As chuvas at�picas que chegaram �s v�speras do inverno em Minas Gerais podem interromper a tend�ncia de redu��o abrupta do cont�gio de doen�as transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti que comumente � experimentada nesta �poca do ano. Devido �s baixas temperaturas, os meses de maio a setembro registraram, nos �ltimos quatro anos, uma diminui��o brusca de casos de dengue, doen�a que � usada como par�metro tamb�m para se medir a transmiss�o de zika e chikungunya, por terem o mesmo vetor. Contudo, de acordo com a Secretaria de Estado de Sa�de (SES) e com o presidente da Sociedade Mineira de Epidemiologia, Estev�o Urbano, fatores como a precipita��o fora de �poca podem manter o ciclo de atividade do transmissor. De acordo com o servi�o meteorol�gico Instituto Climatempo, as chuvas podem ocorrer ainda at� o in�cio de setembro, devido ao enfraquecimento do fen�meno El Ni�o, que bloqueia as frentes frias vindas do litoral.
A Secretaria de Estado da Sa�de explica que a dengue � uma doen�a sazonal, cuja tend�ncia de maior concentra��o de casos se d� entre mar�o e abril, em todo o estado. “Entre os anos de 2012 a 2016, em Minas Gerais, houve um aumento no n�mero de casos a partir do m�s de novembro. No entanto, � preciso refor�ar que s�o v�rios os fatores que influenciam a maior concentra��o no n�mero de casos, como �ndice de chuvas, popula��o suscet�vel � cepa do v�rus circulante, desastres naturais, rotina de vistoria de casas, irregularidade no abastecimento de �gua, al�m de v�rios fatores imensur�veis”, informa. O presidente da Sociedade Mineira de Epidemiologia, Estev�o Urbano, disse que as temperaturas baixas inibem a transmiss�o de doen�as pelo Aedes aegypti, mas as chuvas ampliam essa possibilidade. “Com as precipita��es, os criat�rios do mosquito s�o ampliados e o n�mero de mosquitos ativos tamb�m torna-se maior”, afirma o m�dico.
A epidemia de dengue, que j� nos cinco primeiros meses deste ano superou o somat�rio dos 12 meses dos �ltimos quatro anos, tenderia a arrefecer a partir de agora. Segundo estudo da evolu��o da transmiss�o da dengue, os casos costumam come�ar a cair em maio e ter uma queda abrupta a partir de junho, por causa das condi��es clim�ticas. Esse padr�o, inclusive, levou os cientistas da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) a recomendar que os jogos ol�mpicos do Rio de Janeiro n�o fossem suspensos, uma vez que em agosto, teoricamente, a transmiss�o da doen�a na capital fluminense ser� muito reduzida. Isso diminuiria o perigo de que a epidemia viaje junto com atletas e turistas, espalhando-se pelo mundo. Em Minas Gerais, a tend�ncia � a mesma considerando o registro de casos entre 2012 e 2015. Em maio, a m�dia � de 36,3% menos casos que em abril, e em junho, de 64,3% menos (veja tabela) segundo dados da Secretaria de Estado de Sa�de. A propaga��o da doen�a no estado costuma s� retomar a tend�ncia de alta em outubro (+21,3%) com o �pice em dezembro (+219,9%).
PROJE��O O estudo dos cientistas da Fiocruz foi publicado nesta quinta-feira na revista Mem�rias do Instituto Oswaldo Cruz, uma das mais respeitadas da Am�rica Latina. “A capacidade de transmiss�o de doen�as desses insetos � reduzida em temperaturas entre 22°C a 24°C. Por causa dessa baixa capacidade vetorial, as doen�as transmitidas por vetores apresentam risco m�nimo de transmiss�o durante o inverno”, informou a Fiocruz. Com base nas estat�sticas, os pesquisadores estimam que, entre os 350 mil e 500 mil turistas esperados na Olimp�ada, devem ocorrer quatro casos de dengue, com a margem de erro variando entre um e 36. Para avaliar o risco de transmiss�o do v�rus zika, os pesquisadores consideraram o hist�rico de casos de dengue. Os registros mostram que a atividade do Aedes aegypti � muito baixa no per�odo, com a incid�ncia variando entre um e sete casos para cada 100 mil habitantes s� no Rio.
Enquanto isso...
...Doen�a recua
tamb�m em BH
Os casos de dengue ca�ram tamb�m em Belo Horizonte em maio deste ano, por�m, o perigo ainda est� � vista. A Secretaria Municipal de Sa�de confirmou o total de 83.892 pessoas com a doen�a na capital este ano, 1.459 no m�s passado, contra 10.108 em abril. A maioria dos diagn�sticos se concentrou em fevereiro e mar�o, que, juntos, somaram 64.803 doentes, o correspondente a 73,6% do total. Dados divulgados ontem confirmam tamb�m a 23ª morte pela doen�a. Trata-se de um homem de 39 anos, que estava internado em um hospital p�blico. O paciente, que n�o tinha doen�as associadas, morava na Regi�o de Venda Nova.