
As equipes do Estado de Minas acompanharam os principais blocos e perceberam a��es da BHTrans atrasadas para o fechamento de vias e tamb�m para orienta��o sobre estacionamento em locais de concentra��o de blocos, o que trouxe dificuldades para a evolu��o. Esses problemas foram percebidos em grupos como o Chama o S�ndico – que desfilou pela Afonso Pena na quarta-feira antes do carnaval e congestionou o tr�nsito no sentido Mangabeiras –, no Ent�o, Brilha! – que bateu de frente com o tr�nsito no sentido contr�rio da Avenida do Contorno, e o Juventude Bronzeada, bloco que mais teve problemas para se deslocar pelas ruas do Bairro Floresta, Leste de BH. Com vias mais estreitas e um p�blico que s� cresce – presentes falavam em cerca de 14 mil pessoas – organizadores precisaram parar as m�sicas v�rias vezes para orientar o trajeto, repleto de ve�culos estacionados e sem faixas da BHTrans alertando sobre a concentra��o.
“Com base nos n�meros deste ano, � �bvio que vamos ter que replanejar todas as dimens�es dos blocos. Mas eu n�o arriscaria citar nenhuma interven��o espec�fica. Esse processo � de discuss�o coletiva”, disse a presidente da Belotur, Cl�udia Pedrozo. “Em primeiro lugar, respeitamos a fala dos blocos. A gente senta e conversa, perguntando se eles n�o acham que determinado percurso coloca em risco a seguran�a. Depois, ouvimos. S�o eles que oferecem a festa, ent�o n�o podemos interferir de forma direta”, afirma a presidente, que destacou o sucesso do carnaval com um esfor�o de cerca de 10 mil pessoas, sendo 4 mil servidores da PBH e 6 mil funcion�rios tempor�rios, contando com vendedores ambulantes. Cl�udia Pedrozo prev� ainda mais pessoas em 2017, diante da repercuss�o nacional do carnaval de BH.
Uma das integrantes do bloco Juventude Bronzeada, Marcela Pieri diz que tem recebido in�meros coment�rios destacando o sucesso do desfile, mesmo com percal�os de afunilamento nas ruas da Floresta. Ela conta que o grupo est� aberto ao di�logo, mas destaca que � necess�rio manter a autorregula��o dos blocos. “� complicado fazer um trajeto que acolha multid�es, porque vamos limitar o espa�o e centralizar muito, o que n�o tem a ver com esse carnaval de BH”, diz ela. Marcela acrescenta que a festa tende a ser muito melhor e manter seu car�ter de diversidade se houver apoio do poder p�blico, mais do que determina��es que engessem a folia. “A gente precisa do apoio efetivo da BHTrans para fechamento de vias. Sabemos que eles fazem isso todo domingo na Feira da Afonso Pena. Se h� carros ao longo do trajeto, cria-se uma dificuldade”, afirma.
CONFRONTO Marcela ainda reclama da atua��o da Pol�cia Militar no epis�dio com o Bloco da Bicicletinha, na quinta-feira antes do carnaval, na Pra�a Raul Soares, em que os militares encerraram a festa com bombas e balas de borracha, e pede mais aten��o do Corpo de Bombeiros, que chegou a fazer v�rias exig�ncias relacionadas a um plano de preven��o para os blocos. Para Renata Chamilet, produtora do bloco Baianas Ozadas, � necess�rio conversar cada vez mais. “Estamos aprendendo a fazer o carnaval e as autoridades, tamb�m. Acho que os bombeiros, por exemplo, precisam entrar mais nesse circuito”, diz Renata. No caso do Baianas, uma das coisas que mais agradaram foi a atitude da BHTrans, que conseguiu liberar todo o caminho no percurso. Sem carros estacionados, o desfile durou as quatro horas previstas.
Em nota, a BHTrans informou que quando os blocos n�o cumpriram o acertado “quanto ao local de concentra��o e ao trajeto, ou apresentaram um crescimento espont�neo acima do estimado, agentes fizeram os desvios em tempo real, buscando, com a maior agilidade poss�vel, atender as duas demandas: a da seguran�a, com prioridade, e a circula��o de pessoas e ve�culos”, diz o texto. Sobre o bloco Juventude Bronzeada, a BHTrans afirma que o itiner�rio s� foi definido na sexta-feira, n�o dando tempo de confeccionar faixas de pano. Al�m disso, a empresa diz que houve mudan�a no trajeto no dia do desfile, o que obrigou os agentes a tomarem atitudes em tempo real.
Sobre o epis�dio com o Bloco da Bicicletinha, a PM declarou que agiu para reestabelecer a ordem na Pra�a Raul Soares, depois que policiais foram hostilizados e o grupo de ciclistas n�o quis liberar as pistas. Segundo o Corpo de Bombeiros, as determina��es relacionadas aos blocos que usam trio el�trico servem para garantir a seguran�a e evitar acidentes, que em situa��o que envolve multid�es podem se transformar em trag�dias.
