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Estado de Minas

Moradores e comerciantes iniciam movimento para desenvolver a Savassi

Iniciativa pretende melhorar a qualidade de vida e promover a identidade do bairro. Eventos s�o convocados por meio de redes sociais e das tradicionais cartas


postado em 16/06/2016 06:00 / atualizado em 16/06/2016 07:49

Nelson Galizzi (D), presidente do Savassi Criativa, entrega carta sobre o projeto para o vizinho Jarbas Teixeira (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )
Nelson Galizzi (D), presidente do Savassi Criativa, entrega carta sobre o projeto para o vizinho Jarbas Teixeira (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )
Eles querem gerar desenvolvimento integral da regi�o que, se n�o � o cora��o de Belo Horizonte, certamente � de onde erradia parte do charme da cidade. Moradores e comerciantes criaram o Savassi Criativa, que trabalha a qualidade de vida por meio da economia criativa. Para isso, o grupo demarcou um territ�rio e busca promover a identidade do bairro, que recebe gente de todos os lugares: da pr�pria cidade e do mundo, como ocorreu na Copa, em 2014.

A energia � canalizada para a��es nos 49 quarteir�es compreendidos entre as ruas da Bahia, Gon�alves Dias, Professor Morais e Avenida do Contorno. Muita gente ainda pensa que se trata de uma regi�o, mas a Savassi se tornou bairro em 2009, ao se desmembrar do Funcion�rios. O olhar se volta para o territ�rio que abriga o tradicional com�rcio da Centro-sul e diversos equipamentos culturais, como o complexo da Pra�a da Liberdade.

O prop�sito � promover a��es simples para estreitar o contato entre os moradores. J� foram realizadas caminhadas para c�es, festas de rua, com barraquinhas e apresenta��es, al�m de corridas. “� por meio de eventos que a gente consegue integrar a comunidade local. Na Europa, eles realizam uma s�rie de eventos sem muita sofistica��o, mas que permitem que os vizinhos comecem a se conhecer. Tamb�m � uma maneira de reivindicar, de forma ordenada, ao poder p�blico, melhorias para a regi�o”, prop�e Nelson Galizzi, presidente do Savassi Criativa e da Associa��o dos Moradores e Amigos da Savassi (Amas).

Tudo isso convocado de maneira muito particular. Para refor�ar e-mails, mensagens via Facebook ou WhatsApp, o grupo retoma o velho h�bito de enviar cartas. Um dos que receberam as missivas foi o engenheiro Jarbas Teixeira, de 82 anos. “� um movimento espetacular, que eleva a cultura da Savassi”, diz. Outra a��o pretende transformar a Rua Ant�nio de Albuquerque em refer�ncia, a exemplo do que ocorre com ruas famosas em cidades como a Oscar Freire, em S�o Paulo e a Champs-�lys�es, em Paris. Para dar cor e vida a um dos quarteir�es da rua, a artista pl�stica Anna G�bel criou painel.

Nelson conta que a maneira de olhar para o territ�rio � inspirada em par�metros endossados pelas Na��es Unidas. Trata-se do FIB, sigla que faz analogia a outra bastante conhecida: o PIB (Produto Interno Bruto). Se o segundo � baseado no total de riqueza constru�da, o FIB mede o percentual de alegria: Felicidade Interna Bruta. Para estabelecer os par�metros de felicidade, Nelson lembra que o Reino do But�o serviu como uma das principais refer�ncias. “A Savassi � uma vitrine de Belo Horizonte e de Minas. Queremos fazer aqui uma revolu��o e ser exemplo para o mundo inteiro. A Savassi � um grande palco para se falar com Minas”, diz.

