
A mudan�a est� prevista na Lei 10.526, de setembro de 2012, que permite aos ve�culos de linhas troncais do Move serem operados sem o agente de bordo nos hor�rios noturnos, domingos e feriados. A regra vale ainda para ve�culos dos servi�os especiais caracterizados como executivos, tur�sticos ou mini�nibus. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodovi�rios (STTR) confirma a informa��o. “Do ponto de vista legal, desde 2012 eles podem fazer isso. At� hoje n�o fizeram em respeito at� ao pr�prio sindicato”, diz o diretor de comunica��o da entidade, Jos� M�rcio Gomes Ferreira. Segundo ele, por conta da lei, h� pouco que o sindicato possa fazer.
Mas, na pr�tica, a mudan�a desagradou motoristas e passageiros. Sem a presen�a do trocador nos ve�culos, os condutores alegam acumular a fun��o de dirigir e cuidar do embarque e desembarque, com as tarefas do cobrador, de controle de catraca e cobran�a das passagens para usu�rios que n�o t�m o cart�o BHBUS.
Motoristas entrevistados pelo EM durante viagens ao longo de ontem afirmaram que, com mais uma atividade, o risco de acidente � grande. “A gente tem que prestar aten��o em um monte de coisas ao mesmo tempo. Tem que voltar o troco, abrir e fechar as portas, ficar atento ao tr�nsito e ter cuidado com a seguran�a do passageiros. Uma hora isso pode falhar e resultar em problema”, disse um dos motoristas que preferiu n�o se identificar. Um colega da linha lembrou um ponto importante: “Quando a gente tiver que embarcar ou desembarcar um cadeirante, com o elevador, o carro vai ficar ligado, s� com a manete do freio acionada. Isso pode ser perigoso, tanto em descidas e subidas. Al�m disso, o caixa, com o dinheiro, vai ficar exposto ao risco de assaltos”, afirmou.
O diretor de comunica��o do STTR tamb�m cita o preju�zo aos motoristas. “Infelizmente, prejudica sim. Porque � um acr�scimo de tarefas que pode trazer uma s�rie de dificuldades que precariza a fun��o”, alertou. Ele disse que as empresas podem estar fazendo testes em linhas com demanda menor. “A partir do momento em que ficar constatado que n�o d� para fazer, as empresas n�o v�o fazer.”
Passageiros tamb�m desaprovaram a medida por entender que, sem cobrador, haver� atrasos e falta de seguran�a durante as viagens. “O tr�nsito j� � estressante. Com mais uma fun��o, o motorista vai ficar sobrecarregado, pode perder a aten��o e provocar um acidente”, lembrou o seguran�a Samuel Elias, de 35 anos. A mulher dele, Ros�ngela Silva, tamb�m de 35, concorda e lembra que, sem cobradores, o tempo das viagens que j� � longo, pode ser ainda maior, para preju�zo dos passageiros.
O SetraBH descartou que alguma empresa cogite a possibilidade de extinguir a fun��o de cobrador e informou que n�o h� como operar, permanentemente, sem o agente de bordo porque mais de 30% dos passageiros ainda pagam a passagem com dinheiro, por n�o terem o cart�o BHBUS. A Empresa de Transporte e Tr�nsito de Belo Horizonte (BHTrans) foi procurada para se posicionar sobre o assunto, mas nenhum representante foi localizado.