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Estado de Minas

Base Nacional Comum Curricular diminui disparidade educacional no pa�s

O documento determinando conte�dos m�nimos e prop�e mudan�as na estrutura


postado em 12/05/2016 00:12 / atualizado em 12/05/2016 08:28

Diretora da Escola Estadual Pedro II, em Belo Horizonte, Cristiane Michelle Justi chama atenção para o desafio da mudança no material didático(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
Diretora da Escola Estadual Pedro II, em Belo Horizonte, Cristiane Michelle Justi chama aten��o para o desafio da mudan�a no material did�tico (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) vai nortear a educa��o brasileira. Indutora dos curr�culos das redes estadual, municipal e particular, ela prop�e mudan�as de conte�do e de estrutura. Sem tirar a autonomia de estados e munic�pios na elabora��o de suas grades de ensino, determina o m�nimo que todos os estudantes dever�o aprender. Chega para detalhar os objetivos de aprendizagem, por �rea de conhecimento e por disciplinas mais interessantes de indu��o curricular. “Esse � o grande ganho. O segundo � a equaliza��o, a garantia de direito de educa��o de qualidade para todo jovem do sistema de ensino. A Base � um dos caminhos para reduzir a desigualdade, o que o Brasil nunca conseguiu fazer”, afirma o gerente de Conte�do do movimento Todos pela Educa��o, Ricardo Falzetta.

Na compara��o com a primeira vers�o, as mudan�as mais significativas feitas pela equipe de 116 redatores do MEC foram nas �reas de educa��o infantil, ensino m�dio, l�ngua portuguesa e hist�ria. A rela��o entre o ensino para os pequenos e a alfabetiza��o ficou mais bem explicitada, assim como as faixas et�rias relativas a essa modalidade, que na primeira vers�o n�o apareciam. Foram criadas tr�s faixas et�rias para dividir os objetivos de aprendizagem: at� 1 ano e 6 meses; de 1 ano e 6 meses a 4 anos; e de 4 a 6 anos.

O ensino m�dio, por sua vez, ganha, de acordo com o texto, mais flexibilidade para a constru��o dos curr�culos. H� tamb�m mais articula��o com o ensino t�cnico-profissionalizante, a partir das quatro �reas tem�ticas inclu�das nessa fase da educa��o b�sica. Em l�ngua portuguesa, a influ�ncia dos cl�ssicos lusitanos foi refor�ada, mas o destaque para os autores brasileiros continua. Hist�ria traz uma reorganiza��o dos temas e corrige um problema bastante criticado no ano passado: prioridade a mat�rias relacionadas � Amer�ndia, com foco nos povos africanos e ind�genas, em detrimento da hist�ria ocidental. Foi dado mais destaque a esse �ltimo t�pico.

LONGA JORNADA O processo foi longo. Foram meses de debate e mais de 12 milh�es de contribui��es no portal da Base. O texto contou ainda com mais de 700 reuni�es de discuss�o e com a participa��o de 200 mil professores e 45 mil escolas. Como saldo, as opini�es corroboraram a melhora do documento em rela��o � primeira vers�o, alvo de muitas cr�ticas. “Est� pr�ximo do ideal. Nunca se chegar� a um curr�culo perfeito, sempre precisar� ser revisto, mas mostrou uma inten��o de melhoria, com muitas perguntas e cr�ticas contornadas e resolvidas”, afirma Ricardo Falzetta, do Todos pela Educa��o.

Sobre as consequ�ncias em rela��o � instabilidade pol�tica que o pa�s enfrenta, ele n�o v� riscos de que a discuss�es sejam paralisadas: “Tudo est� sendo constru�do de forma democr�tica, pela sociedade e pelas associa��es que a representam”.

Mas Falzetta cobra um parecer que indique o tempo e o melhor caminho para as mudan�as nos livros did�ticos e para a adapta��o das escolas. Segundo ele, � preciso considerar a Base dentro de um sistema nacional de educa��o, j� que as redes a ter�o como refer�ncia para formular seus curr�culos. O gerente acredita que o impacto maior ser� sobre os professores que est�o na ativa, sem contar quest�es da pr�pria organiza��o das escolas, considerando que se est� dando margem para uma flexibiliza��o maior do ensino m�dio. “A base n�o � curr�culo, mas indutora dele. H� um tempo de adequa��o, mas, por outro lado, n�o temos tempo a perder, pois j� estamos devendo h� muitos anos.”


