutura de cada cidade. O fato de janeiro ser um m�s de f�rias, por exemplo, pode ter resultado em registros parados e s� agora repassados”, explica Fernando, para quem o maior impacto deve ser o aumento de circula��o do mosquito transmissor das tr�s doen�as.

O ver�o, e principalmente este per�odo p�s-chuva, � a �poca do ano mais prop�cia � circula��o do vetor e, consequentemente, da transmiss�o dos v�rus. V�rios munic�pios est�o vivenciando, agora, um aumento na prolifera��o do mosquito. “Temos uma expectativa negativa. Em rela��o � dengue, j� fechamos janeiro com mais registros que o mesmo per�odo em 2013, ano de maior n�mero de casos em Minas. A partir de novembro h� um aumento na circula��o do Aedes aegypti e ocorre essa progress�o de casos nos meses seguintes. S� em abril esse n�mero deve come�ar a cair, assim como o das outras doen�as transmitidas pelo mosquito”, projeta Avendanho.

No caso da chikungunya, muitos dos registros suspeitos s�o da divisa com o Rio de Janeiro. N�o h� nenhum confirmado. Embora o n�mero de casos em investiga��o tenha aumentado 171%, a SES-MG ainda aguarda a confirma��o de casos de transmiss�o aut�ctone, aquela que ocorre no pr�prio estado. Por enquanto, Minas s� tem casos vindos de outros estados. J� em rela��o � zika, a situa��o � mais grave: o v�rus que provoca a infec��o j� � transmitido por aqui. Na segunda-feira, a Secretaria Municipal de Juiz de Fora confirmou um caso de zika em uma gestante de 35 anos, mas o registro n�o entrou para os dados oficias porque o exame foi feito em laborat�rio particular. A SES-MG est� tentando obter uma amostra do material para enviar aos laborat�rios oficiais, da Fiocruz.

A microcefalia atribu�da ao zika v�rus tamb�m fez mais v�timas. J� s�o 85 casos notificados, entre beb�s com per�metro cef�lico menor que 32 cm e gestantes com exantemas, manchas vermelhas que s�o o principal sintoma da febre zika. S�o 19 rec�m-nascidos em investiga��o, contra oito da semana passada. J� as gestantes em acompanhamento passaram de 16 para 22.

REA��O Questionada sobre as a��es de enfrentamento ao mosquito, a Secretaria Estadual de Sa�de informou ter investido R$ 66 milh�es, recurso destinado a todos os munic�pios do estado. Uma das medidas � a “proposi��o de a��es judiciais para garantir o acesso de agentes de combate �s endemias e agentes comunit�rios de sa�de aos im�veis abandonados”, em conjunto com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais. Mas o governo federal j� tornou isso realidade desde segunda-feira, com uma medida provis�ria que autoriza a entrada for�ada dos agentes para verificar a presen�a de criadouros nesses im�veis.

J� o Comit� Gestor Estadual de Pol�ticas de Enfrentamento � dengue, chikungunya e zika, criado no fim do ano passado, tem se encontrado com prefeitos e representantes de munic�pios em situa��o de risco. Uma reuni�o com o Executivo de todos as cidades de Minas, ainda sem data divulgada, ser� realizada com a Associa��o Mineira de Munic�pios (AMM). A SES-MG informou ainda que, no m�s passado, realizou visitas t�cnicas �s regionais com maior incid�ncia de casos de dengue: Sete Lagoas, Ub�, Coronel Fabriciano, Par� de Minas e Bom Despacho. Oficinas para discutir aspectos t�cnicos nos trabalhos de combate ao vetor e de aten��o ao paciente tamb�m foram realizadas em 28 regionais de sa�de, com participa��o de todos os munic�pios. Campanhas de mobiliza��o, distribui��o de panfletos e veicula��o de mensagens em contas de �gua e luz tamb�m est�o entre as a��es realizadas.

MORTES POR DENGUE Minas Gerais registrou mais duas mortes por dengue, uma em Belo Horizonte e outra em Patroc�nio, no Tri�ngulo Mineiro. Em 2015, foram 72 registros. A primeira foi confirmada pela Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA). A v�tima � uma mulher de 47 anos, moradora da Regi�o Noroeste da capital, que morreu em 13 de janeiro, em um hospital particular. A segunda morte, em Patroc�nio, no dia 12, acometeu uma senhora de 92 anos. Segundo o boletim, nos dois casos as pacientes apresentavam comorbidades, ou seja, tinham outras doen�as associadas. Segundo o secret�rio de Sa�de de Patroc�nio, Wesley Faber, a idosa era cardiopata. No �ltimo boletim divulgado pelo munic�pio, na semana passada, 77 casos foram notificados e 38 confirmados.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

Palavra de  especialista


Estev�o Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia

Per�odo cr�tico


“O aumento de casos de dengue, zika e chykungunya pode ser explicado pela �poca do ano. Meses chuvosos, com calor, aumentam os criat�rios do mosquito e s�o o per�odo mais cr�tico para a transmiss�o desses v�rus. Tamb�m � poss�vel que a circula��o de mineiros pelo Nordeste, no per�odo de f�rias, tenha impactado. Muitos podem ter voltado contaminados, repassando esses v�rus por aqui, onde seu vetor vive em abund�ncia. N�o h� um �nico fator que explique tudo. O que podemos fazer enquanto n�o criam uma vacina � aprimorar as t�ticas de preven��o e combate ao mosquito. Mas essa notifica��o obrigat�ria da febre zika tamb�m � uma medida importante para nos aproximar do que realmente est� acontecendo. Antes o dado era subestimado”.
 
 
NOTIFICA��O Com a notifica��o obrigat�ria da febre zika, todo munic�pio tem o dever de registrar os casos. Antes, apenas seis munic�pios mineiros, onde h� Unidades Sentinela, notificavam e colhiam amostras para exame. Agora, qualquer pessoa que chegue em uma unidade de sa�de com os sintomas entrar� para as estat�sticas como caso suspeito. A confirma��o, entretanto, depende de um �nico exame dispon�vel, o RT-PCR, de alto custo. Minas  tem direito de fazer 120 testes mensais e est� priorizando rec�m-nascidos e gestantes que entram no protocolo de microcefalia.


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