O trabalho no primeiro im�vel mostrou tamb�m que as entradas for�adas s�o necess�rias e t�m potencial para elevar os efeitos do combate ao inseto, j� que a casa fechada e abandonada h� pelo menos quatro anos apresentou sete focos potenciais do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika v�rus, sendo dois deles com larvas. Por�m, a prefeitura n�o informa quantas resid�ncias ser�o alvo desse trabalho, o que levanta d�vidas sobre o tamanho do desafio.
Ontem, os trabalhos come�aram em um im�vel onde j� funcionou uma boate, na Rua Padre Odorico, no Bairro S�o Pedro. Segundo a coordenadora do Controle de Zoonoses da Regional Centro-Sul, Luciana Rocha, h� quatro anos a prefeitura vem tentando contato com o respons�vel, sem sucesso. Ele, inclusive, mora no im�vel ao lado, mas n�o facilita a entrada nem se apresenta. A filha dele, que preferiu n�o se identificar, apareceu no fim dos trabalhos e disse que o im�vel enfrenta dificuldades para ser alugado. Ela se comprometeu a fazer uma ponte com a PBH para garantir vistorias frequentes nessa casa e em im�veis vizinhos, que tamb�m s�o da fam�lia. “S� em 2016, tivemos sete den�ncias contra esse endere�o. Mas em nenhum dos casos conseguimos acesso”, afirma Luciana Rocha. Segundo outros funcion�rios presentes no local, a maioria das den�ncias vem de moradores de pr�dios da regi�o que conseguem ver a casa de cima e reclamam do ac�mulo de �gua na laje.
Inicialmente, o chaveiro n�o conseguiu liberar a porta apenas pela fechadura. T�cnicos da Defesa Civil tiveram que subir no muro para investigar o que estava segurando a estrutura e depois foi necess�rio puxar e for�ar a porta, at� que ela fosse aberta. “Isso mostra a dificuldade que n�s teremos com os im�veis abandonados. N�o � um trabalho r�pido, mas precisa ser feito”, afirma o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil de BH. De fato, os resultados logo na primeira casa mostram que o trabalho � necess�rio, j� que sete potenciais criadouros do mosquito da dengue foram encontrados, sendo dois deles com larvas. Um estava na parte externa, sob um deck de madeira com concentra��o de muito lixo. Uma caixa de ferramentas acumulava �gua, onde estavam as larvas. Na parte de dentro, outro foco foi descoberto com futuros mosquitos. Um reservat�rio de um fog�o foi removido repleto de �gua e com larvas no recipiente. A Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) foi solicitada para recolher o lixo do local.
MULTA A prefeitura informou tamb�m que o respons�vel pela casa da Rua Padre Odorico chegou a ser multado no valor de R$ 2,1 mil. Como os agentes de endemias n�o conseguiram entrar no im�vel, a situa��o foi repassada � vigil�ncia sanit�ria, que notificou o dono para fazer a limpeza do estabelecimento. Sem cumprimento da notifica��o, a prefeitura emitiu a multa. N�o h� informa��es sobre pagamento.
Al�m da Regi�o Centro-Sul, o trabalho de ontem tamb�m ocorreu na Regi�o Norte da capital. O objetivo � visitar pelo menos uma vez por semana cada uma das nove regi�es da cidade com a entrada for�ada. “Temos hoje seis opera��es em andamento na cidade com rela��o ao mosquito. Uma dessas opera��es � a entrada for�ada. Vamos focar im�veis nas �reas de maior infesta��o”, acrescenta o coronel. Alexandre Lucas n�o forneceu um n�mero de casas ou apartamentos que ter�o a abertura for�ada, justificando que o mapeamento ainda est� sendo feito. “Esse mapeamento � constante. Como estamos trabalhando permanentemente, h� pressa de fechar (esse levantamento) porque a opera��o vai ser constante e vamos visitar todos os im�veis fechados e abandonados”, completa.
Se por um lado a situa��o parece desafiadora pelo n�mero n�o estimado e pela dificuldade para entrar nas casas abandonadas e sem a presen�a de moradores, ontem a prefeitura revelou boas not�cias para o trabalho de combate ao Aedes aegypti. Segundo a gerente de Controle de Zoonoses da Regional Centro-Sul, Aglasina Alonso, de sexta-feira at� ontem, pelo menos 10 pessoas entraram em contato com a PBH afirmando a inten��o de abrir im�veis fechados para vistoria. “A divulga��o dessa a��o est� sendo muito importante, pois as pessoas est�o percebendo a necessidade de liberar o acesso para os agentes”, afirma a gerente.
Saiba mais - Autoriza��o dada por MP
Em 29 de janeiro, devido ao iminente perigo � sa�de p�blica pela prolifera��o do mosquito Aedes aegypti, a presidente Dilma Rousseff assinou uma medida provis�ria (MP) para garantir o cumprimento de a��es de controle do vetor da dengue, febre chikungunya e zika. Entre as medidas descritas pela MP 712 est� a autoriza��o para a entrada for�ada em im�veis p�blicos e particulares abandonados ou com aus�ncia dos moradores. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pretendia cumprir as vistorias nesses locais contando com o apoio do Minist�rio P�blico para viabilizar a��es na Justi�a. Mas com a formula��o da MP pela presidente da Rep�blica, o trabalho direto da administra��o p�blica encontrou respaldo legal. A medida provis�ria diz que o ingresso for�ado deve preservar a integridade do im�vel.