Repercuss�es v�o at� o Enem

Qualquer estudante, em qualquer s�rie, em qualquer escola do Brasil precisa de um objetivo e um direito-base de aprendizagem. As palavras do ministro da Educa��o, Alo�zio Mercadante, mostram o que a Base Nacional Comum Curricular precisa assegurar. Ele ressaltou que, a m�dio e longo prazos, a iniciativa vai deflagrar na educa��o brasileira “um processo muito rico de aprimoramento na forma��o dos professores, de aprimoramento na produ��o do livro did�tico e nas avalia��es do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), desde a Avalia��o Nacional da Alfabetiza��o, a Prova Brasil, o Ideb (�ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica) at� o pr�prio Enem (Exame Nacional do Ensino M�dio)”. “Tudo isso ser� revisitado a partir da BNCC.”

Diretora da Escola Estadual Pedro II, na Regi�o Hospitalar de Belo Horizonte, Cristiane Michelle Justi acredita que o impacto das adapta��es nas institui��es ligadas ao governo do estado ser� menor. Isso porque a rede trabalha desde o in�cio dos anos 2000 com o Curr�culo de Base Comum (CBC), que prop�e eixos tem�ticos com suas respectivas compet�ncias e habilidades, bem pr�ximo ao que � proposto na matriz de refer�ncia do Enem. “O que me preocupa � se as editoras estar�o afinadas com essas mudan�as, pois elas alteram a sequ�ncia did�tica dos conte�dos. Mat�ria que � trabalhada no 3º ano do ensino m�dio, por exemplo, passaria a ser no 1º”, diz. Ela explica que outra novidade � o casamento das �reas do conhecimento, com uma abordagem mais interdisciplinar.

A educadora considera que atualmente h� um excesso de conte�do, que nem sempre � aplicado ao cotidiano do aluno, servindo apenas para cumprir curr�culo. Cristiane espera que a Base permita aulas e forma��o de melhor qualidade aos estudantes. “A hist�ria que estudei, por exemplo, n�o � a mesma dos meninos de hoje. Antes, come��vamos com Mesopot�mia, para depois iniciarmos a hist�ria das coloniza��es. A ideia agora � come�ar com a �frica. � uma nova perspectiva, pois, antes, nossa hist�ria era estudada a partir da Europa. Assim, h� uma mudan�a crucial at� da nossa filosofia como povo.”

Boletim

O QUE �


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deve deixar claros os conhecimentos essenciais aos quais todos os estudantes brasileiros t�m direito durante a trajet�ria, ano a ano, do ensino infantil at� o fim do n�vel m�dio. Com ela, escolas e professores ter�o um instrumento de gest�o pedag�gica e as fam�lias poder�o participar e acompanhar mais de perto a vida escolar de seus filhos.

QUEM AFETA

A Base ser� mais uma ferramenta que vai ajudar a orientar a constru��o do curr�culo das mais de 190 mil escolas de educa��o b�sica do pa�s, de Norte a Sul, p�blicas ou particulares.

PRINCIPAIS MUDAN�AS


Inclus�o de quatro �reas do conhecimento: linguagens, matem�tica, ci�ncias humanas, ci�ncias da natureza

Ensino infantil

Foram criadas tr�s faixas et�rias para dividir os objetivos de aprendizagem: at� um 1 ano e 6 meses; de 1 ano e 6 meses a 4 anos; de 4 a 6 anos.

Ensino m�dio


Mais flexibilidade para a constru��o dos curr�culos.

Inclus�o de uma quinta �rea, a t�cnico-profissionalizante, que poder� ser seguida desde o in�cio do n�vel m�dio

L�ngua portuguesa

Refor�ada a influ�ncia dos cl�ssicos lusitanos

Hist�ria


Estudos dos povos africanos e ind�genas, sem deixar de lado a hist�ria ocidental


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