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Estado de Minas

Investiga��o liga pichador da Igrejinha da Pampulha a organiza��o criminosa

Homem que vandalizou cart�o-postal de BH � preso sob suspeita de integrar grupo que faz apologia do crime. Pol�cia vasculha casa de outros supostos membros da gangue


postado em 08/04/2016 06:00 / atualizado em 08/04/2016 07:45

A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em loja de material de grafite que, segundo os investigadores, propagandeia o crime ambiental de pichação. Foram necessárias quatro viaturas para levar os produtos, incluindo peças com inscrições de gangues(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
A pol�cia cumpriu mandado de busca e apreens�o em loja de material de grafite que, segundo os investigadores, propagandeia o crime ambiental de picha��o. Foram necess�rias quatro viaturas para levar os produtos, incluindo pe�as com inscri��es de gangues (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
A atua��o de M�rio Augusto Faleiro Neto, o Maru, de 25 anos, motoboy, em grupos de pichadores, bem como a apologia aos atos de vandalismo contra o patrim�nio de Belo Horizonte, levou a Justi�a a decretar a pris�o do homem que pichou, na madrugada do dia 21, a Igreja de S�o Francisco de Assis, na Pampulha, revoltando a popula��o da cidade e ganhando repercuss�o nacional. A picha��o em um dos principais monumentos da capital mineira fez com que M�rio fosse ouvido na delegacia, mas como esse tipo de ato � considerado um crime de menor potencial ofensivo, ele n�o ficou preso naquela ocasi�o. Desta vez, a Pol�cia Civil desenvolveu uma investiga��o que o coloca como participante de uma organiza��o criminosa e o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) representou por seu pedido de pris�o preventiva, tamb�m levando em considera��o a repercuss�o social do vandalismo na igrejinha. Ontem, os dois �rg�os se juntaram � Pol�cia Militar e colocaram em pr�tica uma opera��o que, al�m da pris�o e apreens�o de materiais na casa de M�rio, cumpriu mandados de busca e apreens�o na casa de outros dois pichadores.


Um dos alvos foi o pichador Marcelo Augusto de Freitas, de 20, conhecido pelo codinome Frek, parceiro de M�rio e tamb�m morador de Ibirit�, na Grande BH. O segundo foi Jo�o Marcelo Ferreira Capel�o, de 33, o Goma, que, segundo a Pol�cia Civil, � um dos pichadores mais conhecidos em Belo Horizonte. Atualmente, ele � dono de uma loja de artigos para grafite e a p�gina dele no Facebook conta com mais de 10 mil seguidores. Goma chegou a dar trabalho aos militares do 34º Batalh�o da PM, pois tentou fugir de casa no momento em que os policiais chegaram ao endere�o dele no Bairro Gl�ria, na Regi�o Noroeste de BH. “Ele pulou o muro de v�rias casas, saindo no quarteir�o de tr�s. Mas como fizemos um cerco ao local, ele acabou sendo detido naquele momento e informado de que t�nhamos um mandado de busca e apreens�o a ser cumprido na casa dele”, afirma o subtenente Hely Janu�rio. Na casa de Jo�o Marcelo tamb�m funciona a loja de artigos para grafite. Foram apreendidas caixas de tinta spray, rolos, pinc�is, pulverizadores manuais de tinta, camisas, bon�s, mochilas e outros materiais, que estavam expostos para a venda.

Segundo investigadores da Pol�cia Civil ouvidos pelo Estado de Minas, o material s� foi apreendido porque faz apologia ao crime ambiental da picha��o, como as camisas e bon�s com inscri��es sobre a atividade. Foram necess�rias quatro viaturas da PM para carregar todos os produtos. Uma das pe�as de roupa traz a inscri��o “Banca Nervosa”, o que para a pol�cia � uma das tr�s gangues em que eles atuam. As outras duas seriam “Cartel do Sub�rbio” e “V�ndalos Sinistros de Ibirit�”. O delegado Alo�sio Fagundes, da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, ressaltou que a associa��o entre os tr�s continua sendo investigada. “Diante da grande repercuss�o social que teve o caso da igrejinha, a pol�cia est� agindo. Que sirva de reflex�o para todos que est�o atuando dessa forma. Principalmente levando-se em considera��o que foi um bem tombado em tr�s esferas: federal, estadual e municipal”, afirma o policial.

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
Longe na Regi�o Noroeste de BH, em Ibirit�, uma frente comandada pela Pol�cia Civil visitou os endere�os de M�rio Augusto e de Marcelo. Na casa do primeiro, a pol�cia apreendeu dois celulares e um cart�o de mem�ria, al�m de pincel e tinta. J� com o segundo foram apreendidos computador, pendrive, duas m�quinas fotogr�ficas e um celular. Segundo a Pol�cia Civil, M�rio e Marcelo picham juntos. J� Jo�o Marcelo � bastante conhecido por picha��es em lugares extremamente improv�veis em Belo Horizonte. Atualmente, ele fornecia material para muitos v�ndalos, segundo fontes ligadas �s investiga��es. Ele esbravejou com os policiais militares e n�o quis seguir para a delegacia quando teve quase toda a loja apreendida, j� que n�o era alvo de mandado de pris�o.

RESPOSTA PROPORCIONAL A decis�o que garantiu a pris�o de M�rio, que est� detido em S�o Joaquim de Bicas, na Grande BH, e a busca nas casas dos outros dois alvos foi dada pela ju�za Lucimeire Rocha, da Vara Criminal de Inqu�ritos Policiais de Belo Horizonte. No despacho, a magistrada resume a alega��o do MPMG, que ressalta que a pris�o tem o poder de inibir a continuidade dos atos de vandalismo e assegurar a ordem p�blica, dada a indigna��o que a infra��o na igrejinha provocou. Lucimeire Rocha destacou que “a ordem p�blica � representada pela necessidade de assegurar a credibilidade das institui��es p�blicas em rela��o � visibilidade de pol�ticas de persecu��o criminal” e, por isso, a “resposta tem que ser proporcional ao dano”.

O advogado de M�rio Augusto, Felipe Soares, diz que vai entrar com um pedido de relaxamento da pris�o porque considera que seu cliente n�o representa risco ao andamento das investiga��es. Soares criticou o fato de a Pol�cia Civil e o MP apontarem que M�rio participa de uma organiza��o criminosa, sendo que s� ele foi preso. “Isso mostra que o fundamento para a pris�o foi a picha��o da igrejinha”, afirma o advogado. A pena pelo crime de picha��o de um bem tombado � de seis meses a um ano de deten��o e a de associa��o criminosa, um ano. A reportagem entrou em contato com Jo�o Marcelo, que prometeu enviar um texto com seu posicionamento at� o fechamento desta edi��o, o que n�o ocorreu. Marcelo n�o foi encontrado para comentar as acusa��es da Pol�cia Civil. (Com Gustavo Werneck).


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