
Em apenas dois dias, escolas localizadas em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, registraram pelo menos quatro casos de agress�o envolvendo alunos, professores e pais de estudante. Depois que uma jovem de 17 anos esfaqueou uma colega de 15 em uma unidade educacional do munic�pio, na ter�a-feira, aparentemente por ci�mes, ontem mais tr�s epis�dios demandaram interven��o da Pol�cia Militar na cidade. Em um deles, a m�e de um aluno de 7 anos e uma professora apresentaram vers�es diferentes para o que foi registrado pela PM como les�o corporal. Testemunhas disseram que a cuidadora de idosos Iuny Dutra, de 28, partiu para cima de uma professora aos socos e empurr�es. As agress�es s� n�o foram mais s�rias porque outras educadoras interviram e evitaram o pior. O motivo seriam maus-tratos praticados pela profissional contra o filho de Iuny, o que � negado pela professora. Em outros dois casos, estudantes brigaram dentro de sala e professores se machucaram ao tentar separ�-los.
Segundo a PM, o primeiro caso de ontem ocorreu na Escola Municipal Maria das Gra�as Teixeira Braga, no Bairro S�o Benedito. A professora agredida, de 48 anos, que preferiu n�o se identificar, disse lecionar desde 1993, sendo que os �ltimos 13 anos foram trabalhados na unidade. Com 23 anos de experi�ncia, ela conta que se surpreendeu com o que chamou de agress�es gratuitas. “O filho dela � uma crian�a que tem dado alguns problemas, pois n�o respeita o ambiente da sala, levanta-se a toda hora do lugar e faz coisas que n�o deveria”, conta a educadora. Uma dessas atitudes teria sido repreendida por ela com uma advert�ncia oral, mas n�o foi o que a m�e disse ter escutado do filho. “Ele contou que a professora passou uma atividade para os colegas irem entregando de m�o em m�o. Um deles n�o quis passar o papel e meu filho se levantou. A�, ela puxou o bra�o dele e torceu para tr�s, mostrando como deveria passar a atividade para o de tr�s”, sustenta Iuny Dutra. A m�e diz ainda que o epis�dio foi seguido por gritos no ouvido da crian�a.
Iuny chegou � escola na manh� de ontem com o marido e, de acordo com a professora, partiu logo para a agress�o. “Ela j� veio me dando socos e empurrando. Quando o marido dela amea�ou me bater tamb�m, outras professoras chegaram e intervieram”, afirma a v�tima. J� a m�e alega que apenas esbravejou e quis saber o motivo da agress�o ao filho, mas tr�s testemunhas atestam que ela bateu na educadora e que o marido esmurrou uma mesa e tamb�m amea�ou partir para a agress�o. “Um sargento da Pol�cia Militar tamb�m dava aulas na escola no momento do fato, pelo Programa Educacional de Resist�ncia �s Drogas (Proerd), e ajudou a conter os envolvidos at� a nossa chegada”, disse o cabo Matheus Romano. O militar contou ainda que, com os empurr�es, a professora caiu e sofreu um corte, por ter batido em objetos que estavam na sala da Diretoria. Ela foi atendida na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do S�o Benedito e passa bem.
Visivelmente abalada, a educadora disse ter ficado surpresa com o fato. “Em 23 anos de profiss�o, nunca passei por isso. Como educar uma crian�a se os pais n�o s�o educados? Fiquei extremamente incomodada, em estado de choque. N�o d� para admitir uma situa��o dessas”, desabafa. A Prefeitura de Santa Luzia emitiu nota endossando a vers�o da professora e dizendo que a fam�lia do garoto de 7 anos � ausente, pois n�o participa do acompanhamento escolar da crian�a nem compareceu �s reuni�es j� realizadas este ano. A m�e promete procurar a Secretaria Municipal de Educa��o para apurar as supostas agress�es que a crian�a sofreu.
ENFRENTAMENTO Os outros dois casos de viol�ncia foram registrados pela PM ainda na manh� de ontem. Um deles aconteceu na Escola Estadual Lafaiete Gon�alves, no Bairro Palmital. Um dos jovens, de 13 anos, brincava com um livro em uma das m�os, quando o objeto acertou o rosto de outro adolescente da mesma idade. A situa��o gerou uma briga repentina, com socos e chutes. Quando o professor de hist�ria da turma do 8º ano do ensino fundamental tentou intervir, acabou levando um soco no rosto. “Eu estava explicando a mat�ria e percebi uma discuss�o. Acabei tomando um soco. Nunca tinha presenciado alguma coisa desse tipo”, afirma o educador, que tamb�m pediu anonimato. Ele foi medicado na Unidade de Pronto-Atendimento do S�o Benedito e passa bem. O segundo epis�dio semelhante ocorreu na Escola Estadual Raul Teixeira da Costa, no Bairro Cristina. Uma professora tamb�m foi encaminhada � UPA depois de se ferir na tentativa de evitar uma briga entre dois alunos.