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Estado de Minas

Pedestres e motoristas ganham ajuda para desviar das ladeiras da capital

Moradores de BH relatam vantagens e desvantagens de viver em algumas das vias mais �ngremes. Estudo da UFMG e BHTrans sobre ladeiras pretende auxiliar pedestres e motoristas


postado em 09/07/2016 06:00 / atualizado em 09/07/2016 07:52


O designer Marcelo Hermeto, de 41 anos, mora na parte alta da Rua Matip�, no Bairro Santo Ant�nio, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. A vista da cidade que tanto encanta o rapaz tamb�m arranca suspiros em quem o visita. “� uma vantagem para quem reside aqui.” Mas tamb�m h� desvantagem: a via, bastante �ngreme, exige grande esfor�o de quem necessita subi-la a p�. A vida nas ladeiras da capital � feita, literalmente, de altos e baixos.

Leandro Couri EM DA Press
Leandro Couri EM DA Press
A inclina��o m�xima na Matip� � de 54%, segundo o Mapa de Declividades de Belo Horizonte, elaborado pelo Instituto de Geoci�ncias da Universidade Federal de Minas Gerais (ICG/ UFMG) em parceria com o Instituto de Pol�ticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil) e BHTrans. Na �ltima ter�a-feira, o ICG divulgou o mapa, mas os pesquisadores encontraram algumas imperfei��es que ser�o corrigidas nos pr�ximos meses.

Uma das ideias, explica o professor Rodrigo N�brega, do IGC, � assessorar motoristas e pedestres na mobilidade urbana. “Algu�m com dificuldade de locomo��o pode planejar um caminho desviando-se de morro. Empresas transportadoras tamb�m podem ver qual o melhor caminho para caminh�es”, explicou, acrescentando que a inclina��o m�dia na cidade � de 12,51%.

Mas os dados permitem muito mais. Permitem entender, por exemplo, o porqu� de alguns im�veis n�o encontrarem compradores com tanta facilidade. “Naquele pr�dio, h� apartamentos � venda h� bastante tempo”, endossou Marcelo, o morador da Matip�. Vizinho dele, o engenheiro eletricista Marcos Alberto, de 66, conta que a inclina��o da via o levou a mudar um h�bito.

Ele faz caminhadas di�rias na Avenida Prudente de Morais. Para chegar l�, Marcos descia a Matip� a p�. Depois do exerc�cio f�sico, encarava a ladeira na volta para casa. “Eu chegava aqui em cima com a l�ngua para fora. Decidi mudar. Agora, para fazer as caminhadas, vou e volto de carro. Esse morro cansa”, disse o engenheiro. De t�o �ngreme, o tr�fego de caminh�es � proibido na Matip�.

Caminh�es tamb�m n�o sobem ou descem a Rua Geraldina de Almeida, no Bairro Serra, onde a inclina��o m�xima � de 50%. Resultado: os caminh�es da Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) tamb�m n�o transitam na via. “A gente coloca um lixo na ca�amba de outra rua”, conta Paulo Carvalho, de 20, que ganha a vida num lava a jato da regi�o. Ele n�o dispensa a moto para descer e, principalmente, subir a via em que mora desde que nasceu.

Do alto, por�m, ele diz que a vista � maravilhosa. Mas tamb�m � de l� que muitos moradores j� testemunharam carros que n�o conseguiram subir a rua, nem com a marcha mais lenta, e derraparam para tr�s. “Teve um que bateu na grade daquela casa. Deveria ter uma placa de sinaliza��o informando do perigo”, recomendou o mo�o.

O trecho que mais se parece um tobog� da Avenida Santa Terezinha, no Bairro Taquaril, na Regi�o Leste, conta com o aviso. “Caminh�o n�o pode passar por aqui”, interpreta Let�cia Maria Ferreira, de 15. Ela � m�e de Nicole, de 8 meses, e mora na via h� tr�s anos. A via tem inclina��o m�xima de 35%.

“Subo a rua escorando nos muros. Quando chove, a pista fica escorregadia para carro e para quem passa a p�. O pai de minha filha, quando a levo no posto de sa�de, que fica na parte alta do bairro, precisa at� me empurrar. Do contr�rio, volto para tr�s”, conta a adolescente, com um sorriso.

Dona Carolina Santos, de 30, sabe bem o que � subir e descer diariamente o tobog� da Santa Terezinha: “Morro abaixo, todo santo ajuda. J� morro acima... Quem dera se houvesse uma escada rolante, n�? Eu subo de uma vez s�, porque se eu parar para descansar fico com pregui�a e custo a chegar no alto”.

RANKING A revis�o do mapa dever� ocorrer at� o fim do ano, quando as informa��es sobre as declividades m�nima, m�xima e m�dia de 51.713 trechos das ruas e avenidas da capital permitir�o aos pesquisadores elaborarem o ranking da inclina��o vi�ria na cidade.

O estudo divulgado quarta-feira apurou que a declividade m�dia de BH � 12,51%. Os trechos mais suaves est�o na Pampulha, onde h� a menor m�dia (8,69%). A Centro-Sul lidera o ranking entre as regionais (16,17%). Isso permite dizer que todas as regionais da cidade t�m m�dia acima da inclina��o m�xima recomendada pela Lei de Acessibilidade, que prev� rampa com at� 8,33%.


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