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Estado de Minas

Com campanhas concentradas nas moradias, amea�a da dengue tamb�m est� nos pr�dios p�blicos

Vizinhos de pr�dios p�blicos est�o apreensivos com qualquer ac�mulo de �gua que possa contribuir com a prolifera��o do Aedes aegypti


postado em 15/03/2016 06:00 / atualizado em 15/03/2016 08:01

Vizinho ao antigo prédio do Ipsemg em endereço nobre da região central de BH, aposentado Oscar Claro observa com preocupação as poças d'água que se formam no terraço do edifício. Problema já dura dois anos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Vizinho ao antigo pr�dio do Ipsemg em endere�o nobre da regi�o central de BH, aposentado Oscar Claro observa com preocupa��o as po�as d'�gua que se formam no terra�o do edif�cio. Problema j� dura dois anos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
As campanhas que chamam a aten��o para a necessidade urgente de combate ao mosquito Aedes aegypti em todos os ambientes n�o enfrentam apenas a miss�o de mobilizar os cidad�os a cuidar de suas casas: enfrentam tamb�m o desafio de convencer as pr�prias autoridades a fazer sua parte em pr�dios e espa�os p�blicos. Em locais sob administra��o dos tr�s n�veis de governo, muitas vezes abandonados, tamb�m est�o focos do transmissor da dengue, zika e chikungunya. Em Minas, segundo �ltimo balan�o do Minist�rio da Sa�de, 7,1 milh�es de im�veis foram vistoriados por agentes de sa�de e 1,7 milh�o estavam fechados ou tiveram recusa de acesso, entre eles moradias e pr�dios p�blicos, comerciais e industriais.


Na sexta-feira, em visita � Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – onde poss�veis criat�rios foram eliminados com a coloca��o de pedras e brita em locais que poderiam acumular �gua – o secret�rio estadual de Sa�de, Fausto Pereira, lembrou a import�ncia de fiscalizar espa�os p�blicos no momento de epidemia. “N�o podemos cobrar da sociedade se os �rg�os p�blicos, que devem ser exemplo, n�o fizerem a sua parte”, disse, em discurso aos alunos. No entanto, basta andar pelas ruas da capital para notar que muito ainda precisa ser feito para que o alerta surta efeito.

� o que fica evidente em um dos cruzamentos mais valorizados da capital, na esquina da Rua Gon�alves Dias com a Avenida Jo�o Pinheiro, na Pra�a da Liberdade. L�, moradores reclamam da situa��o do antigo pr�dio do Instituto de Previd�ncia dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), que passa por obras para se tornar a Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais. O aposentado Oscar Claro conta que a preocupa��o com a �gua parada no terra�o do pr�dio se arrasta h� dois anos e leva risco a moradores e frequentadores da pra�a. A esposa dele, Cl�udia Claro, que � arquiteta, acredita que a solu��o definitiva seja uma reforma. “Os pr�dios pr�ximos n�o t�m �gua no terra�o e nesse h� grande chance de haver focos”, afirma ela, que j� procurou, sem sucesso, respons�veis pela obra e a Prefeitura de Belo Horizonte para resolver o problema.

LAGOS DE MOSQUITOS
Longe dali, mas despertando n�vel de preocupa��o at� maior, est� a Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV), na Avenida Silva Lobo, no Bairro Calafate (Regi�o Oeste de BH), administrada pelo Servi�o de Limpeza Urbana (SLU) da prefeitura, onde h� “pneus, garrafas, vasilhas com �gua parada, lixo acumulado e in�meros focos do mosquito”, segundo o Sindicato dos Servidores P�blicos Municipais (Sindibel). De acordo com a entidade, sempre que chove h� reten��o de �gua no local. Ontem mesmo, em uma das po�as era poss�vel ver in�meros mosquitos. “Somos colocados em risco o tempo todo”, disse um dos trabalhadores da URPV, que n�o quis se identificar.

