

Durante outra a��o policial na ter�a-feira, por volta das 22h, quando um �nibus repleto de PMs do Batalh�o de Choque e as viaturas do Batalh�o de Rondas T�ticas Metropolitanas (Rotam) circulavam pelas ruas estreitas, traficantes discutiam nervosamente se atacariam rivais da Rua Sacramento, na parte baixa, naquela mesma noite. Um dos criminosos tenta convencer outros a adiar a a��o: “Vai ficar trocando tiro de dia e de noite, p�? Volta a�, p�. Galera fazendo trouxas de voc�s (sic)”. A resposta vem de um traficante que aparenta estar obcecado em atacar os concorrentes. “Eu t� na pilha. Eu vou pra pista. N�o pega nada, n�o, coisa ruim. Olha aqui no beco para trocar de autom�tica comigo (chama para trocar tiros). Anda. Anda que eu quero ver. Quem estiver escutando a�, a hora � essa. Quem quiser vir para fechar o bonde (grupo de ataque), t� fechado. A Rotam t� aqui, �. T� aqui, t� na favela, mas eu j� corri da pol�cia. Eu t� esperando, p�. Quando a galera n�o queria mesmo (o confronto), eu entornei o caldo e n�o mexeram mais com n�s (sic)”. Mas o grupo � convencido a n�o fazer o ataque por outro membro da quadrilha. “Eu copiei, eu copiei, mas tem morador (que pode ser atingido e piorar a ocupa��o da pol�cia), falou? (sic)”.
AMEA�AS Em meio � indecis�o, um traficante rival entra no canal de r�dio usado pela quadrilha e faz mais amea�as, por volta de meia-noite. “Tudo gira mesmo. Tudo que era meu e tu pegou tem que devolver. Eu copiei de voc� chegando. �, Cabe�a, t� derrubando voc� agora no seu barrac�o da sua casa. Voc� deu foi sorte (de n�o ser achado em casa).”
Em v�rios momentos, moradores que circulam pela comunidade s�o monitorados para saber se s�o policiais ou membros de quadrilhas rivais. Caso sejam militares, a estrat�gia observada � a de informar a rota para que os traficantes possam fugir. Se a suspeita for de inimigos, os moradores s�o acompanhados e podem at� ser agredidos ou baleados. Por volta de 20h, o homem que � chamado de Chandon e que exerce fun��o de gerente do tr�fico pergunta sobre duas pessoas que est�o passando pelas ruas. “� Chandon. � Chandon, acho que � os home (pol�cia) a�, viu, Chandon? (sic)”, disse um dos olheiros. “Isso a� � morador, falou, Chandon, morador, falou?”, responde um dos olheiros mais pr�ximos. “� Chandon, � morador daquele lugar que voc� falou l�, �”, completa o criminoso, dando a entender que se trata de pessoas que vivem em locais dominados por gangues rivais. “Pois �, vamos monitorar”, responde o gerente.
