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Estado de Minas

Mariana cai na folia para espantar a tristeza

No ritmo das marchinhas e sob chuva de confete, Mariana, tr�s meses ap�s a maior trag�dia ambiental do pa�s, d� a partida para a comemora��o dos seus 320 anos de hist�ria


postado em 07/02/2016 06:00 / atualizado em 07/02/2016 14:47

Prefeitura do município atingido pela tragédia calcula receber 30 mil foliões nas estreitas ruas e praças, até terça-feira(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Prefeitura do munic�pio atingido pela trag�dia calcula receber 30 mil foli�es nas estreitas ruas e pra�as, at� ter�a-feira (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Mariana – No ritmo das marchinhas, sob chuva de confete e no brilho da fantasia, a primeira cidade de Minas, Mariana, na Regi�o Central, cai no samba e d� a partida para a comemora��o dos seus 320 anos de hist�ria – o ponto alto ser� em 16 de julho. Neste primeiro reinado de Momo ap�s o rompimento da Barragem do Fund�o, em Bento Rodrigues, maior trag�dia socioambiental do pa�s – que completou tr�s meses na sexta-feira –, moradores e visitantes deixaram um pouco de lado as tristes lembran�as para curtir a folia. � tarde, fam�lias inteiras sa�ram �s ruas mantendo a tradi��o do carnaval. A c�u aberto, com muitos atrativos: desfiles de blocos caricatos, bonecos “an�es gigantes”, rodas de samba e shows.

No fim da tarde, o desfile de blocos foi inaugurado pelos Farrapos, arrastando cerca de 4 mil foli�es desde a Rua Wenceslau Braz at� a Pra�a Gomes Freire, conhecida popularmente como Jardim. Para turbinar a galera, o organizador da agremia��o de mais de 40 anos, Vanderlei L�cio de Oliveira, mandou distribuir 250 litros de caipirinha. Na rua estreita, homens, mulheres e crian�as se mostravam verdadeiros s�ditos de Momo, com capricho na fantasia, j� que, em Mariana, essa moda de abad�s baianos “j� era”. Vale mesmo a criatividade, inclusive na decora��o com tecidos coloridos, que, sob a luz do sol da tarde, forma desenhos no piso de pedra do Centro Hist�rico. J� � noite, os ornamentos ganham efeitos especiais.

 

Dan Mol, morador de Paracatu de Baixo, foi com a família curtir a folia:
Dan Mol, morador de Paracatu de Baixo, foi com a fam�lia curtir a folia: "Apesar da trag�dia, a vida segue" (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O funcion�rio p�blico Dan Mol, morador da comunidade de Paracatu de Baixo, afetada pela trag�dia do rompimento da Barragem do Fund�o, foi um dos que acompanharam o bloco Farrapos. Ele estava com a mulher Cl�udia, fantasiada de cigana, e os filhos Amim, de 9 anos, vestido de policial, e Duan, de 6, com a fantasia do Robin, o amigo do Batman. Com colares havaianos, Dan explicou que, “apesar da trag�dia, a vida segue. E n�o h� como voltar atr�s”. Sobre a nova realidade em que ele e a fam�lia vivem, Dan disse que a tristeza permanece, mas � preciso seguir adiante.

Vestidas de “guardas”, com algemas e tudo a que tinham direito, Viviane de Souza, de 22, e Lucilene Cristina, de 28, se juntaram � amiga Rhanna Alves, de 15, para curtir a farra. “Ainda n�o prendi ningu�m”, brincou Lucilene, ao lado da filha Evelyn Cristina, de 5, com fantasia de bruxinha. Os vampiros tamb�m deram as caras, e Samuel Martins abriu a imensa capa forrada de vermelho para proteger a namorada Paola Martins e a irm� dela, Amora Martins. As garotas gastaram duas horas para fazer a maquiagem que chamava a aten��o: metade do rosto pintado de caveira e a outra, de pirata. Real�ando os caninos e fazendo cara de mau, Samuel disse preferir a metade pirata. “A caveira deixa para daqui a muitos e muitos anos”, brincou.

 

O barro serviu de fantasia para moradores que quiseram lembrar o acidente durante a festa de Momo(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O barro serviu de fantasia para moradores que quiseram lembrar o acidente durante a festa de Momo (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
BRINCADEIRA No meio do povo, dava para ver um barbudo vestido de Chapeuzinho Vermelho, meninas trajadas de enfermeiras e homens sujos de barro. “� de um garimpo. Passei no corpo e fica dif�cil de sair”, contou um deles esfregando um pouco do barro no bra�o do rep�rter. Depois do susto, saiu f�cil com �gua. Uma mulher fez refer�ncia � “lama”, num cartaz, mas de forma diferente. Estava escrito: “Esta lama � de Bras�lia”. De acordo com informa��es de um morador de Bento Rodrigues, a maior parte dos moradores da comunidade destru�da preferiu passar o feriad�o em distritos como Camargos, Cachoeira do Brumado, Santa Rita Dur�o e outros de Mariana, onde tamb�m h� programa��o de carnaval.

A expectativa da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo � de que a cidade receba cerca de 30 mil visitantes at� ter�a-feira. Para fazer a festa, Mariana leva ao Centro Hist�rico os blocos tradicionais como Z� Pereira da Ch�cara, a alegria do Circovolante e a irrever�ncia dos Bloconecos, os “An�es Gigantes”. O investimento este ano � de R$ 460 mil, com 70% de atra��es locais, conforme o prefeito Duarte J�nior. E o secret�rio de Cultura e Turismo, Vicente de Freitas, ressalta que a preocupa��o � valorizar artistas locais e usar log�stica e demais estruturas contratados na pr�pria cidade.

Eu, Foli�o
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Adriano Aparecido Lucas, 24 anos, monitor de dan�a
"Estou vestido de Avatar, que � algo bem moderno, contempor�neo. Eu mesmo fiz a fantasia. Adoro carnaval, para mim � a melhor �poca do ano, n�o tem nada igual. Aqui em Mariana est� muito animado. Tem muita gente na rua e adoro esta energia"


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