Movimento pela reabertura de mercado distrital promove feira no Santa Tereza

Shows, teatro, circo, artesanato, bazar, comidas deliciosas, doces, plantas, feira de produtos org�nicos, feira de vinil e muita anima��o. O Mercado Distrital de Santa Tereza, no bairro de mesmo nome, na Regi�o Leste da capital, reabre mais uma vez as suas portas neste domingo para a terceira edi��o do Mercado Vivo + Verde, projeto voltado para efetivar a ocupa��o cultural e comunit�ria do espa�o que est� fechado h� nove anos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A festa acontece na �rea de estacionamento e vai at� 18h, com entrada gratuita.

A proposta do Mercado Vivo + Verde foi elaborada pelo Movimento Salve Santa Tereza, a partir da demanda de moradores da regi�o, e agrega outros interesses, como o de incluir iniciativas de desenvolvimento da agricultura familiar, fomento art�stico e espa�o de valoriza��o da cultura negra.

Tatiana Pimentel Fischer Fonseca � uma das organizadoras e representa a Feira Terra Viva, que � uma feira de economia solid�ria que trabalha com produtos org�nicos, agroecol�gicos e artesanais. “A gente participa a convite do Movimento Salve Santa Tereza e da associa��o por acharem que a proposta que eles pensaram para o mercado tem tudo a ver com os ideais da feira”, disse Tatiana, lembrando que o mercado chegou a um estado de abandono e que os h�bitos de consumo da nova sociedade acabam n�o dialogando com o que o mercado era antes.

A proposta para o novo mercado, segundo Tatiana, � que seja uma refer�ncia em agroecologia e em produtos org�nicos, na economia solid�ria, que seja um ponto de apoio para o pequeno agricultor e para a agricultura familiar. “Que a gente tenha o menor n�mero poss�vel de atravessadores entre os produtores e os consumidores, um pre�o melhor para ambos e um produto de maior qualidade, que tenham rela��es mais justas com a terra e de consumo tamb�m, que o consumidor tenha consci�ncia do que est� consumindo”, completa.

Outra proposta do movimento, segundo Tatiana, � valorizar o espa�o p�blico que � o mercado, que est�, segundo ela, largado �s tra�as. “Cada vez mais, a gente est� vendo a privatiza��o dos espa�os. Aqui, a gente pensa um espa�o acess�vel para todos, na perspectiva de gera��o de renda”, refor�a Tatiana.

Para Tatiana, o Bairro Santa Tereza tem uma voca��o cultural muito grande, lembrando que � ber�o do Clube da Esquina, Skank, Sepultura e outras bandas de m�sica, e que a cultura tem tudo a ver com educa��o. “S�o coisas que n�o caminham separadas. A pr�pria gastronomia e as feiras s�o espa�os de produ��o e troca de cultura. A ideia do movimento � fomentar a cultura local, a cultura produzida no bairro e na cidade, a cultura em todas as suas formas”, ressaltou.

A primeira edi��o do evento ocorreu em setembro de 2014, na Rua Alvin�polis, lateral ao Mercado, quando o espa�o ainda estava cedido pela Prefeitura de Belo Horizonte � Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), que pretendia abrir no local uma escola industrial automotiva. Os moradores se mobilizaram e, em mar�o de 2015, o mercado foi inclu�do no documento de prote��o do Conjunto Urbano do Bairro Santa Tereza, pelo Conselho do Patrim�nio Cultural da cidade, e a Fiemg abriu m�o do investimento no local.

Em fevereiro deste ano, o mercado passou a ser gerido pela Funda��o Municipal de Cultura (FMC). A pedido dos moradores, foi formada uma comiss�o parit�ria entre representantes da gest�o municipal e da sociedade civil para discutir formas de uso e de ocupa��o do espa�o. Representantes do Salve Santa Tereza e da Feira Terra Viva, que fazem parte da comiss�o, prop�em a ocupa��o imediata do antigo estacionamento, que, de acordo com eles, dispensa reforma ou adapta��es. Os moradores lutam para que o Mercado Vivo + Verde se torne mensal ou semanal. A segunda edi��o foi em 15 de maio deste ano e atraiu centenas de visitantes.