
Equipes da Pol�cia Federal (PF) cumpriram nesta quarta-feira mandados de busca e apreens�o em escrit�rios da empresa Samarco, dona da Barragem do Fund�o, em Mariana, na Regi�o Central de Minas Gerais, que se rompeu em 5 de novembro, deixando 17 mortos, dois desaparecidos e culminando na maior trag�dia ambiental do pa�s. A a��o aconteceu na cidade mineira, em Anchieta, no Esp�rito Santo, e na casa de um engenheiro da empresa. As buscas fazem parte do inqu�rito que investiga os danos ambientais causados pelo rompimento.
Os agentes fizeram a quebra de sigilo telem�tico com objetivo de analisar o monitoramento da barragem e se havia indicativos de problemas, al�m de verificar a cadeia de comandos. “Havia ind�cios de que a barragem tinha problemas”, disse o delegado Roger Lima de Moura, da Delegacia de Combate a Crimes de Meio Ambiente Patrim�nio Hist�rico, respons�vel pelas investiga��es.
O engenheiro que foi investigado participava do processo de declara��o de estabilidade da barragem. “Desde 2009, mesmo que a Samarco tenha atuado para sanar essa quest�o, a Barragem sempre apresentou problemas de drenagem com a �gua. H� ind�cios que ela n�o era saud�vel, sempre teve problemas. Mesmo com esse indicativo, a empresa ampliou a produ��o da barragem havendo o interesse de unificar com a Germano”, afirmou o delegado.
O inqu�rito da PF foi prorrogado por mais 40 dias. Roger Lima n�o descartou a possibilidade de acarea��o entre o presidente afastado da Samarco, Ricardo Vescovi, e o diretor de Opera��es, que tamb�m foi afastado, Kleber Terra. Em 5 de fevereiro, a Pol�cia Civil tamb�m cumpriu mandados de busca e apreens�o em im�veis da Samarco, em Belo Horizonte, Mariana e em Vit�ria, no Esp�rito Santo. Na ocasi�o, foram recolhidos dados armazenados em computadores.
No fim do m�s passado, o Estado de Minas revelou com exclusividade que o relat�rio da PF aponta "dolo eventual" – quando se assume o risco, mesmo sem inten��o de que o crime aconte�a – da Samarco, propriet�ria da barragem, na trag�dia de Mariana. A pol�cia j� responsabilizou seis funcion�rios da mineradora, incluindo o presidente afastado, Ricardo Vescovi.
Nessa ter�a-feira, o delegado Roger Lima de Moura, da Delegacia de Combate a Crimes de Meio Ambiente Patrim�nio Hist�rico, n�o descartou novos indiciamentos. "Como a investiga��o n�o terminou, pode ser que haja sim. Estamos continuando com as investiga��es a cada dia, apurando coisas novas, ouvindo mais pessoas e fazendo novas dilig�ncias", disse.