
O mist�rio das mortes de gatos no Bairro Belvedere, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, vem provocando a ira de duas moradoras e protetoras dos animais. Pelo menos 31 animais, segundo den�ncia das mulheres, foram mortos neste ano. A suspeita � que eles tenham sido envenenados. O corpo de um dos felinos foi enviado para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para an�lise. Faixas sobre a suposta matan�a foram penduradas pelo bairro.
As faixas foram idealizadas pela arquiteta e maquiadora Adriane Feitosa de Toledo Machado, de 40 anos. Amante dos gatos, h� 20 anos ela alimenta animais que est�o na rua, al�m de cuidar de seus oito felinos em casa. Aos poucos, os gatos come�aram a se juntar em torno de sua resid�ncia e a procriar, o que irritou alguns vizinhos. “S�o animais bravos, ent�o n�o consigo peg�-los. Castrei alguns, mas outros procriaram. No ano passado, algumas pessoas come�aram a colocar as fezes deles na minha porta”, afirmou.
Neste ano, a arquiteta acabou tendo surpresas mais desagrad�veis. Os animais come�aram a desaparecer e alguns foram encontrados mortos. “Mataram 20 gatos. Tr�s apareceram com sinais de envenenamento. Minha casa tem c�meras, mas elas n�o flagraram nenhuma movimenta��o. Inclusive, o gato do meu av�, que estava aqui em casa, foi para a rua e tamb�m foi morto”, comentou.
Para tentar acabar com as mortes, Adriane teve uma ideia que parece ter dado resultado. “Coloquei a faixa denunciando os casos, e a situa��o parece ter sido controlada”, afirmou. No aviso, ela pede ajuda da popula��o para denunciar o caso. “Cuidado vizinhos! Nos ajudem a denunciar o (a) respons�vel pelo assassinato de mais de 20 gatos!! Todos os animais restantes s�o de estima��o e castrados!”, diz a faixa.

Outra moradora do bairro tomou a mesma atitude. A psic�loga Patr�cia Maria Salles Sousa Lima, de 62, cuida de gatos na regi�o h� tr�s anos. Por�m, desde maio, 11 animais dela foram mortos. “O primeiro gato morreu em 23 de maio. Mas, n�o sab�amos o motivo. Depois aconteceu uma coisa muito estranha. Apareceram uns cachorros rondando o bairro. Moro h� 11 anos aqui e nunca vi cachorro de rua. Eles entraram no lote ao lado da minha resid�ncia, onde os gatos ficam, e mataram um dos animais”, contou. “De l� para c�, sobraram nove. Os outros morreram sem nenhum sinal de viol�ncia. N�o tinha uma gota de sangue, somente as barrigas que estavam inchadas. Inclusive, um deles morreu dentro do meu jardim”, completou.
Patr�cia suspeita que eles tenham sido envenenados. Por causa disso, enviou o corpo de um dos gatos para ser analisado na UFMG. “O resultado deve sair, no m�ximo, at� semana que vem”, comentou. Ela tamb�m pendurou uma faixa na regi�o para tentar chamar a aten��o para o caso e evitar a morte de outros animais.
A paix�o da psic�loga pelos gatos come�ou h� tr�s anos quando ela se aprontava para um batizado. “Ouvi um miadinho no lote vizinho e vi uns gatos chorando. Arrumei uma casinha e comecei a colocar ma�� para eles comerem. Eles cresceram e foram aumentando em n�mero. O meu vizinho, que � dono do lote, me passou a chave do lote para eu continuar cuidando dos animais”, revelou.
Mesmo com as mortes, Patr�cia e Adriane n�o denunciaram o caso � pol�cia. “Estou aguardando o laudo sair para fazer a den�ncia. Quero ter uma coisa concreta, porque sen�o vou apenas abrir um boletim de ocorr�ncia. Quero mesmo � que esta situa��o seja investigada”, afirmou Patr�cia.
RB
A Pol�cia Civil informou que ainda n�o recebeu den�ncia formal sobre o caso. Por isso, o inqu�rito ainda n�o foi aberto. Os investigadores pedem que a popula��o denuncie os maus-tratos contra os animais por meio do 181 ou diretamente na delegacia especializada, na Rua Piratininga, 105, no Bairro Carlos Prates.