Com t�tulo de Patrim�nio da Humanidade, Pampulha ter� reforma de mirantes

No dia de folga, sempre na segunda-feira, as amigas Gabriela do Carmo Pereira, de 28 anos, e Maril�ia Silva, de 32, ambas cabeleireiras, gostam de pedalar na orla da Lagoa da Pampulha, na capital. Com roupas esportivas e muito �nimo, elas passam diante da Casa do Baile, do Iate T�nis Clube e da Igreja de S�o Francisco de Assis, dando uma parada para admirar o espelho d’�gua e a arquitetura moderna agora reconhecida como Patrim�nio Cultural da Humanidade pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). No �ltimo passeio, para surpresa, a dupla descobriu o canto melhor para ver o conjunto: um velho mirante praticamente desconhecido da maioria dos moradores e visitantes. No total de cinco, os equipamentos ser�o agora recuperados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), ganhando pintura, limpeza, reforma do piso e ilumina��o, informa o presidente da Funda��o Municipal de Cultura (FMC) e interino da Belotur, Le�nidas Oliveira.

“Passo de bicicleta ou caminho por aqui, mas nunca tinha notado esse lugar. D� para ver o Museu de Arte (MAP), a igrejinha e o clube”, disse Gabriela, residente no Bairro Castelo, na Regi�o da Pampulha. Batizado de Mirante Bandeirantes, o espa�o fica na Avenida Otac�lio Negr�o de Lima, diante da Casa Kubitschek, que tem projeto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), paisagismo de Burle Marx (1909-1994) e era usada como resid�ncia de fim de semana do ex-prefeito de BH Juscelino Kubitschek (1902-1976).

N�o h� dados concretos sobre o ano de constru��o dos mirantes, que j� foram chamados de miradouros pelos belo-horizontinos, explica Le�nidas. Feitos de alvenaria e base de pedra, com escadas que chegam � �gua, os mais antigos datam da d�cada de 1940, mesma �poca da edifica��o do conjunto moderno. “Alguns deles, como o Bandeirantes, tinham um cais do lado. “Ele j� foi demolido, mas h� registro de que JK ancorava ali o seu barquinho”, acrescenta Le�nidas.

MUITO BACANA Olhando para a orla, Maril�ia, tamb�m residente no Castelo, diz “como � bacana” ver a Pampulha por outro �ngulo. Ela comentou que o cheiro “muito ruim” que a lagoa exalava, e que sempre incomodou a popula��o, n�o empesteava o ar no dia do passeio. Mas o espa�o ainda deixa a desejar, com algumas partes quebradas e vegeta��o necessitando de trato urgente.

Com mais espa�o, o Mirante S�o Lu�s permite uma vista privilegiada da igrejinha e, a exemplo do Bandeirantes, tem pilastras, algumas pichadas, e degraus para se chegar � �gua. “Ainda n�o d� para p�r o p� a�”, comentou a estudante de fisioterapia Ra�ssa Assis, de 20, moradora da capital e curtindo as f�rias na cidade ao lado da amiga Isadora Valadares, de 16, residente em Una�, na Regi�o Noroeste de Minas, e das primas Gabriela Gontijo, de 17, e Tha�s Gontijo, de 16.

As meninas nunca tinham visto nenhum dos mirantes e, caminhando pela orla, resolveram explorar melhor o novo Patrim�nio Cultural da Humanidade. Sem perder o pique, tiraram muitas fotos, pularam e curtiram a tarde � beira do lago. Chegando perto da �gua, Tha�s brincou que, se tivesse pedalinho para passear, o passeio ficaria melhor ainda. “Est�vamos andando, vimos o mirante e resolvemos descer para ver como era”, contou Ra�ssa. A visitante Isadora gostou de tudo o que viu e pretende voltar: “� muito bonito, a Pampulha merece o t�tulo”.

CAIS A expectativa da PBH � que, at� dezembro, a lagoa esteja na Classe 3 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o que permitiria a pr�tica de esportes n�uticos. Le�nidas adianta que a inten��o da prefeitura � construir ancoradouros nas proximidades dos mirantes, permitindo que os interessados possam sair dali, de in�cio, com seus caiaques ou outro tipo de embarca��o.