
O t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade, concedido ontem em Istambul, Turquia, pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco) ao conjunto moderno da Pampulha projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), n�o � uma vit�ria apenas para a capital dos mineiros – mas para o Brasil. O representante da institui��o no pa�s, o franc�s Lucien Mu�oz, diz que “os belo-horizontinos devem se sentir “honrados e felizes” pela decis�o que p�e BH “no seleto grupo de cidades que t�m um s�tio do Patrim�nio Mundial da Unesco em seu territ�rio”. Ele explicou que a inscri��o de um bem na lista do Patrim�nio Mundial � um reconhecimento da comunidade internacional, “que endossa o valor de determinado bem para toda a humanidade”. Com a decis�o, a Pampulha se torna o quarto s�tio mineiro reconhecido pela Unesco como patrim�nio cultural, ao lado de Ouro Preto, Diamantina e do Santu�rio do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.
A decis�o dos integrantes da 40ª Sess�o do Comit� do Patrim�nio Mundial agradou autoridades, especialistas, moradores e visitantes. Para o prefeito Marcio Lacerda, em cuja administra��o a candidatura ganhou for�a, a chegada do t�tulo representa avan�os e compromissos. Ele acredita em maior divulga��o mundo afora e possibilidade de oferta de emprego e renda, desenvolvimento e aumento da autoestima da popula��o. J� para o presidente da Funda��o Municipal de Cultura (FMC), Le�nidas Oliveira, a novidade vai atrair mais visitantes. O clima � de festa, mas h� desafios, entre eles a situa��o do Iate T�nis Clube, descaracterizado por um anexo de 4 mil metros quadrados, inaugurado em 1984, e alvo de queixas de Niemeyer, lembra seu bisneto e superintendente executivo da Funda��o que leva o nome do arquiteto, Carlos Ricardo Niemeyer. A quest�o deve ser resolvida em tr�s anos, para que BH n�o deixe o t�tulo escorrer pelo ralo.
O reconhecimento da Unesco foi recebido com alegria e entusiasmo. Antigas moradoras da Pampulha, a ge�grafa Cacilda Bonfante e Suzana Mainberg lembraram os tempos de gl�ria e puseram f� no futuro, enquanto as visitantes do Nordeste, Marlene Jos� dos Santos e L�gia Andrade Sukar, pernambucanas, e Nelita Maria da Silva, alagoana, n�o se cansaram de admirar a beleza do acervo moderno. Os estrangeiros aplaudiram: a estudante de doutorado em hist�ria da arte Lee Ann Custer, de 29 anos, da Universidade da Pensilv�nia, nos Estados Unidos, garante que a Pampulha � um lugar �nico no mundo. “E muito famosa”, celebrou.
Outro que comemorou o reconhecimento foi o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo. “Parab�ns a todos os mineiros, especialmente o povo de Belo Horizonte, pela elei��o do Conjunto Arquitet�nico da Pampulha. Agora estamos junto �s grandes obras do Patrim�nio Mundial da Humanidade. O an�ncio da Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco) mostra que a elei��o n�o poderia ter sido mais acertada pois o Conjunto Arquitet�nico da Pampulha � um dos primeiros complexos modernistas do mundo e a primeira grande express�o da importante obra do arquiteto Oscar Niemeyer”, afirmou.
“Se essa � uma express�o inequ�voca do talento de um dos maiores mestres da arquitetura mundial, a presen�a da Capela de S�o Francisco de Assis como um dos elementos mais marcantes desse conjunto arquitet�nico – s�mbolo de Belo Horizonte - � tamb�m testemunho vivo da hist�ria da f� mineira, enraizada na religiosidade”, completou.