
A a��o ousada do bando, que at� a noite de ontem n�o havia sido localizado pela pol�cia, engrossa as estat�sticas dos ataques a caixas eletr�nicos, que s�o expressivas em Minas Gerais. Levantamento do Estado de Minas mostra que de janeiro at� ontem (192 dias) foram explodidos pelo menos 91 caixas eletr�nicos no estado, uma m�dia de um ataque a cada 2,1 dias.
De janeiro a mar�o, foram 45 ataques a ag�ncias banc�rias, segundo registros da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). De 1º de abril at� agora, foram mais 46 caixas destru�dos e roubados, nas contas do EM. Os crimes ocorrem em todas as regi�es do estado, com maior predomin�ncia nas pequenas cidades, onde os bancos postais dos Correios tamb�m s�o alvo das quadrilhas.
Normalmente, os ataques t�m o mesmo modus operandi, com os criminosos chegando fortemente armados no meio da madrugada, como ocorreu ontem em Montes Claros, onde a a��o aconteceu �s 3h55 e durou em torno de cinco minutos. A quest�o � vista pela Federa��o Brasileira dos Bancos (Febraban) com “extrema preocupa��o”. Especialistas ouvidos pelo EM apontam a vulnerabilidade dos pequenos munic�pios e dos caixas e a falta de controle da venda de explosivos como elementos facilitadores do crime.
“O grande problema � o controle de explosivos. Trata-se de uma a��o que depende de fiscaliza��o e integra��o das For�as Armadas – principalmente o Ex�rcito, respons�vel por essa �rea – com as pol�cias estaduais. Dinamite, a princ�pio, deveria ter alto controle do processo de fabrica��o, distribui��o e estoque, principalmente das mineradoras, que s�o muitas em Minas. Como isso n�o ocorre com efetividade, n�o adianta a pol�cia atuar somente na repress�o, depois que os eventos ocorrem. � como enxugar gelo”, afirma o doutor ci�ncias sociais Robson S�vio Reis Souza, professor da Pontif�cia Universidade Cat�lica de Minas Gerais (PUC-MG) e integrante do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica.

Robson S�vio ressalta que os crimes contra o patrim�nio s�o “de oportunidade” e que � preciso criar meios para refor�ar a vigil�ncia e dificultar a a��o dos criminosos, que, segundo ele, hoje veem os caixas eletr�nicos como “alvos f�ceis” com “bom retorno”, por estarem em locais de pouca vigil�ncia e contarem com quantias expressivas de dinheiro.
O professor e pesquisador Br�ulio Figueiredo, do Centro de Estudos e Criminalidade e Seguran�a P�blica (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ressalta que os ataques aos caixas eletr�nicos acompanham a linha crescente de crimes contra o patrim�nio no estado nos �ltimos anos. “Estamos voltando ao patamar de 2004, quando tivemos maiores �ndices de crimes dessa natureza em Minas Gerais”, diz.
QUADRILHAS O comandante da 11ª Regi�o da Pol�cia Militar de Montes Claros, coronel C�sar Ricardo Oliveira Guimar�es, ressalta que a din�mica das explos�es de caixas eletr�nicos em Minas, que ocorrem em diferentes regi�es, demonstra que h� no estado v�rios grupos de criminosos atacando ag�ncias banc�rias, sem que haja uma liga��o entre eles. “As quadrilhas est�o disseminadas”, afirma C�sar Ricardo, que reconhece que � preciso maior controle da venda de explosivos para diminuir a pr�tica criminosa. Ele afirma que a Pol�cia Militar tem feito trabalho de intelig�ncia no Norte do estado, alvo constante dos ataques, alcan�ando resultados positivos e cita a identifica��o recente de um bando oriundo da Bahia que atacou caixas eletr�nicos na regi�o de Taiobeiras.