
Assim como Rafael, outros pacientes com suspeita de dengue lotam UPAs e hospitais de Belo Horizonte em busca de um diagn�stico, que s� � confirmado seis dias depois do in�cio dos sintomas, quando o exame de sorologia pode ser realizado. O medo do zika v�rus e da chikungunya e o avan�o semanal dos casos de dengue aceleram corrida aos postos e hospitais. Segundo o �ltimo balan�o de dengue divulgado pela PBH, os casos de dengue chegam a 5,1 mil, sendo 4.363 casos suspeitos e 753 confirmados. O munic�pio tamb�m investiga 14 casos de microcefalia que podem ter rela��o com zika v�rus. No estado, segundo a Secretaria Estadual de Sa�de (SES), s�o 37.737 casos prov�veis de dengue, al�m de 50 casos de febre zika, 114 de febre chikungunya e 19 de microcefalia em investiga��o.
No in�cio da tarde de ontem, outras duas pessoas que acreditavam estar com dengue tamb�m procuraram a UPA Leste. O auxiliar administrativo Adilson Rodrigues, que vive no Bairro Alto Vera Cruz, reclamava de dor nas articula��es, associada a n�useas e febre. “O corpo fica pedindo cama”, diz. No in�cio da semana, ele percebeu sintomas de gripe, mas, com o aumento das dores, preferiu n�o arriscar. “� melhor confirmar ou descartar. A dengue est� afetando muita gente”, disse.
J� o auxiliar de paisagismo Edson Jaci Pereira teme pela chikungunya. “Um colega do trabalho foi infectado e ficou quatro dias em casa. Fico com medo, porque dizem que paralisa o corpo”, confessa ele, que preferiu buscar atendimento antes que a situa��o fosse agravada. Com medo da dengue, a atendente Francine Ferreira esteve na UPA Odilon Behrens para se consultar. “Meu marido teve um quadro de dengue forte h� sete dias e, como n�o sei onde ele pegou, preferi n�o arriscar”, refor�a.
O motorista Geraldo Lacerda procurou, a pedido da esposa, o Hospital da Unimed, no Santa Efig�nia, para verificar se tinha ou n�o contra�do dengue. “Estive na Serra do Cip� e em um s�tio em Nova Uni�o, poucos dias antes do in�cio dos sintomas, e tinha muitos mosquitos”, contou. No hospital, um funcion�rio disse que cerca de 50% dos atendimentos realizados na unidade s�o relacionados � dengue. Por meio de nota, a Unimed-BH informou que 7% do total de atendimentos realizados nas tr�s unidades de pronto-atendimento foram de clientes com sintomas da doen�a.
No Mater Dei, segundo a coordenadora do servi�o de epidemiologia e infec��o hospitalar, Silvana de Barros Ricardo, a demanda por atendimentos em janeiro, na compara��o com dezembro, aumentou quatro vezes nas unidades Santo Agostinho e Contorno. “No Santo Agostinho, na compara��o com novembro, o aumento � ainda mais assustador, sendo 18 vezes superior em janeiro”, disse.
OCORR�NCIAS A Secretaria Municipal de Sa�de n�o informou qual tem sido, em n�meros, a demanda por atendimentos de pessoas com sintomas de dengue. Os centros de sa�de com maior ocorr�ncia de casos confirmados de dengue s�o o Lindeia (Barreiro), com 71 casos; S�o Jos� (Pampulha), com 38; e Salgado Filho (Oeste), com 34 casos confirmados.
Procurar um hospital ou posto de sa�de para atendimento logo nos primeiros sintomas � a primeira atitude a ser tomada por quem suspeita de dengue, garante a m�dica infectologista e consultora de arboviroses da Sociedade Mineira de Infectologia, T�nia Marcial. “Se hidratar � importante logo nos primeiros sintomas. Para o diagn�stico, pacientes da rede p�blica far�o o exame sorol�gico depois do sexto dia de sintomas, enquanto os pacientes da rede particular podem ter acesso ao teste r�pido.” A assist�ncia m�dica na fase inicial dos sintomas, segundo a m�dica, pode evitar que a dengue evolua para formas mais graves. (Colaborou Jo�o Henrique do Vale)

Com o objetivo de dar mais agilidade aos trabalhos de combate ao mosquito Aedes aegypti, a Defesa Civil de Belo Horizonte enviou nesta semana � Defesa Civil Nacional um relat�rio com sugest�es para melhorar o texto da Medida Provis�ria 712, publicada no Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) em 1º de fevereiro. A medida autoriza a entrada for�ada de agentes de sa�de em propriedades p�blicas e privadas abandonadas ou fechadas para combater os focos do mosquito, mas burocratiza ao orientar que a entrada seja feita quando o propriet�rio n�o for localizado depois de duas visitas devidamente notificadas, realizadas em per�odos alternados, no prazo de 10 dias.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Belo Horizonte, coronel Alexandre Lucas, as condi��es estabelecidas para a entrada for�ada, embora garantam legalidade, podem ser melhoradas. “As nossas sugest�es s�o no sentido de melhorar o texto para que a a��o seja mais f�cil de ser executada”, garante. Entre as propostas, est� a altera��o no par�grafo primeiro, que diz que “a realiza��o de visitas para elimina��o do mosquito e de seus criadouros deve ocorrer em �rea identificada como potencial possuidora de focos transmissores”. “A MP limita as �reas que podem ser acessadas. O ideal � que a gente possa entrar em qualquer lugar, e n�o s� em ‘�rea identificada como potencial possuidora de focos’”, comenta.
Outra sugest�o diz respeito aos prazos determinados pelo texto: duas visitas devidamente notificadas, em dias e per�odos alternados, dentro do intervalo de 10 dias. “Se realizei duas visitas e n�o encontrei ningu�m, quem vou notificar?”, questiona. A sugest�o, segundo o coronel, � retirar a necessidade de uma notifica��o que pode ser feita pelo Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM) ou n�o ser feita. “A ideia � que tenhamos mais agilidade neste momento de epidemia”, comenta. “O ciclo do mosquito � de sete dias e acredito que seria v�lido retirar esse prazo de 10 dias para a realiza��o das duas visitas”, completa.
Suspeitas em Montes Claros
A Santa Casa de Montes Claros, no Norte de Minas, confirmou ontem que foram notificados quatro casos suspeitos de microcefalia em beb�s nascidos na maternidade do hospital, recentemente, sendo dois em novembro, um em dezembro e outro em janeiro. Segundo a institui��o, os casos foram notificados � Secretaria de Estado de Sa�de. De acordo com o hospital, as m�es alegaram sintomas semelhantes aos da febre zika, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.