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Estado de Minas

Cientistas investigam motivo da morte do maior jacar� da Pampulha

Quatro meses ap�s a morte do maior desses r�pteis j� visto na Pampulha, estudiosos tentam avaliar seu impacto no reservat�rio e o que permitiu que o animal chegasse aos 3,2 metros


postado em 06/07/2016 06:00 / atualizado em 06/07/2016 07:31

O corpo do réptil, provavelmente um dos mais velhos da Pampulha, foi encontrado em fevereiro e ainda não se sabe a causa da morte(foto: UFMG/Divulgação)
O corpo do r�ptil, provavelmente um dos mais velhos da Pampulha, foi encontrado em fevereiro e ainda n�o se sabe a causa da morte (foto: UFMG/Divulga��o)
A morte do maior jacar� j� visto na Lagoa da Pampulha deixou impressionados funcion�rios do Parque Ecol�gico, da Funda��o Zoo-Bot�nica de Belo Horizonte e os cientistas da Escola de Veterin�ria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), quando o cad�ver do r�ptil com cerca de 3,2 metros e aproximadamente 100 quilos foi encontrado boiando. Isso porque, mesmo naquele ambiente polu�do h� d�cadas, o r�ptil, que � da esp�cie jacar�-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) se desenvolveu superando a m�dia m�xima de 3 metros de indiv�duos encontrados na natureza e se aproximando dos maiores exemplares de cativeiro, que chegaram a 3,5 metros, um desenvolvimento que ainda intriga os estudiosos, que se debru�am tamb�m sobre outros mist�rios em torno do r�ptil “gigante”. Ainda n�o se sabe qual a causa da morte do jacar� nem os impactos que ela pode levar � din�mica territorial desses r�pteis que est�o no topo da cadeia alimentar do ecossistema do reservat�rio belo-horizontino, sendo necess�rios estudos complementares e mais aprofundados, j� que n�o h� literatura oficial dispon�vel sobre o tema na capital mineira. As estimativas da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte s�o de que haja mais de 20 jacar�s na Pampulha.

Foi durante uma das corriqueiras manuten��es que os funcion�rios da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) fazem numa balsa ao redor da lagoa, no fim de fevereiro, que o corpanzil foi avistado boiando, nas proximidades do parque Ecol�gico. Os trabalhadores do parque foram chamados e contactaram os especialistas da Funda��o Zoo-Bot�nica para retirar o animal da �gua. O corpo estava em estado de decomposi��o e era de um macho. Depois de medido e de amostras terem sido retiradas, esse material foi encaminhado aos departamentos de patologia e toxicologia da Escola de Veterin�ria para determinar qual a causa da morte do jacar�.

De acordo com Eder Aguiar Faria J�nior, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Veterin�ria da UFMG, o jacar� � um dos animais mais antigos da Pampulha, uma vez que a esp�cie pode chegar aos 50 anos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio). “N�o foi poss�vel determinar exatamente a idade do animal, mas se trata de um jacar� mais velho. O tamanho tamb�m intriga. A Lagoa da Pampulha � um ambiente muito modificado e ainda � preciso determinar se algum fator espec�fico possibilitou o crescimento desse esp�cime”, disse.

Pr�ximo ao jacar� foram encontrados destro�os de uma grande til�pia e o pesquisador da UFMG afirma ter presenciado o grande crocodiliano se alimentando quando ainda estava vivo. “Ele consumia peixes, pequenas aves, pequenos mam�feros, artr�podes e insetos. Muita gente fala das capivaras, mas nunca se viu um jacar� comendo esse roedor na lagoa. Por outro lado, j� vi os dois animais coexistindo muito pr�ximos, sem qualquer hostilidade”, observa Eder J�nior. A �rea de dom�nio do jacar� � muito ampla e o grande r�ptil era mais facilmente avistado no dique que represa o lago na Bairro Copacabana, mas apari��es tamb�m foram registradas nas proximidades do Parque Ecol�gico, da Ilha dos Amores e at� mesmo da Igrejinha de S�o Francisco de Assis. “S�o animais territorialistas. As f�meas, principalmente, t�m a quest�o de prote��o de ninhos muito forte, mas como � um ambiente modificado (a lagoa polu�da) n�o � poss�vel comparar com a din�mica territorial dos jacar�s encontrados na natureza”.

Com cerca de 100 quilos, o jacaré era mais facilmente avistado no dique que represa o lago na Bairro Copacabana(foto: Éder Júnior/Divulgação)
Com cerca de 100 quilos, o jacar� era mais facilmente avistado no dique que represa o lago na Bairro Copacabana (foto: �der J�nior/Divulga��o)
O pesquisador espera que estudos que v�m sendo realizados pela Escola de Veterin�ria possam futuramente responder a essas perguntas e mostrar como esse animal, que � parte da vida selvagem de Belo Horizonte, vive, se reproduz e sua import�ncia para o ecossistema. “Sabemos que os jacar�s escolhem normalmente as melhores �reas poss�veis para a postura de ovos e para a capta��o de energia pelo sol, mas s� com mais estudos saberemos essas e outras particularidades, como por exemplo, como a popula��o de jacar�s vai reagir agora que o maior deles n�o est� mais presente. Saberemos qual era a sua import�ncia e o seu papel dessa forma”, disse Eder J�nior.


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