Neste m�s, foi promovida a Rua Junina, com eventos e apresenta��es na Ant�nio de Albuquerque. Al�m de comidas t�picas, o clima festivo se completou com o figurino t�pico dos moradores. “J� tivemos evento em que a moradora desceu para comemorar o anivers�rio conosco”, conta a vice-presidente do Savassi Criativa, Natalie Oliffson. Ela define o Savassi Criativa como movimento de cidad�os para buscar o desenvolvimento da Savassi � luz da economia criativa. Tudo � feito para que moradores, empres�rios e visitantes possam enxergar a regi�o como um ecossistema plural e complexo. “A Savassi tem um valor afetivo grande para as pessoas. � um �cone da cidade.”

Realizada em agosto do ano passado, a C�o Caminha foi outra a��o promovida. Na ocasi�o, cerca de 300 c�es foram levados por seus donos ao passeio, que teve concentra��o na esquina das ruas Gon�alves Dias e Para�ba. Os animais percorreram algumas ruas do bairro, totalizando 3,8 quil�metros. Apesar de ser conhecida pelo com�rcio, bares e restaurantes, a Savassi � um bairro 50% residencial. Natalie, no entanto, lembra que muitas vezes � importante retomar essa voca��o, incentivando as a��es que atendam � comunidade.

 

Fortalecimento de la�os

 

A metade de sua vida, Jos� Maria Portes, de 59 anos, viveu na Savassi, onde atualmente mora com a mulher Vera L�cia Mattar Portes. “A atitude dos moradores d� alma para o bairro, mas falta muito o que fazer e promover”, pontua. Ele defende a realiza��o de mais reuni�es entre o setor p�blico, empres�rios, comerciantes e moradores. Na sua avalia��o, a iniciativa contribuiu para transforma��o cont�nua da regi�o. “Gosto muito da regi�o, que respira cultura. Desejamos ambiente cultural, valoriza��o arquitet�nica, do paisagismo, gastronomia e da vida noturna”, diz. Para ele, a intera��o entre os moradores � um das riquezas da regi�o.

A pedagoga Adriana Galuppo, de 51, participou da corrida Eu amo a Savassi, da C�o Caminha e das duas festas juninas realizadas recentemente no bairro. Ela lembra que o bairro, muitas vezes, recebe festas populares com visitantes de toda a cidade. Para ela, um dos m�ritos da Savassi Criativa � gerar atividades em que os moradores possam participar de maneira a fortalecer a identidade para aquele territ�rio. “Vejo como uma cidade do interior”, diz, comemorando a possibilidade de ter v�rios servi�os ao alcance, como sapateiro e costureira. A �nica reclama��o � a falta de padaria. “N�o temos um p�o quentinho. Eu compro num supermercado noutro bairro”, diz. Ironicamente, foi justamente uma padaria que deu nome ao bairro (veja mem�ria). Ela lembra que, embora o bairro seja habitado por moradores de classe m�dia alta, n�o se quer refor�ar uma identidade elitista.

Adriana mora com o marido e tr�s filhos h� 10 anos na Rua Tom� de Souza, desde quando trocou a tranquilidade de casa em condom�nio pela praticidade de viver na Savassi, de onde pode fazer as atividades do dia a dia a p�, sem a necessidade de carrou ou transporte coletivo. “� excelente para morar. Muitos movimentos sociais e culturais acontecem aqui. No carnaval, por exemplo, vimos da janela a passagem do bloco Samba de Queixinho. Foi um espet�culo”, diz.Mem�ria

Padaria batizou o bairro A Savassi foi assim batizada devido � padaria que recebeu esse nome, fundada em 16 de mar�o de 1940 e que se tornou um dos principais pontos de refer�ncia daquela d�cada. Tempos depois se juntou a outros estabelecimentos, como os bares de Espanhol e do Portugu�s, o armaz�m Colombo, o A�ougue Vila Rica e a Pens�o Magn�fica. O nome, por�m, ficou. Nos primeiros anos da capital, a Savassi era um pacato lugar por onde fam�lias tradicionais circulavam e moravam, al�m de ponto de encontro de expoentes da literatura, m�sica, pol�tica e cinema. Ao longo dos anos, tamb�m se transformou em centro comercial importante, palco de diversas manifesta��es art�sticas e espa�o de entretenimento. 

 

 

 


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