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Estado de Minas

Resfriamento do oceano leva a queda de term�metros em Minas Gerais

No Sul mineiro, clima � bom para o turismo e para produtores de azeitona, mas preocupa cafeicultores


postado em 14/06/2016 06:00 / atualizado em 14/06/2016 10:30

O resfriamento das �guas do Pac�fico Equatorial derruba temperaturas em todas as regi�es de Minas. Nesse clima, a uma semana do in�cio oficial do inverno, se h� quem sofra, algumas cidades n�o s� comemoram, mas at� investem na propaganda do frio para atrair turistas. � o caso do distrito de Monte Verde, no munic�pio de Camanducaia, al�m de de Maria da F� e de Caldas, no Sul de Minas, que registraram temperaturas negativas ontem – respectivamente -2,9 graus, -2,3 graus e -1,7 graus. “A massa de ar polar chegou, h� quatro dias, e fez com que os term�metros declinassem”, diz o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Luiz Ladeia. E, para os pr�ximos dias, os mineiros podem preparar cobertores e comidas quentes, pois a previs�o � de que a temperatura siga baixa.

Bom para o dono da Pousada Flor de Cerejeira, Davi Salgado de Souza, que festeja o decl�nio do term�metro em Maria da F�. “� bom para o turismo e tamb�m para a nossa principal atividade econ�mica, que � o cultivo de oliveiras”, afirma, lembrando que o munic�pio produz cinco variedades da lavoura. Para os 80 produtores da cidade de 18 mil habitantes, a not�cia ainda melhor � que as baixas temperaturas devem continuar at� agosto. “Ano que vem, teremos bastante azeitona e azeite de oliva”, prev� Davi.

“Este ano, o frio veio bem forte. Ano passado, praticamente n�o tivemos inverno e agora j� temos essa cara ainda no outono”, pontua o ge�grafo William Siqueira. Por conta pr�pria, ele faz medi��es na �rea rural de Maria da F� e na entrada da cidade. Nas duas esta��es meteorol�gicas que mant�m, as temperaturas registradas ontem foram de -3,2 graus na �rea rural e -4,4 graus no Bairro Lage. Os moradores e turistas esperam que o clima antecipe a florada das cerejeiras que, geralmente, ocorre em julho. Integrante do grupo Brasil Abaixo de Zero, William espera que o inverno deste ano seja mais rigoroso do que de 2014 e 2015.

Sinal tamb�m de paisagens bel�ssimas, quando a geada cobre de branco a vegeta��o, como costuma ocorrer em Maria da F�, cidade que se tornou famosa pelo frio. Festejado por uns, por�m, o fen�meno coloca em alerta produtores de caf� no Sul de Minas. A coordenadora da Assessoria T�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas Veloso, lembra que nos �ltimos tr�s anos a regi�o teve um inverno seco, com temperaturas mais elevadas. “Com a incid�ncia de vento e geadas, temos perdas na qualidade e quantidade de caf�. O gelo queima os p�s e os frutos caem. A umidade faz com que os gr�os tenham menos qualidade”, pontua.

SUSTO Se tem assustado mesmo moradores e produtores de regi�es mais acostumadas � friagem, ela tem chegado at� mesmo a regi�es do estado que normalmente t�m clima mais quente. No Tri�ngulo Mineiro, os moradores se surpreenderam com a queda brusca dos term�metros. “Est� muito frio. Nos �ltimos cinco anos, n�o tivemos algo assim”, disse a atendente Michele Paula Monteiro, de 34 anos, que ontem saiu de casa bem agasalhada. A temperatura tamb�m caiu em Governador Valadares, na Regi�o do Rio Doce, e em Montes Claros, no Norte de Minas.

Na Zona da Mata, as menores temperaturas foram registradas em Juiz de Fora (7,2°C) e Santos Dumont (8°C). Clima bom, na avalia��o da atendente Ros�ngela Maria do Nascimento, de 40 anos, para preparar comidas aconchegantes. “� noite, � bom para tomar chocolate quente e caldo. Tamb�m gosto muito do mingau de fub� com couve rasgadinha”, diz. J� Elton Fernandes, de 29, sofre com a queda na temperatura. “De manh�, o tempo fica muito fechado. N�o gosto, porque piloto moto”, reclamou.
(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


LA NI�A E O FRIO

  • O fen�meno La Ni�a � associado ao frio e o final do outono e do inverno devem ser combaixas temperaturas na Regi�o Sudeste do Brasil

  • La Ni�a � ooposto do fen�meno El Ni�o, que ocorre quando a temperatura das �guas do Pac�fico, a cerca de 2 mil quil�metros da Costa do Peru, sobe dois ou tr�s graus acima de m�dia

  • Como aquecimento, uma corrente descendente de ar quente atua sobre o Sudeste do Brasil, impedindo a entrada do ar frio que chega do Polo Sul, passando pela Argentina. O resultado � muito calor para o Sudeste do Brasil

  • J� com La Ni�a, a �gua do Pac�fico come�a a se esfriar tamb�m na regi�o costeira peruana. Comisso, as frentes frias, sem encontrar barreira, tendem a subir commais frequ�ncia pelo litoral do Rio de Janeiro e S�o Paulo, sempre acompanhadas de massa de ar polar

Fontes: Instituto Nacional de Meteorologia
Meteorologista Ruibran dos Reis


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