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Estado de Minas

Fi�is que trabalhavam como escravos em seita religiosa n�o querem deixar fazendas em Minas

Adeptos � seita 'Comunidade Evang�lica Jesus, a verdade que marca', que viviam em condi��o an�loga � de escravid�o no interior de Minas, n�o se consideram em situa��o injusta. Ap�s indiciamento de 43 participantes, inqu�rito chega ao MPF


postado em 17/02/2016 17:30 / atualizado em 17/02/2016 21:44

A ades�o e fidelidade � seita religiosa 'Comunidade Evang�lica Jesus, a verdade que marca' � o principal obst�culo � retirada  de pessoas aglutinadas em fazendas que, segundo investiga��o da Pol�cia Federal, passaram a viver em condi��o an�loga � de escravid�o depois de aderir ao grupo.

Nessa ter�a-feira, a Pol�cia Federal de Varginha informou o indiciamento de 43 representantes da seita, acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa, trabalho escravo e aliciamento de trabalhadores. Segundo o delegado Jo�o Carlos Girotto, da Pol�cia Federal de Varginha, no Sul de Minas, o inqu�rito foi conclu�do na sexta-feira e encaminhado � vara de Lavagem de Dinheiro da Justi�a Federal de Belo Horizonte. E nesta quarta-feira, o Minist�rio P�blico Federal em Belo Horizonte confirmou o recebimento do inqu�rito.

Segundo o delegado, n�o h� nenhum elemento, no momento, para o pedido de pris�o preventiva dos suspeitos. Nessa nova fase, a Justi�a Federal deve iniciar o processo, que poder� gerar a condena��o. Ele afirma que os bens dos indiciados est�o bloqueados, o que inclui todas as fazendas onde as pessoas foram encontradas trabalhando em situa��o an�loga � escravid�o. As principais fazendas, segundo ele, est�o nos munic�pios de Madre de Deus, na Regi�o Central de Minas, Andrel�ndia e Minduri, ambas no Sul do estado. Mas h� ramifica��es da seita em S�o Paulo e Bahia.

A retirada das pessoas ficou a cargo do Minist�rio do Trabalho e Emprego. Mas a quest�o, de acordo com o auditor fiscal respons�vel pela a��o, Marcelo Campos, � bem mais complexa do que parece. Segundo ele, durante a a��o fiscal em que houve a caracteriza��o de trabalho an�logo ao de escravos "as v�timas n�o se viam nessa condi��o e tamb�m n�o se dispunham a colaborar seja com os auditores fiscais do trabalho seja com os delegados e agentes da Pol�cia Federal ou com os membros do Minist�rio P�blico do Trabalho no processo de investiga��o". Ao contr�rio, sempre que podiam as pessoas se posicionavam na defesa dos dirigentes do grupo e dos empreendimentos econ�micos a ele vinculados.

Sendo assim, ainda de acordo com o auditor, "n�o havia que se falar em retirada ou liberta��o das v�timas, j� que para tanto � necess�rio que haja o m�nimo interesse". Mesmo assim, ele acrescenta que o Minist�rio do Trabalho e Emprego entende que no momento em que qualquer das v�timas optar pelo seu desligamento da seita poder� faz�-lo e obter o apoio das institui��es p�blicas para viabilizar este desejo. O �rg�o refor�a que o caso continua sendo objeto de atua��o da Pol�cia Federal, Minist�rio P�blico Federal e Minist�rio P�blico do Trabalho.

Desde 2005 - Tudo indica que a seita funciona desde 2005. Conhecida como 'Comunidade Evang�lica Jesus, a verdade que marca', a seita convencia fi�is a doar bens para viver e trabalhar em fazendas espalhadas pelo estado, principalmente na Regi�o Sul, sob a promessa de divis�o de lucros. A partir de 2011, a PF come�ou a investigar a seita, obtendo ind�cios de que, na pr�tica, essas pessoas come�aram a viver nessas fazendas exercendo trabalho an�logo � condi��o de escravos.

Em agosto do ano passado, a PF deflagrou a opera��o De volta para Cana�, para investigar crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, tr�fico de pessoas, trabalho an�logo � escravid�o, forma��o de organiza��o criminosa, aliciamento de tralhadores e outros golpes atribu�dos � seita religiosa. Seis pessoas acusadas de formar o n�cleo dessa organiza��o chegaram a ser presas, mas foram soltas ainda em 2015.


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