
O ouvidor de Pol�cia do estado, Paulo Alkimim, considerou o epis�dio preocupante. “A pol�cia deve estar preparada para este tipo de a��o, principalmente no carnaval, que hoje conta com a participa��o de muitas mulheres e crian�as”, afirma. Ele conversou com o chefe do Estado-Maior da PM, coronel Marco Ant�nio Bicalho, pedindo apura��o. Se comprovado abuso de autoridade, ele quer puni��o dos militares envolvidos n�o s� pela corregedoria, mas tamb�m pela Promotoria de Direitos Humanos do Minist�rio P�blico.
O arquiteto Fernando Tourinho, de 30 anos, foi detido e levado para uma delegacia na Rua da Bahia. Ele relatou que, quando o cortejo chegou � Pra�a Raul Soares, por volta de meia-noite, a confus�o come�ou. Tourinho disse que uma viatura da Rotam come�ou a se movimentar em dire��o aos ciclistas. “Parecia que queriam passar por dentro do bloco e muitas pessoas pediram que eles se acalmassem”, contou. O arquiteto relatou que pulou da bicicleta ao perceber que poderia ser atropelado pelo ve�culo. Conforme sua vers�o, a viatura atingiu a bike, que foi parar embaixo do carro.
O ciclista admitiu que ele e outros integrantes do bloco se exaltaram e protestaram. “Fiquei muito nervoso, em estado de choque. N�o tem o menor sentido o que a PM fez”, afirmou. Em seguida, os policiais o imobilizaram e o levaram para a viatura, enquanto o grupo condenava a pris�o. Ele diz ter sofrido ferimentos leves nos ombros e em um dos p�s na a��o policial. A PM sustenta ter sido atacada nesse momento a pedradas e pauladas, o que teria levado ao uso de bombas de efeito moral, tiros de balas de borracha e arma de choque.
'NORMAL' O capit�o Fl�vio Santiago, assessor de imprensa da PM, classificou a a��o como “normal” diante do apontou como “necessidade de reestabelecer a ordem” e criticou o fato de o bloco n�o ser cadastrado na Belotur. Como consta do boletim de ocorr�ncia, ele acusa Fernando de ter jogado a bicicleta, atingindo o para-choque da viatura. O PM diz que o bloco tumultuava o tr�nsito e que n�o houve solu��o no di�logo. “Quando temos um evento que n�o � avisado, ocorrem muitas dificuldades e acontece de entrarmos no circuito no momento que em j� houve fechamento do tr�nsito e em que j� h� situa��o de conflito instaurada”.
Um dos organizadores do bloco, T�lio Castanheira rebate a necessidade de cadastramento pelo fato de o movimento ser uma reuni�o frequente de amigos nas ruas de BH, que t�m o mesmo direito de usar as vias que os carros: “Quando aconteceu a confus�o, o bloco j� estava quase todo na �rea da Pra�a Raul Soares, fora das pistas do tr�nsito, n�o tem explica��o”.