
Se a catuaba foi a vedete do carnaval’2015, a festa deste ano consagrou um velho conhecido nosso desde crian�a: o chup-chup – ou sacol�, geladinho, gelinho e at� flau, dependendo do gosto e da regi�o onde nasceu o fregu�s. Com a infla��o da bebida supostamente afrodis�aca, calor superior a 30 graus durante a tarde e possibilidade de levantar uns trocados, os chup-chups garantiram seu espa�o e est�o fazendo a cabe�a dos foli�es durante a festa.
Claro que os sabores de fruta s�o o que menos interessa. O que vale s�o os nomes criativos e, principalmente, o aditivo alco�lico. Os de caipirinhas s�o os preferidos do p�blico. “O nosso � de cacha�a artesanal, feita pelo nosso pai em Ouro Branco”, garantem os irm�os Pedro e Bernardo Raidan, que em menos de tr�s horas j� haviam vendido 300 dos 800 geladinhos feitos especialmente para o desfile do Baianas Ozadas. O pre�o m�dio � um por R$ 3, dois por R$ 5.
Eliana Borges Viotti resolveu diversificar: misturou frutas com vodca, energ�tico e at� um poderoso mix de catuaba e a�a�, que prometia levantar os foli�es – ao p� da letra. As irm�s Amaralina e Carolina Fernandes ofereciam ao fregu�s o inovador P�rola Negra (guaran�, mate e cacha�a) e o refrescante Pink Lady (lim�o, groselha e hortel�). Um ambulante, em seu quinto carnaval, me explicou que as garrafas de catuaba t�m ca�do em desuso por dois motivos: o gelo encareceu muito e a garrafa subiu para cerca de R$ 12, o que os obriga a vender a pelo menos R$ 20 para obter lucro razo�vel. Mas, mesmo debaixo de sol forte, os foli�es ainda t�m buscado por vodca, caipirinha e u�sque.
Ontem, o Baianas Ozadas mostrou que continuar� sendo o dono da segunda-feira de carnaval. Nascido em 2012 com a clara inten��o de ser grande, o bloco fez sua melhor apresenta��o em cinco anos: bateria bem ensaiada – com cerca de 800 integrantes, sendo que 600 credenciados –, equipamento de som potente – fruto de uma festa que levantou R$ 55 mil de R$ 35 mil necess�rio –, e pontualidade incr�vel: quatro horas (3h59min42s, mais precisamente) para completar o percurso, com direito a ax� e lavagem da escadaria da Sulacap.
O circuito Pra�a da Liberdade-Esta��o, por uma tarde, foi o nosso Barra-Ondina.
SOBE
Pontualidade do Baianas
Se nos �ltimos anos, o Baianas Ozadas sofreu com atraso de at� duas horas para sair e cumprir o percurso, o bloco, ontem, foi pontual. A retirada de carros estacionados nos dois quil�metros de desfile e batedores da Belotur � frente foram essenciais para que a largada fosse dada �s 11h, chegando �s 15h, na Pra�a da Esta��o. Nem as arquibancadas montadas na Afonso Pena atrapalharam o desfile.
DESCE
Arquibancadas no caminho
Claro, n�o � um problema f�cil de resolver, ainda mais com tantos “carnavais” simult�neos. Mas as arquibacandas da Afonso Pena, armadas para o desfile das escolas � noite, travou a passagem do p�blico durante a tarde, no Baianas Ozadas. A multid�o teve de se espremer na cal�ada e, os mais bem-humorados, chegaram a apelidar o cruzamento da Bahia com Afonso Pena de “esquina da agonia”.