(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cine Santa Tereza renasce remodelado em abril

Espa�o volta � ativa como o primeiro cinema p�blico de BH e vai oferecer ainda sala multimeios, biblioteca com obras espec�ficas sobre artes audiovisuais e videoteca


postado em 17/03/2016 06:00 / atualizado em 17/03/2016 07:13

A sala de exibições vai oferecer mostras, filmes de arte e produções independentes e autorais gratuitamente, de quarta-feira a domingo(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A sala de exibi��es vai oferecer mostras, filmes de arte e produ��es independentes e autorais gratuitamente, de quarta-feira a domingo (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Luz, c�mera, a��o...e arte! Depois de 12 anos fechado, um monumento s�mbolo do Bairro Santa Tereza, na Regi�o Leste de Belo Horizonte, vai voltar �s origens e � ativa em grande estilo. No m�s que vem, o Cine Santa Tereza, na Pra�a Duque de Caxias, ser� finalmente reaberto aos admiradores da s�tima arte com o status de primeiro cinema p�blico de rua da capital. Constru�do em 1942, com projeto do arquiteto italiano Raffaello Berti (1900-1972), o local, que contemplar� todo o universo audiovisual al�m da sala escura, est� na fase final de obras, embora j� exibindo todo o clima prop�cio � cultura, � divers�o e, principalmente, ao prazer de se assistir a um bom filme num lugar concebido para isso.


O novo equipamento vai se chamar MIS Cine Santa Tereza, pois est� vinculado ao Museu da Imagem e do Som (MIS) da Funda��o Municipal de Cultura/Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Os ingressos ser�o gratuitos, com exibi��es de quarta-feira a domingo, contemplando filmes de arte, produ��es independentes e autorais, mostras especiais e outros nacionais e mineiros, entre longas, curtas e document�rios. Para a abertura, ser� apresentado um filme de cineasta mineiro, rec�m-restaurado. O nome da pel�cula ainda � surpresa, mas a data poder� ser 5, 10 ou 18 de abril. “Trata-se de mais uma iniciativa para levar as pessoas para a rua, tir�-las dos ambientes fechados, como vem ocorrendo ultimamente com a Virada Cultura, a interdi��o do Viaduto Santa Tereza, uma vez por m�s, o carnaval e outros eventos”, diz o presidente da FMC, arquiteto Le�nidas Oliveira.

Le�nidas explica que, nos �ltimos anos, foram gastos mais de R$ 4 milh�es para recuperar e equipar o pr�dio em estilo art d�co, sendo de in�cio empregados recursos de R$ 1,5 milh�o da empresa Vale, quando o local se transformaria em centro cultural. “Nos �ltimos dois anos, nos esfor�amos para dotar o pr�dio de todos os equipamentos, fazer o tratamento ac�stico e comprar tudo de qualidade. S� o projetor 4k, com alt�ssima resolu��o de imagem, custou R$ 1,1 milh�o”, afirma o presidente da FMC.

Entusiasmado com a recupera��o do Santa Tereza, um patrim�nio protegido, que ter� outras novidades al�m da tela grande, Le�nidas ressalta que esse � o primeiro dos antigos cinemas de rua de BH a voltar a funcionar como sala de proje��o. Muitos dos pioneiros seguiram caminhos diversos, bem longe da sua fun��o original: viraram igrejas evang�licas, estacionamento ou pegaram fogo. “Nossa maior alegria � traz�-lo de volta como cinema, no Bairro Santa Tereza, que � tombado pelo munic�pio. Na verdade, � uma sala de todos os belo-horizontinos”, afirma o dirigente.

NO ESCURINHO

Na tarde de ontem, as gestoras do MIS Cine Santa Tereza, Ana Am�lia Lage Martins, e do MIS, Siomara Faria, mostraram o espa�o, em primeira m�o, ao Estado de Minas. Foi como um trailer de um filme que promete sucesso, depois da longa espera e muita expectativa. O barulho no ambiente, por enquanto, � das furadeiras e n�o de uma boa trilha sonora, nem o movimento � da plateia, e sim dos trabalhadores. Mesmo assim, h� conforto nas 122 poltronas vermelhas, com bra�o de madeira, tela grande e projetores de �ltima gera��o � espera do p�blico. “Procuramos oferecer comodidade e ser fi�is �s poltronas originais”, diz Le�nidas.

Com �rea constru�da de 1,1 mil metros quadrados e dividido em dois pavimentos, o MIS Cine Santa Tereza ter�, no primeiro andar, no n�vel da pra�a, uma sala multimeios com isolamento ac�stico para exposi��es, oficinas, palestras, resid�ncia art�stica, a��es educativas e outras atividades. No mesmo n�vel, os moradores e visitantes ter�o a seu dispor uma biblioteca integrada � rede municipal, contendo obras espec�ficas sobre as artes audiovisuais, especialmente o cinema, al�m de acervo destinado ao p�blico infantil, obras liter�rias, de humanidades, ci�ncias sociais, enfim, do conhecimento. Para incrementar o setor, a FMC adquiriu recentemente mil t�tulos e vai oferecer tamb�m videoteca.

Percorrendo os corredores e ambientes, Ana Am�lia, com mestrado e doutorado em ci�ncias da informa��o, e Siomara, com mestrado na �rea de cinema, ressaltam a preocupa��o com a qualidade dos equipamentos. Na sala de proje��es, Ana Am�lia adianta que o local est� preparado para exibir filmes em pel�cula, contando com um equipamento de 35mm.

USOS Pintado de verde, o pr�dio j� teve v�rios usos, desde que encerrou as atividades em fevereiro de 1980. Desde ent�o, foi danceteria e casa de shows – o Cine Tereza Cine Show –, onde se apresentaram grandes astros da m�sica, e outras boates, algumas pol�micas. “Agora, volta a ser uma sala escura de cinema”, diz Siomara, lembrando que o MIS completa 21 anos, pois incorporou o Centro de Refer�ncia Audiovisual (Crav) criado em 1995. “Este cinema de rua, recuperado, vai na contram�o de todos os que sumiram da cena cultural de BH.” Ana Am�lia acrescenta que o MIS Cine Santa Tereza promover� mostras, festivais e lan�amento de filmes.

Construído em 1942 com projeto de Raffaello Berti, o prédio está em reforma e passará a integrar o Museu da Imagem e do Som(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Constru�do em 1942 com projeto de Raffaello Berti, o pr�dio est� em reforma e passar� a integrar o Museu da Imagem e do Som (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Saiba mais

O ARQUITETO

O italiano Raffaello Berti (1900-1972) nasceu em Colla Salvetti, na Prov�ncia de Pisa. Chegou a Belo Horizonte em 1929 com a inten��o de passar apenas seis meses. Ficou at� o fim dos seus dias. Participou da funda��o da Escola de Arquitetura da UFMG, onde lecionou desenho art�stico, arquitetura paisag�stica e composi��o decorativa. Fez mais de 500 projetos em BH e no interior de Minas, entre eles o pr�dio da prefeitura, o Cine Metr�pole (demolido), hospitais, escolas e resid�ncias em estilo art d�co e alguns j� com linhas modernistas. O Cine Santa Tereza, tamb�m com projeto de Berti, come�ou a funcionar em 1944.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)