
Relat�rio final do Minist�rio P�blico do Estado de Minas Gerais sobre o rompimento da barragem do Fund�o, da mineradora Samarco, em Mariana (MG), aponta que o desastre teria sido motivado por obras na barragem. O rompimento ocorreu no dia 5 de novembro de 2015 espalhando lama e rejeitos de minera��o e deixou 19 pessoas mortas, causou destrui��o da vegeta��o nativa e poluiu a bacia do Rio Doce.
O relat�rio diz que, em 2013, na eleva��o aproximada de 864 metros, o eixo da barragem foi recuado. Segundo informa��es obtidas em relat�rios t�cnicos, este recuo foi implantado com a finalidade de possibilitar os trabalhos de reparo na galeria secund�ria que apresentava s�rios problemas de vazamento. De acordo com os mesmos relat�rios t�cnicos, os alteamentos (eleva��o) da barragem continuaram nesta regi�o do recuo.
“Como consequ�ncia da mudan�a no eixo e a cria��o do recuo, a nova se��o da barragem acima da eleva��o 864 metros passou a ter na sua funda��o zonas ou camadas onde os rejeitos eram menos resistentes e menos perme�veis do que o previsto no projeto original”, registra o relat�rio. “A barragem continuou a ser alteada ao longo do recuo at� novembro de 2015”.
Em outro ponto, o relat�rio registra que “a ruptura da barragem teve in�cio no chamado recuo, na regi�o pr�xima � ombreira esquerda, de forma abrupta, sem qualquer sinaliza��o e rapidamente se expandiu para todo o corpo da barragem”.
O relat�rio descarta que o rompimento possa ter sido causado por terremoto, vibra��es de explosivos utilizados na opera��o da mina e vibra��es produzidas pelos equipamentos operando sobre ou pr�ximos a barragem.
Avalia��o
O relat�rio � feito pelas empresas Geomec�nica e o Norwegian Geotechnical Institute, que foram contratados para fazer uma avalia��o sobre as causas principais e perif�ricas da ruptura da barragem.
O texto registra esperar que esses resultados e conclus�es devem servir de base para aprimorar as t�cnicas usuais, desenvolver novas t�cnicas, reformular normas, c�digos e leis para que as barragens de rejeito, n�o s� no Brasil, mas no mundo, sejam mais seguras e sustent�veis.
Procurada, a Samarco respondeu que “n�o teve acesso ao relat�rio do Minist�rio P�blico do Estado de Minas Gerais e, portanto, n�o pode coment�-lo”.
O relat�rio foi entregue ontem (23) � Comiss�o Extraordin�ria da Barragem da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pelo promotor Carlos Eduardo Ferreira. A Assembleia tamb�m dever� apresentar um relat�rio pr�prio.
Trag�dia
Al�m das mortes, o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco arrasou os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu e levou lama para a bacia do Rio Doce. Mais de 30 munic�pios de Minas Gerais e do Esp�rito Santo foram afetados e houve danos profundos ao meio ambiente, desde Mariana at� o litoral capixaba.