
A dengue n�o escolhe endere�o e faz v�timas em todas as regionais de Belo Horizonte. Mas, considerando os n�meros coletados nos centros de sa�de da capital, o Bairro Lindeia, na Regional Barreiro, � o que mais preocupa em quantidade de casos, com pelo menos 803 pessoas infectadas pelo Aedes aegypti. Na sequ�ncia aparecem os bairros Noraldino de Lima, na Regional Oeste, com 562 confirma��es, S�o Geraldo (Leste), com 481, Salgado Filho (Oeste), com 473, e Regina (Barreiro), com 464. A capital aparece no topo da lista da dengue entre as cidades de popula��o superior a 1 milh�o de habitantes com maior incid�ncia da doen�a (1.672 casos por 100 mil habitantes), segundo �ltimo balan�o divulgado pelo Minist�rio da Sa�de. S�o mais de 25 mil pacientes com cont�gio confirmado e outros 54,9 mil em investiga��o na cidade, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de.
No Centro de Sa�de Maria Madalena Teodoro, no Lindeia, uma faixa logo na entrada alerta a popula��o quanto � infesta��o de mosquitos na regi�o. Apesar de oficialmente a Secretaria de Sa�de contabilizar 803 infectados por dengue no bairro, um cartaz na recep��o, que tem os n�meros atualizados todos os dias, mostra que o total j� chega a 1.110 pessoas com cont�gio confirmado. Houve ainda um caso de febre chikungunya e um de zika, mas � a dengue que mais aflige os moradores.
O aposentado Ant�nio Paulo Santiago, de 68 anos, que ainda se recupera da doen�a contra�da no in�cio do m�s, agora se preocupa com o filho, que est� acamado. Ele e a esposa, a dona de casa Vanda Maria Alves Santiago, estiveram no centro de sa�de na tarde de ontem para buscar os resultados dos exames e lamentam a situa��o. “Na minha casa, cinco pessoas tiveram dengue. Eu, minha mulher, minha filha, minha nora e agora meu filho”, diz Ant�nio, que mant�m a casa livre de focos.
Na Rua Galdino, pr�xima ao centro de sa�de, a dona de casa Vanessa Carla Moreira conta que o surto virou assunto da vizinhan�a. “Quando nos encontramos sempre surge a conversa sobre quem pegou dengue. � dif�cil encontrar algu�m que n�o tenha sido picado pelo mosquito”, avalia. Na sua casa, outras cinco pessoas ficaram doentes. “Eu tive dengue e meu marido tamb�m. Agora minha irm�, meu cunhado e meu sobrinho, que est� no hospital se hidratando, est�o doentes”, conta, lembrando que v�rios mutir�es foram realizados nos �ltimos dias, quando os moradores colocaram lixo para ser retirado por caminh�es da prefeitura.
Segundo a Secretaria de Sa�de, nos mutir�es em �reas de abrang�ncia dos centros de sa�de com maior incid�ncia de casos, mais de 160 toneladas de lixo foram recolhidas. Um total de 66 toneladas no Barreiro, 49 toneladas no S�o Geraldo, 14 toneladas no Salgado Filho e 31 toneladas no Regina. Os n�meros do Bairro Noraldino de Lima n�o foram informados. Al�m dos mutir�es, a pasta informou que essas �reas tamb�m recebem vistorias de agentes de combate a endemias e agentes comunit�rios de sa�de. Entre os fatores que explicam o incremento no n�mero de casos nessas regi�es, a secretaria destacou a intensa presen�a do vetor, condi��es clim�ticas prop�cias, suscetibilidade da popula��o (que ainda n�o teve a doen�a e fica exposta ao v�rus) e os tipos de criat�rios existentes nesses locais, como caixas-d’�gua e reservat�rios ao n�vel do solo.