Secretaria de Sa�de detecta predomin�ncia do H1N1 em casos graves de gripe
BH investiga o que pode ser o terceiro caso da doen�a, um beb� de 10 meses. Vigil�ncia Epidemiol�gica do estado detectou predom�nio da circula��o do subtipo H1N1 sobre os demais v�rus respirat�rios em casos graves de gripe
postado em 20/04/2016 06:00 / atualizado em 20/04/2016 07:30
Refer�ncia em pediatria, Hospital Jo�o Paulo II trata paciente com suspeita da gripe e temor � pela demanda no per�odo cr�tico (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
Diante da aproxima��o do per�odo cr�tico para doen�as respirat�rias, a preocupa��o com o v�rus da gripe A H1N1 aumenta, inclusive pelo prov�vel impacto da demanda na rede p�blica de sa�de. Ontem, o Hospital Infantil Jo�o Paulo II, refer�ncia no atendimento pedi�trico no estado, informou que um beb� de 10 meses internado no �ltimo fim de semana na unidade foi diagnosticado por meio de um teste r�pido com o subtipo H1N1 da influenza A. A confirma��o depende de contraprova encaminhada � Funda��o Ezequiel Dias (Funed), mas pode ser o terceiro caso da doen�a registrado em Belo Horizonte este ano. Por�m, segundo o diretor do hospital, Lu�s Fernando Andrade de Carvalho, a crian�a veio de um munic�pio da Grande BH. A Secretaria de Estado da Sa�de (SES-MG) informou que a Vigil�ncia Epidemiol�gica detectou predom�nio da circula��o do subtipo H1N1 sobre os demais v�rus respirat�rios em casos graves de gripe. Por isso, decidiu recomendar a todos os munic�pios a antecipa��o da campanha de vacina��o, anteriormente com in�cio marcado para o dia 30, para a pr�xima segunda-feira.
O pr�-diagn�stico do paciente com H1N1 levou o Hospital Infantil Jo�o Paulo II a refor�ar o alerta j� emitido na semana passada, para que casos menos graves de doen�as respirat�rias sejam encaminhados aos postos de sa�de. Isso porque a institui��o j� trabalha com um aumento de demanda de 70% de pacientes nos primeiros tr�s meses de 2016, na compara��o com o mesmo per�odo dos �ltimos quatro anos, sendo que a temporada de maior demanda para a transmiss�o de doen�as respirat�rias, inciada em maio, ainda n�o chegou. O quadro do beb� em tratamento na unidade para o subtipo H1N1 da gripe teve agravamento para pneumonia, mas � considerado est�vel e evolui bem, conforme o m�dico Lu�s Fernando de Carvalho. Pacientes como ele costumam levar sete dias para ter alta do hospital, enquanto epis�dios menos graves podem demandar de tr�s a cinco dias de interna��o.
O diretor do Hospital Infantil Jo�o Paulo II diz que neste ano a m�dia de atendimentos na unidade bateu em 300 por dia, enquanto nos anos anteriores o n�mero girava na casa dos 200. O m�s de mar�o registrou ac�mulo de casos de dengue com o in�cio das doen�as respirat�rias, mas de agora para frente a previs�o � de que os quadros respirat�rios dominem os atendimentos. Mesmo com o alerta diante da superlota��o, Lu�s Fernando de Carvalho garante que a equipe est� preparada para acolher os casos mais s�rios. “Estamos com uma equipe estruturada que d� conta, mesmo que aumente a demanda, de atender tudo o que for grave. Agora, em quadros menos s�rios, em que a crian�a estiver bem, vai aumentar o tempo de espera. A preocupa��o nesses casos � mais com o conforto”, afirma o diretor.
DIFERENCIA��O Ele lembra que os pr�prios pais podem ajudar na hora de diferenciar casos mais leves de situa��es mais complicadas, encaminhado o que for simples para postos de sa�de. “O resfriado � um quadro mais leve: o estado geral da crian�a � bom, a febre � baixa, o nariz escorre um pouco e tem tosse. A gripe j� � um quadro mais intenso e mais importante. H� febre alta, com prostra��o e diminui��o do apetite. A m�e percebe que a crian�a n�o est� bem. E nessas condi��es o quadro pode se agravar para uma pneumonia e a� vai aparecer o cansa�o para respirar e a baixa oxigena��o do sangue”, diz o especialista.
