
Aroeira explicou que a despolui��o n�o termina com o fim do contrato de recupera��o do espelho d’�gua, previsto para ser encerrado em dezembro de 2017. Ele tamb�m disse que n�o ser� necess�rio fazer tudo de novo depois de algum tempo, usando a analogia de um condom�nio.
“Se eu n�o tiver algu�m para cuidar da limpeza do pr�dio, em pouco tempo ele vai ficar imundo, deteriorado, precisando de manuten��o. � importante dizer que, se BH quer a Lagoa da Pampulha em boa qualidade, n�s temos que pagar o condom�nio para que isso aconte�a”, diz.
Para que a Pampulha se mantenha nos �ndices de qualidade esperados a partir de novembro de 2016 – que j� come�aram a aparecer em abril –, Aroeira comenta que ser� necess�rio fazer uma avalia��o ap�s o fim do contrato. “Teremos que ver qual ser� a lagoa l� em 2018. Um lago urbano vai sempre demandar um cuidado, um investimento. Seja com desassoreamento de manuten��o, seja com a��es do n�vel de qualidade da �gua, ou manuten��o do recolhimento de lixo que chega � represa. Ent�o, investimentos do ponto de vista da manuten��o ser�o sempre importantes. Evidentemente, esses investimentos ser�o em n�veis decrescentes”, afirma o gerente.
Em outubro de 2014 a Prefeitura de BH concluiu um servi�o de desassoreamento da lagoa que durou um ano. Foram retirados 850 mil metros c�bicos de sedimentos. Ainda em 2016, na atual gest�o de Marcio Lacerda, o prefeito pretende lan�ar um edital que possibilite a manuten��o desse desassoreamento, chegando a 115 mil metros c�bicos de sedimentos por ano, por um per�odo de quatro anos.
Al�m disso, a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) limpa diariamente o espelho d’�gua, usando dois barcos e uma balsa. O volume retirado de lixo todos os dias da represa chega a 10 toneladas na seca e a 20 toneladas durante o per�odo chuvoso.

O DESAFIO DO ESGOTO A t�cnica usada pela Prefeitura de BH para limpar a lagoa, segundo especialistas, � eficiente, mas o que continua a preocupar � a chegada de mais esgoto ao reservat�rio, que pode comprometer o servi�o. “As t�cnicas tratam o material org�nico que est� presentes na �gua. Mas, ao mesmo tempo, novas cargas de mat�ria org�nica chegam � lagoa. Ent�o, acaba-se enxugando gelo, pois ser� preciso tratar essa carga novamente”, explica o bi�logo Rafael Resck, especialista em recursos h�dricos.
“S�o m�todos para dar um choque na lagoa e fazer uma limpeza r�pida, mas como � um servi�o caro, n�o vale a pena ser feito de forma cont�nua”, completou. Para o especialista, o fim despejo de esgoto na lagoa deveria ser o primeiro passo para a limpeza. “Naturalmente, com o fim da descarga de esgotos haveria uma melhora no prazo de cinco anos, mesmo se nada fosse feito. � o que percebemos no Lago Paraon�, em Bras�lia, que deixou de receber esgoto e nesse prazo apresentou melhoria muito grande”, afirmou o bi�logo.
Em nota, a Copasa informou que as obras de implanta��o de 100 quil�metros de redes coletoras e interceptoras e constru��o de nove esta��es elevat�rias de esgoto alcan�aram �ndice de 96% de conclus�o. A implanta��o dos quatro quil�metros restantes, segundo a empresa, ser� terminada em dezembro, quando est� previsto que o percentual de coleta, intercepta��o e tratamento dos efluentes gerado por im�veis de Belo Horizonte e Contagem chegue a 90%.
Para atingir os 95% de remo��o, s�o necess�rias interven��es no valor de R$ 11,3 milh�es, de acordo com a companhia, para a implanta��o de mais 13 quil�metros de redes coletoras e interceptoras e interliga��o de 10 mil im�veis ao sistema oficial de esgotamento sanit�rio.
Para livrar completamente a lagoa de esgotos, a Copasa conta com o programa chamado Ca�a-Esgoto, que identifica lan�amentos indevidos em galerias de �gua de chuva e em vias p�blicas. A empresa argumenta que o trabalho tem detectado, principalmente em vilas, aglomerados, favelas e em fundos de vales, problemas que exigem melhorias na urbaniza��o, o que demandaria a��es conjuntas com as prefeituras de Contagem e Belo Horizonte.