
O documento constata que a��es importantes para o correto carreamento de rejeitos acumulados ao longo de 102 quil�metros entre a Barragem de Fund�o e a Usina Hidrel�trica Risoleta Neves, em Rio Doce, na Zona da Mata, n�o foram implementadas. A situa��o coloca a barragem da usina em risco de rompimento, j� qu a estrutura sofre a press�o de 10,8 milh�es de metros c�bicos de sedimentos.
As conclus�es tiradas pelo Ibama foram levadas na �ltima ter�a-feira ao conhecimento do presidente interino Michel Temer, por meio do Minist�rio do Meio Ambiente, em uma reuni�o que tamb�m teve representantes de outras pastas do governo federal. O objetivo do Ibama � tentar apoio da Uni�o para viabilizar a��es emergenciais que sejam suficientes para impedir que as chuvas tornem insuport�vel a press�o sobre a Usina de Candonga, como � conhecida a UHE Risoleta Neves.
“O estado atual do lago da UHE Risoleta Neves (Candonga) � de completo assoreamento pelos rejeitos de minera��o decorrentes do acidente, atualmente com as comportas 100% abertas”, diz um dos trechos do relat�rio da fase H�lios da Opera��o �ugias.
Segundo o documento, dos 92 pontos vistoriados pelos t�cnicos do Ibama, existe a necessidade de obras em 68% deles. Um t�pico de grande preocupa��o � a disposi��o, de forma “pouco est�vel” de toras de madeira devastadas pelo mar de lama que varreu tudo pelo caminho at� o reservat�rio de Candonga. O medo dos t�cnicos � que esse material se movimente com as chuvas, oferecendo novos riscos �s comunidades e aos usu�rios do Rio Gualaxo do Norte.
OBRAS “Destaca-se que a maioria das interven��es necess�rias constituem-se em obras f�sicas de drenagem, que visam disciplinar as �guas pluviais e diminuir a eros�o nas �reas. Em seguida destacam-se as obras de conten��o, cujo objetivo � de reter o sedimento e impedir seu carreamento para dentro dos corpos h�dricos. Estas obras devem ser implementadas impreterivelmente antes do per�odo chuvoso (setembro), visto que nesta �poca o risco potencial de carreamento dos sedimentos para os corpos h�dricos ser� extremamente elevado”, diz o relat�rio.
EST�VEL Procurada pela reportagem, a UHE Risoleta Neves se limitou a dizer que "de acordo com avalia��es realizadas e nas presentes condi��es, a barragem est� est�vel", segundo nota encaminhada pela assessoria de imprensa. A empresa n�o quis se manifestar sobre uma poss�vel press�o sobre o reservat�rio com a chegada do per�odo chuvoso.
A Samarco informou que, "a respeito da dragagem da Usina Hidrel�trica Risoleta Neves, a Samarco reitera que todo o trabalho est� dentro do cronograma, que prev� o t�rmino da dragagem dos primeiros 400 metros at� junho de 2017. O andamento do trabalho � de conhecimento de todos os �rg�os competentes", conforme nota encaminhada pela assessoria de imprensa da empresa.
Ainda segundo a mineradora, os prazos definidos no escopo do acordo assinado pela Samarco, seus acionistas (Vale e BHP Billiton), os governos federal, de Minas Gerais e do Esp�rito Santo - do qual o Ibama � um dos signat�rios, est�o sendo cumpridos. "Obras de drenagem e conten��o de encostas foram iniciadas logo ap�s o rompimento, como parte de um plano emergencial para redu��o dos impactos causados.
A empresa refor�a que estas e outras atividades est�o sendo realizadas para a recupera��o ambiental das �reas impactadas, como a dragagem, estabiliza��o do rejeito via revegeta��o emergencial, al�m da recupera��o de afluentes e monitoramento da qualidade da �gua em 92 pontos ao longo do rio Doce at� a Foz, no Esp�rito Santo", segundo texto enviado para a imprensa.