Medo da doen�a levou Paula Roberta a procurar a unidade (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
Preocupada com a possibilidade de a filha desenvolver um quadro parecido, a monitora Paula Roberta, de 18 anos, procurou ontem o Jo�o Paulo II com Eduarda, de 4 meses. “Ela est� gripada, com febre, tossindo e espirrando muito. Fiquei preocupada com essas doen�as, como a influenza H1N1”, afirmou. Ao avaliar o atendimento, Paula disse que teve a impress�o de demorar mais do que esperava. “Cheguei por volta de 8h e me falaram que agora (11h30) tenho que esperar o resultado de um exame de sangue que leva perto de quatro horas”, disse.
Para evitar a transmiss�o do v�rus e tentar minimizar o per�odo de incid�ncia das doen�as respirat�rias, o diretor do Jo�o Paulo II aponta alguns cuidados importantes. “Evitar contato com pessoas doentes, evitar locais de grande aglomera��o de pessoas e sem ventila��o, fazer a higiene da tosse, preferencialmente tampando a boca com o bra�o ao tossir, lavar bastante as m�os e n�o mandar crian�as doentes para a escola para evitar o cont�gio s�o a��es que ajudam bastante”, completa o m�dico.
Mortes t�m alta no pa�s
No pa�s, as mortes provocadas por H1N1 aumentaram 50% em uma semana. Boletim do Minist�rio da Sa�de com dados reunidos at� o dia 9 mostra que 153 pessoas morreram em virtude de complica��es provocadas pelo v�rus. Em Minas s�o quatro mortes confirmadas – duas em Frutal (Tri�ngulo Mineiro), uma em Lavras e uma em Andradas, ambas no Sul de Minas. Outros seis �bitos por influenza de outros tipos ocorreram em Guaxup� (dois casos), tamb�m no Sul; Astolfo Dutra, na Zona da Mata; al�m de Ribeir�o das Neves e Santa Luzia, ambas na Grande BH. O sexto caso, segundo a SES, � de um paciente que vive em S�o Paulo, mas foi atendido em Frutal.
Em Minas, de 423 casos de S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG), 19 amostras foram positivas para o v�rus H1N1, 10 para influenza A sem subtipo definido e cinco para influenza B. Foi a predomin�ncia do subtipo H1N1 nos casos mais graves de gripe que levou a SES a recomendar aos munic�pios a antecipa��o da vacina – al�m da preocupa��o de evitar a demanda concentrada em cidades que decidissem isoladamente iniciar a imuniza��o antes da data prevista.
Dessa forma, a vacina��o contra a gripe no estado – incluindo a prote��o contra o subtipo H1N1 – est� marcada para come�ar na segunda-feira, com 2,2 milh�es de doses j� encaminhadas aos munic�pios. A carga de imunizantes distribu�da corresponde a 40% das 5,2 milh�es de doses j� enviadas pelo Minist�rio da Sa�de. A meta � vacinar 4,9 milh�es pessoas dentro do p�blico-alvo: idosos a partir de 60 anos, crian�as de 6 meses a 5 anos, trabalhadores de sa�de, gestantes, mulheres at� 45 dias ap�s o parto, portadores de doen�as cr�nicas, ind�genas, popula��o carcer�ria e servidores do setor.
A pediatra Gabriela Ara�jo Costa, da diretoria da Sociedade Mineira de Pediatria, lembra que, nos casos de pacientes infantis, quanto mais nova a crian�a, maior a chance de complica��es, embora ela lembre que a situa��o em Minas ainda n�o caracteriza surto de H1N1. “O risco � maior para crian�as abaixo de 2 anos. Por isso, sempre que for percebido um comportamento diferente do habitual, principalmente no per�odo sem febre, com prostra��o e altera��o no ritmo de respira��o, h� a possibilidade de doen�a mais grave e � preciso que os pais procurem o m�dico, para que seja feito o diagn�stico correto”, diz.
Investimento em tecnologia
Um Centro de Tecnologia de Vacinas e Diagn�stico foi inaugurado ontem no Parque Tecnol�gico de Belo Horizonte (BHTec). A unidade � resultado de uma iniciativa da Coordena��o de Transfer�ncia de Inova��o Tecnol�gica e Pr�-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, com apoio da Funda��o Oswaldo Cruz em Minas e governo de Minas, entre outros. Trata-se de um laborat�rio com infraestrutura para a gera��o e transmiss�o de conhecimentos relativos ao desenvolvimento e inova��o tecnol�gica em vacinas e kits-diagn�stico, realiza��o de testes, valida��o de novos produtos e outras a��es em parceria com a iniciativa privada.