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Estado de Minas

Sujeira diminui na Pampulha, mas esgoto continua chegando na lagoa

Dois meses ap�s in�cio da despolui��o, quantidade de algas e o mau cheiro diminu�ram, mas, �s v�speras de decis�o da Unesco sobre o t�tulo de patrim�nio da humanidade, detritos ainda s�o lan�ados na �gua


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postado em 10/05/2016 06:00 / atualizado em 10/05/2016 07:43

Lixo ainda se acumula perto da Enseada das Garças(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Lixo ainda se acumula perto da Enseada das Gar�as (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
O cheiro forte de esgoto perdeu intensidade e a nata verde de algas que encobria parte do espelho d’�gua j� n�o � t�o extensa. Dois meses depois do in�cio dos trabalhos de despolui��o da Lagoa da Pampulha, os frequentadores da orla come�am a perceber avan�os, mas ainda � grande a quantidade de lixo e de contaminantes que chegam ao reservat�rio. O trabalho de purifica��o das �guas � feito pelo cons�rcio Pampulha Viva, que tem at� janeiro para concluir as a��es e mais 12 meses para manter os resultados. Ainda que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) negue que a limpeza da lagoa seja para fortalecer o reconhecimento da orla, que tem paisagismo de Oscar Niemeyer, como patrim�nio da humanidade, o avan�o dessas a��es come�a a reduzir os impactos da polui��o e pode contribuir para que a candidatura tenha sucesso. As condi��es de limpeza est�o inclusive entre os quesitos avaliados pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco) para agraciar a Pampulha com o t�tulo de patrim�nio cultural mundial, o que deve ocorrer em julho.


Com odores menos fortes e um aspecto um pouco mais limpo, a �gua da lagoa deixou de ser repulsiva para muitas pessoas, como o padeiro Weber Luiz Xavier, de 48 anos, que ontem se animou at� a entrar na �gua com suas varas de pesca para ver se conseguia fisgar mais peixes. “Deu para perceber que a �gua melhorou um pouco, mas s� acredito nessa limpeza depois que estiver feita. Venho � Pampulha desde pequeno e me cansei de ouvir promessas de que a lagoa vai ser limpa”, disse. A cada passo do homem mais sujeira assentada no fundo do lago subia a tona, bem como peda�os de embalagens velhas, recipientes pl�sticos e garrafinhas PET, mostrando que ainda h� muito que ser retirado do reservat�rio.

O lixo ainda chega em grandes quantidades e forma pequenas ilhas flutuantes no meio do espelho d’�gua, nas margens e remansos. Em meio aos dejetos, a vida selvagem que habita a lagoa acaba relegada a cenas degradantes como a de p�ssaros revirando e comendo lixo. Ontem, um dos jacar�s-de-papo-amarelo que vivem no manancial tomava banho de sol entre sacolas velhas de pl�stico e garrafinhas que foram parar na �gua. Das tubula��es de drenagem que direcionam as �guas das chuvas para o reservat�rio, l�nguas negras de esgoto envolviam o r�ptil, uma prova de que ainda h� muitas liga��es clandestinas de redes de saneamento chegando ao local.


Ao todo, ser�o investidos R$ 30 milh�es dos cofres municipais para limpar a �gua da lagoa. Os processos utilizados pelo cons�rcio dever�o tornar a �gua de classe 3, que � definida pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) como apropriada ao abastecimento para consumo humano, ap�s tratamento convencional ou avan�ado; � irriga��o de culturas arb�reas, cereal�feras e forrageiras; � pesca amadora; � recrea��o de contato secund�rio; e � dessedenta��o de animais. Segundo a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), o tratamento livraria a Pampulha das flora��es de algas que dominam o ambiente aqu�tico, dos maus odores advindos da polui��o e da mortandade de peixes.

Na primeira etapa dos trabalhos s�o feitas coletas e an�lises da �gua e dos sedimentos em diversos n�veis de profundidade. As amostras s�o enviadas para um laborat�rio na Alemanha e outros dois no Brasil, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A partir dessas an�lises, ser� elaborado um relat�rio que apresentar� um diagn�stico das condi��es atuais. No tratamento da �gua est� sendo utilizado um produto chamado Phoslock, que impede que o f�sforo advindo da polui��o e do assoreamento se transforme em alimento para as cianobact�rias – controlando tamb�m as algas, os n�veis de clorofila-A e alguns metais pesados. Como complemento do tratamento, outro produto. chamado Enzilimp. est� sendo utilizado com o objetivo de atuar diretamente na redu��o dos coliformes.

“Melhorou muito pouco o aspecto da �gua e acho que perdeu aquele cheiro forte que tinha. Se conseguirem resolver mesmo o problema da polui��o, vai ser um presente para n�s, cidad�os, e para os turistas que frequentam a Pampulha”, disse o cabeleireiro Failer Abdala, de 32, que mora na regi�o e gosta de passear de bicicleta pela orla. “A regi�o mais polu�da da Pampulha fica em frente ao Parque Guanabara. Ali tem todo o tipo de lixo e aquela sujeira verde flutuando. Reparei que diminuiu demais isso naquele local. � um come�o, mas ainda est� longe de ser a lagoa limpa que a gente gostaria como s�mbolo de BH”, disse o gerente administrativo Valcir Vilela Lara, de 48.

Para se tornar patrim�nio

Veja o que o Conselho Internacional de Monumentos e S�tios (Icomos) solicitou para que a Pampulha possa ser considerada bem cultural da humanidade

Plano detalhado do processo de despolui��o da Lagoa da Pampulha, inclusive com compromisso de execu��o e cronograma

Demonstrar que n�o h� outros lugares com a combina��o arquitet�nica semelhante na lista de patrim�nio mundial

Melhorar a visibilidade de alguns dos principais elementos do conjunto, como o Iate T�nis Clube, que tem um anexo que precisa ser eliminado

Restaurar as paisagens de Burle Marx e os edif�cios de Niemeyer


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