
Essa norma foi estipulada em 25 de mar�o do ano passado, um dos per�odos mais cr�ticos da crise h�drica em Minas Gerais, pela delibera��o normativa 49/2015 do Conselho Estadual de Recursos H�dricos de Minas Gerais. Para que um manancial chegue nessa situa��o, sua vaz�o em determinado ponto tem que ser menor ou igual ao valor da Q7,10, o que aconteceu nos dias 13 e 15 de agosto. Se as medi��es romperem ainda a barreira de 70% da Q7,10 (que no Rio das Velhas equivale a 7,17 metros c�bicos por segundo) por um per�odo de uma semana de forma consecutiva, o curso d’�gua entra em estado de restri��o de uso, o que obrigaria a Copasa a cortar imediatamente 20% da �gua que capta do rio para o abastecimento humano.
“Ainda estamos no m�s de agosto e n�o temos previs�o de chuvas de intensidade maior nessa regi�o. S� para se ter uma ideia, a Copasa retira em torno de 6,5 metros c�bicos do Rio das Velhas para atender a Grande BH. Com 9,5 metros c�bicos de vaz�o, sobraria ent�o apenas 3 metros c�bicos para o rio continuar a correr � jusante”, diz Polignano. O ambientalista destaca que n�o � poss�vel utilizar todo o rio para abastecer BH, o que poderia inviabiliz�-lo do ponto de vista ecol�gico. Em 2015, quando o manancial viveu uma situa��o parecida, ele explica que o foco estava todo voltado para a crise h�drica, o que possibilitou mais aten��o ao problema. “Nossa calha vem sofrendo uma s�rie de altera��es. Estamos ocupando de forma desordenada uma regi�o de recarga do rio. N�o adianta achar que teremos �gua se fizermos ocupa��o desordenada. Temos um cen�rio que realmente preocupa muito”, acrescenta Polignano.
Na reuni�o de sexta-feira, no Centro de BH, ser�o discutidas medidas de gest�o h�drica do curso d’�gua. Uma alternativa que ser� proposta � a libera��o de parte da �gua de represas na regi�o de Nova Lima e Itabirito, operadas pela Cemig e por mineradoras, que fazem parte do Ribeir�o do Peixe. Outra op��o � a diminui��o do uso da �gua do Velhas para atender a Grande BH, privilegiando as capta��es do Sistema Paraopeba. “O problema, nesse caso, � que n�o h� uma interliga��o completa entre os dois sistemas. Temos um percentual de 40% da Grande BH que depende exclusivamente do Velhas”, complementa Polignano.
N�VEL BAIXO A reportagem do Estado de Minas percorreu trechos do rio, onde est�o instaladas esta��o de capta��o da �gua e uma esta��o de tratamento de �gua (ETA) de Bela Fama. Com o rio com o n�vel abaixo do normal, as margens se alargaram nos trechos pr�ximos a ETA. Em alguns trechos, � poss�vel ver as pedras do fundo do rio. Em outros locais, aparecem pequenas ilhas de sedimentos, formadas pelo processo de assoreamento e estiagem. O n�vel do curso d’�gua est� baixo, deixando � mostra rede de capta��o. Encoberta pela poeira, a vegeta��o das encostas � uma mostra da falta de chuva. A previs�o � de pouca precipita��o nos pr�ximos dias, caracter�stica do m�s de agosto, de acordo com a m�dia hist�rica.
Por meio da assessoria de imprensa, a Copasa afirmou que, apesar da baixa vaz�o, a situa��o ainda n�o � de alerta. A assessoria ressaltou que n�o houve ocorr�ncia, por sete dias consecutivos, de vaz�es abaixo da Q7,10 – o que configuraria o alerta. A empresa informou ainda que o sistema integrado metropolitano, composto pelo Rio das Velhas e o Paraopeba, tem flexibilidade operacional para a transfer�ncia de �gua entre os sistemas produtores. “Caso seja necess�rio, os sistemas produtores da bacia do Paraopeba poder�o abastecer algumas regi�es atualmente atendidas pelo Rio das Velhas”, informou.
A assessoria ainda ressaltou que, em consequ�ncia da implanta��o da capta��o no Rio Paraopeba, em dezembro do ano passado, os reservat�rios da bacia do Paraopeba est�o com volume de �gua suficiente para operar. Informou ainda que, em caso de restri��o, ser� aumentada a produ��o dos sistemas da bacia do Paraopeba de maneira a garantir o abastecimento da regi�o metropolitana.
