(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

'Levar para a rua faz mais bem do que alongamento em cl�nica', diz fisioterapeuta sobre inclus�o

Felipe Ribeiro coordena projeto 'Patrim�nio e acessibilidade', que tem o objetivo de levar pessoas com defici�ncia f�sica, sensorial ou intelectual a passeios em locais p�blicos importantes da cidade como o conjunto arquitet�nico da Pampulha e o Circuito Cultural da Pra�a da Liberdade


postado em 06/03/2016 06:00 / atualizado em 06/03/2016 09:45

Visitantes participaram de brincadeiras antes do tour com explicações em Libras e profissionais treinados em audiodescrição(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Visitantes participaram de brincadeiras antes do tour com explica��es em Libras e profissionais treinados em audiodescri��o (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

“Eles querem � viver. Querem participar da cidade.” A reflex�o � do fisioterapeuta Felipe Ribeiro, que coordena o projeto Belo Horizonte – Patrim�nio e acessibilidade. Nesse s�bado, a iniciativa levou 57 pessoas com defici�ncia f�sica, sensorial ou intelectual para um tour mediado pelo conjunto arquitet�nico da Pampulha. Divididos em grupos, os participantes visitaram o Museu de Arte, a Casa do Baile e a Casa Kubitschek.

Desenvolvido com apoio da Funda��o Municipal de Cultura, o projeto teve in�cio em 21 de fevereiro, com uma visita ao Circuito Cultural da Pra�a da Liberdade. A iniciativa oferece transporte, ingressos e lanches. O encerramento ser� no dia 12, com uma oficina de ritmos populares e apresenta��o da Bateria Imperatriz Mineira, no N�cleo de Estudos da Cultura Popular (Necup). Os locais foram escolhidos por abrigarem acervos mais significativos sobre o patrim�nio de Minas Gerais.

Formado em fisioterapia em 2008, o coordenador Felipe descobriu, na pr�tica, que fazer reabilita��o f�sica dentro de cl�nica e seguir o lema “se adapte para ser aceito na sociedade” n�o era o ideal. “Eu vi que simplesmente levar para a rua fazia muito mais bem do que fazer alongamento em uma cl�nica”, conta. Assim surgiu a ideia do projeto, que j� foi realizado com sucesso em Salvador (BA).

Respons�vel pela produ��o da iniciativa, a muse�loga Viviane Santos explica que a acessibilidade cultural contempla dois aspectos: a arquitetura e o atitudinal. “N�o basta ter rampa e banheiro adaptado. � preciso saber receber. As rampas normalmente ficam no fundo ou na lateral do pr�dio. Voc� quer entrar � pela porta da frente”, observa. Para ela, o patrim�nio deve estar a servi�o das pessoas.

O tour � acess�vel em Libras e conta com profissionais treinados em audiodescri��o, fora uma equipe multidisciplinar, com psic�logo, fisioterapeuta e pessoas formadas em turismo e belas- artes. “A ideia � que cada um, a partir do seu saber pr�prio, possa contribuir para que esse evento aconte�a”, descreve Viviane.

Inclus�o Os baianos Adriano e Pedro Henrique Cruz, ambos com defici�ncia intelectual leve, vieram a Minas s� para participar da vers�o mineira do projeto. Adriano estava curioso em conhecer a Casa Kubitschek, que foi resid�ncia do ex-presidente Juscelino. “Achei o projeto �timo. Sinto falta da inclus�o social. Quando estou com o Felipe � como se ele fosse o meu tutor”, conta. J� Pedro relata que visitou espa�os culturais em Portugal, Espanha e Chile, mas que n�o viu nenhuma iniciativa como essa. “Tem a quest�o do tato tamb�m. Tem gente que n�o pode ver, � s� na audi��o. Deveria ter esse acompanhamento sempre em todos os museus”, diz.

O casal Vagner Figueiredo e La�s Drumond, ambos surdos, aprovou a tradu��o simult�nea para Libras em todas as atividades. “Quando vou a um lugar e n�o tem int�rprete de Libras, vou embora. Eu quero que tenha acessibilidade”, diz La�s. � a filha Ludmila, ouvinte, que do “alto” dos seus 5 anos d� uma m�ozinha aos pais quando consegue.

A fam�lia foi convidada para compartilhar o momento de lazer. Rosa Maria de Lima levou a filha Karine Gleice, deficiente intelectual de 32 anos, para conhecer a Pampulha. “Muitas atividades da Apae foram cortadas pelo governo. E nas regionais Norte e Nordeste n�o vejo nada. Podia ter mais cultura”, reclama Rosa.

Adriane Cristina da Cruz, presidente da Associa��o M�es que Informam (AMI), levou Jo�o Pedro, cadeirante com defici�ncia intelectual, para curtir o passeio. “� limita��o, n�o impossibilidade. O que tem para pessoa com defici�ncia em BH? Quem divulga? Onde que est�? N�o existe pol�tica p�blica”, reclama.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)