Segundo o sindicato, a situa��o exemplifica o que ocorre em outros locais sob responsabilidade da PBH. “Ainda vemos lixo espalhado pela cidade, principalmente em bairros mais afastados. Enquanto todos est�o tomando cuidado em suas casas, a prefeitura n�o vem fazendo sua parte”, disse o diretor da �rea da SLU no Sindibel, Robson Machado.

E os problemas n�o se restringem � periferia. Em pleno Centro, na Rua Guaicurus, pr�dios que abrigar�o o novo f�rum de Justi�a do Trabalho da capital permanecem fechados e elevam a apreens�o quanto � prolifera��o do mosquito nas estruturas que j� abrigaram a Faculdade de Engenharia da UFMG. O Tribunal Regional do Trabalho, no entanto, informa que a inspe��o � feita diariamente e que n�o foram detectados focos de dengue no espa�o.

Tamb�m na Regi�o Centro-Sul, na Avenida Prudente de Morais, Bairro Cidade Jardim, o abandono do antigo pr�dio da superintend�ncia regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) incomoda moradores e pessoas que trabalham por perto. Porteiro de um pr�dio vizinho, Henrique Gualberto conta que a reclama��o de quem vive no local � constante. “Limparam a parte de fora na semana passada, mas antes tinha muito entulho. Agora ningu�m sabe o que tem l� dentro”, diz, ao lembrar a entrada de �gua pelos espa�os onde antes ficavam os aparelhos de ar-condicionado do edif�cio.

Sobre o pr�dio, a Regional Centro-Sul confirma ter registrado reclama��es de moradores. J� o Dnit informou que a constru��o deixou de abrigar sua sede h� dois anos e meio, e que a equipe de Controle de Zoonoses da PBH realiza visitas ao local regularmente. A �ltima teria ocorrido h� 15 dias e em nenhuma delas, segundo o �rg�o, foram encontrados focos do mosquito nem situa��es prop�cias ao seu aparecimento.

Procurada, a Secretaria Municipal de Sa�de n�o informou como � feito o monitoramento em pr�dios p�blicos. Quanto ao antigo edif�cio do Ipsemg, afirmou que agentes de Controle de Zoonoses da Regional Centro-Sul realizam visitas peri�dicas para identificar poss�veis focos do mosquito no espa�o, que teria sido considerado ponto estrat�gico durante alguns meses, at� que todas as solicita��es de controle ambiental fossem atendidas.


A Secretaria de Transportes e Obras P�blicas (Setop) respondeu em nota que desde fevereiro est� desenvolvendo uma campanha para erradicar poss�veis criat�rios e que a antiga sede do Ipsemg passou por desinsetiza��o preventiva na semana passada. Al�m disso, argumentou, h� trabalho constante de elimina��o de po�as de �gua que se formam neste per�odo de chuvas.


A SLU informou que o aumento de demanda de res�duos enviados para a unidade na Avenida Silva Lobo “� resultado da intensa campanha da prefeitura de combate ao mosquito Aedes aegypti” e que desde s�bado os res�duos est�o sendo removidos por equipes da Ger�ncia Regional de Limpeza Urbana Oeste, o que diminuir�, nos pr�ximos dias, o volume de materiais no local.

Perigo exposto: mosquitos se multiplicam em água parada no pátio de unidade da SLU no Bairro Calafate(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Perigo exposto: mosquitos se multiplicam em �gua parada no p�tio de unidade da SLU no Bairro Calafate (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


Palavra de especialista


Ant�nio Carlos Toledo, infectologista e diretor da Sociedade Mineira de Infectologia

Mudan�a de foco

“O mosquito est� em qualquer lugar em que encontra condi��o prop�cia, e demora uma semana para se reproduzir. �gua parada por uma semana se torna efetivamente um criat�rio, assim como os locais fechados, onde lixo � arremessado ou em que � dif�cil o acesso. Quando acabar o per�odo de chuva, teremos o boom de reprodu��o, e s� combater criat�rios nas casas das pessoas � insuficiente. Precisamos de outras estrat�gias, que v�o al�m de simplesmente manter foco na atitude individual. A solu��o passa pelo uso de v�rias ferramentas. � preciso fazer mais ou diferente do que est� sendo feito.”


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