
Os moradores pedem presen�a efetiva da Pol�cia Militar e da Guarda Municipal, principalmente � noite. A entidade negocia com a corpora��o um ponto de observa��o e vigil�ncia (Pove). De acordo com Alberto, n�o seria uma estrutura fixa, mas uma equipe de policiais para circular por todo o bairro. Os moradores se queixam dos bailes funk que acontecem no espa�o p�blico depois das 22h, descumprindo a Lei do Sil�ncio, e dos motociclistas e motoristas que transformam a regi�o em pista de corrida durante a madrugada. “Defendemos o uso de lazer do local, que � lindo. � um espa�o para contempla��o para todos n�s, moradores e pessoas de outras �reas da cidade. A reclama��o n�o contra pobre ou rico, � contra a marginalidade que toma conta da pra�a por meio do uso abusivo e venda de drogas”, afirma Alberto.
Na avalia��o dos moradores, a falta de fiscaliza��o do trabalho de ambulantes contribui para o descontrole da seguran�a na regi�o. Alberto defende que os vendedores atuem at� as 22h e n�o estendam o trabalho na madrugada. “Falta � prefeitura fiscalizar os ambulantes e permitir que atuem apenas os que s�o cadastrados. Muita gente pensa que n�o queremos que as pessoas usem a pra�a. N�o � isso. S� queremos o cumprimento da lei. Em determinados hor�rios, voc� encontra at� menores consumindo drogas por aqui.”
O cirurgi�o pl�stico Eduardo Nigri, de 55, e a mulher, a advogada Rute Nigri, de 51, participaram do ato. “� uma tentativa de sensibilizar a popula��o sobre os problemas enfrentados na pra�a. � um lugar p�blico muito agrad�vel, que est� sendo mal utilizado devido ao uso de drogas por jovens e a m�sica em volume muito alto. Tudo isso atrai a viol�ncia. Pedimos que as autoridades deem aten��o no que tange � seguran�a”, diz Eduardo. Rute lembra que, durante o dia, a pra�a � bastante familiar. “Vem muita crian�a, namorados durante o dia. Quando come�a a noite, a pra�a se transforma. Vem a baderna, vem o tr�fico, vem a droga.”

Embora a manifesta��o fosse pela paz, os moradores resolveram usar o preto devido �s mortes que ocorreram e tamb�m para denunciar a deteriora��o da regi�o. “� uma manifesta��o de luto pela perda de qualidade da pra�a. Nos manifestamos tamb�m pela perda da vida de dois jovens”, defendeu a advogada Aparecida Lopes Can�ado, de 68. Para ela, a realiza��o de bailes funk desvirtua a voca��o do espa�o p�blico, que recebe eventos de medita��o, fam�lias e namorados em piqueniques. “A pra�a � para crian�as e fam�lias que querem desfrutar. � o cora��o do bairro, mas � uma pra�a de toda a cidade. � refer�ncia para os cat�licos. De repente, est� perdendo tudo isso e as fam�lias se afastaram.” O assessor de comunica��o da associa��o de moradores, Marcelo Marinho, informou que a entidade entrou em contato com a PM, BHTrans, Regional Centro-Sul e Funda��o Municipal de Parques e Jardins para a��es de valoriza��o da pra�a. A entidade espera que, at� julho, sejam instaladas tr�s c�meras de monitoramento na �rea.
Mem�ria - Problemas come�aram em 2011
H� pelo menos cinco anos a Pra�a do Papa tem sido ocupada � noite por grupos de jovens que usam carros com o som ligado a todo volume, bebem, usam drogas, muitas vezes em eventos que se estendem pela madrugada. Em fevereiro de 2011, equipe de reportagem do EM acompanhou uma “festa” no meio da pra�a, com menores bebendo, consumindo drogas e dan�ando na frente dos ve�culos. A PM fez blitz no local logo depois da publica��o da den�ncia, mas poucos meses depois os problemas voltaram, tornando-se frequentes desde ent�o. O �pice da viol�ncia foi o assassinato do casal Vitor Almeida de Oliveira, de 23 anos, e Lara Ferraz Medina da Silva, de 16, no come�o deste m�s. At� o momento, nenhum envolvido no duplo homic�dio foi preso.