
� o que fica evidente em um dos cruzamentos mais valorizados da capital, na esquina da Rua Gon�alves Dias com a Avenida Jo�o Pinheiro, na Pra�a da Liberdade. L�, moradores reclamam da situa��o do antigo pr�dio do Instituto de Previd�ncia dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), que passa por obras para se tornar a Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais. O aposentado Oscar Claro conta que a preocupa��o com a �gua parada no terra�o do pr�dio se arrasta h� dois anos e leva risco a moradores e frequentadores da pra�a. A esposa dele, Cl�udia Claro, que � arquiteta, acredita que a solu��o definitiva seja uma reforma. “Os pr�dios pr�ximos n�o t�m �gua no terra�o e nesse h� grande chance de haver focos”, afirma ela, que j� procurou, sem sucesso, respons�veis pela obra e a Prefeitura de Belo Horizonte para resolver o problema.
LAGOS DE MOSQUITOS Longe dali, mas despertando n�vel de preocupa��o at� maior, est� a Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV), na Avenida Silva Lobo, no Bairro Calafate (Regi�o Oeste de BH), administrada pelo Servi�o de Limpeza Urbana (SLU) da prefeitura, onde h� “pneus, garrafas, vasilhas com �gua parada, lixo acumulado e in�meros focos do mosquito”, segundo o Sindicato dos Servidores P�blicos Municipais (Sindibel). De acordo com a entidade, sempre que chove h� reten��o de �gua no local. Ontem mesmo, em uma das po�as era poss�vel ver in�meros mosquitos. “Somos colocados em risco o tempo todo”, disse um dos trabalhadores da URPV, que n�o quis se identificar.
Segundo o sindicato, a situa��o exemplifica o que ocorre em outros locais sob responsabilidade da PBH. “Ainda vemos lixo espalhado pela cidade, principalmente em bairros mais afastados. Enquanto todos est�o tomando cuidado em suas casas, a prefeitura n�o vem fazendo sua parte”, disse o diretor da �rea da SLU no Sindibel, Robson Machado.
E os problemas n�o se restringem � periferia. Em pleno Centro, na Rua Guaicurus, pr�dios que abrigar�o o novo f�rum de Justi�a do Trabalho da capital permanecem fechados e elevam a apreens�o quanto � prolifera��o do mosquito nas estruturas que j� abrigaram a Faculdade de Engenharia da UFMG. O Tribunal Regional do Trabalho, no entanto, informa que a inspe��o � feita diariamente e que n�o foram detectados focos de dengue no espa�o.
Tamb�m na Regi�o Centro-Sul, na Avenida Prudente de Morais, Bairro Cidade Jardim, o abandono do antigo pr�dio da superintend�ncia regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) incomoda moradores e pessoas que trabalham por perto. Porteiro de um pr�dio vizinho, Henrique Gualberto conta que a reclama��o de quem vive no local � constante. “Limparam a parte de fora na semana passada, mas antes tinha muito entulho. Agora ningu�m sabe o que tem l� dentro”, diz, ao lembrar a entrada de �gua pelos espa�os onde antes ficavam os aparelhos de ar-condicionado do edif�cio.
Sobre o pr�dio, a Regional Centro-Sul confirma ter registrado reclama��es de moradores. J� o Dnit informou que a constru��o deixou de abrigar sua sede h� dois anos e meio, e que a equipe de Controle de Zoonoses da PBH realiza visitas ao local regularmente. A �ltima teria ocorrido h� 15 dias e em nenhuma delas, segundo o �rg�o, foram encontrados focos do mosquito nem situa��es prop�cias ao seu aparecimento.
Procurada, a Secretaria Municipal de Sa�de n�o informou como � feito o monitoramento em pr�dios p�blicos. Quanto ao antigo edif�cio do Ipsemg, afirmou que agentes de Controle de Zoonoses da Regional Centro-Sul realizam visitas peri�dicas para identificar poss�veis focos do mosquito no espa�o, que teria sido considerado ponto estrat�gico durante alguns meses, at� que todas as solicita��es de controle ambiental fossem atendidas.
A Secretaria de Transportes e Obras P�blicas (Setop) respondeu em nota que desde fevereiro est� desenvolvendo uma campanha para erradicar poss�veis criat�rios e que a antiga sede do Ipsemg passou por desinsetiza��o preventiva na semana passada. Al�m disso, argumentou, h� trabalho constante de elimina��o de po�as de �gua que se formam neste per�odo de chuvas.
A SLU informou que o aumento de demanda de res�duos enviados para a unidade na Avenida Silva Lobo “� resultado da intensa campanha da prefeitura de combate ao mosquito Aedes aegypti” e que desde s�bado os res�duos est�o sendo removidos por equipes da Ger�ncia Regional de Limpeza Urbana Oeste, o que diminuir�, nos pr�ximos dias, o volume de materiais no local.


Palavra de especialista
Ant�nio Carlos Toledo, infectologista e diretor da Sociedade Mineira de Infectologia
Mudan�a de foco
“O mosquito est� em qualquer lugar em que encontra condi��o prop�cia, e demora uma semana para se reproduzir. �gua parada por uma semana se torna efetivamente um criat�rio, assim como os locais fechados, onde lixo � arremessado ou em que � dif�cil o acesso. Quando acabar o per�odo de chuva, teremos o boom de reprodu��o, e s� combater criat�rios nas casas das pessoas � insuficiente. Precisamos de outras estrat�gias, que v�o al�m de simplesmente manter foco na atitude individual. A solu��o passa pelo uso de v�rias ferramentas. � preciso fazer mais ou diferente do que est� sendo feito.”