O Laborat�rio de Gen�tica e Biologia Molecular (LGBM) da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad) desenvolveu teste para a detec��o do Zika v�rus a partir de sangue, urina, l�quido amni�tico e outras amostras biol�gicas. Os pesquisadores criaram metodologia para identifica��o de partes espec�ficas do genoma viral. "O teste atinge 100% de sensibilidade mesmo em situa��es com pouca carga viral", diz o diretor do N�cleo de A��es e Pesquisa em Apoio Diagn�stico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad), Jos� N�lio Janu�rio.
H� dois tipos de testes: os diretos, que detectam a presen�a do v�rus pela identifica��o do DNA ou RNA, e os indiretos, que indicam a infec��o pela presen�a de anticorpos. Os testes dispon�veis no mercado s�o imunol�gicos e detectam se o organismo est� produzindo anticorpos. De acordo com o pesquisador, como os testes imunol�gicos detectam os anticorpos produzidos contra o v�rus, a efic�cia est� relacionada �s influ�ncias que os sistemas imunol�gicos sofrem, o que faz com que a efic�cia n�o seja de 100%. A coordenadora do LGBM, Dora M�ndez, defende que o exame molecular � o mais indicado nos casos de infec��o ativa: “Utilizamos a metodologia denominada PCR em Tempo Real, que apresenta maior sensibilidade para detec��o do v�rus nestes casos”. O prazo para libera��o dos resultados � de dois dias �teis.
O teste molecular permite identificar se o beb� foi infectado pelo Zika. O v�rus � uma das causas da microcefalia, que se caracteriza por malforma��o cong�nita, em que o c�rebro do beb� n�o se desenvolve de maneira adequada. O exame permite analisar se h� infec��o fetal pelo v�rus a partir do l�quido amni�tico. No caso de rec�m-nascidos, tamb�m a placenta ou o sangue do cord�o umbilical podem ser usados como amostra. “A detec��o precoce � muito importante para o acompanhamento m�dico da gesta��o e de poss�veis altera��es no sistema nervoso do beb�”, explica Dora M�ndez. A pesquisadora lembra que os testes imunol�gicos fazem a an�lise a partir do sangue do beb�. "Detectado o v�rus no l�quido amni�tico o toda a gesta��o e o parto t�m que ser monitorados para a detec��o precoce da microcefalia", diz. Nem todos os fetos desenvolver�o a microcefalia, que � mais prov�vel ocorrer quando a infec��o ocorre nos tr�s primeiros meses.
Jos� N�lio informou que o laborat�rio entrou em contato com a Secretaria de Estado da Sa�de que analisa como o teste pode ser implementado no servi�o p�blico. De acordo com o diretor, o custo dos testes imunol�gico varia de R$ 30 a R$ 40 nos laborat�rios. O teste molecular sairia por R$ 500 a R$ 700. "Esse � o pre�o de mercado, mas poucos laborat�rios oferecem", diz. Segundo ele, os custos devem cair se o teste for feito em escala. "N�o podemos definir quanto ser� depende do fluxo. Quanto maior a demanda, menor o pre�o", argumenta. A identifica��o do genoma viral pode tamb�m ser usada para identificar os v�rus da zika e chikungunya. "A base do teste � a mesma", diz.
No entanto, � preciso realizar um teste espec�fico para cada um dos v�rus. As amostras de sangue e urina podem ser coletadas no Nupad a partir de pedido m�dico, sem necessidade de agendamento pr�vio. Outra op��o � envi�-las diretamente para o Laborat�rio do Nupad, na Faculdade de Medicina da UFMG, onde ser�o analisadas. Neste caso, as amostras devem ser encaminhadas no mesmo dia da coleta ou at� tr�s dias ap�s, desde que conservadas � temperatura de 4°C.