Ip�s-amarelos colorem as ruas e pra�as de BH

A fam�lia Bejerano retornou a Israel, onde mora em Telavive, mas antes de partir resolveu fazer uma despedida em alto estilo: fotografar um ip�-amarelo na Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Na tarde quente, o engenheiro de computa��o Itamar e os filhos Gabriela, de 14 anos, e Rafael, de 10, encheram os olhos com o exemplar existente bem em frente ao Edif�cio Niemeyer. Mesmo j� perdendo as flores, “a �rvore s�mbolo do Brasil” mant�m a beleza e eleg�ncia, criando um tapete sobre a grama com as p�talas que giram no ar, como piorras, e v�o caindo.

De celular a postos, Gabriela, nascida em Israel, registrou a florada t�o t�pica deste m�s e que enfeita pra�as, ruas, jardins e matas nos arredores da capital. “O ip� � muito bonito. Vamos levar boas lembran�as”, contou a adolescente, que volta para casa com os pais depois de dois meses na capital, onde vivem os parentes do lado materno. “Todo ano a gente vem aqui”, disse Gabriela. O irm�o Rafael, nascido no Brasil, tamb�m gostou da despedida “verde e amarela”.

N�o muito longe dali, j� na Avenida Jo�o Pinheiro, as amigas Daniela Resende, de 23, moradora do Bairro Bonfim, na Regi�o Noroeste, e Laura Freitas, de 27, advogada, residente no Santo Ant�nio, na Centro-Sul, se encantavam com um exemplar mais frondoso. “O ip�-amarelo � minha �rvore preferida. Fico alucinada quando vai chegando agosto. Da janela da minha casa n�o me canso de admirar um l� no Barro Preto. Fico horas observando, congelada...”, afirmou. Laura recolheu algumas flores da cal�ada e disse que a import�ncia urbana das �rvores vai al�m da beleza. “Elas t�m um papel ambiental importante, valorizam as cidades, atraem p�ssaros”.

FLORA��O Em todos os cantos de BH, a temporada anual dos ip�s-amarelos d� o ar da sua gra�a. Nos bairros Centro e Sagrada Fam�lia (Leste) e na Regi�o da Pampulha h� exemplares que reluzem sob o sol e enchem de orgulho os moradores, cientes da import�ncia da flora urbana para humanizar a cidade, reduzir o estresse e colorir o cotidiano. Jo�o Renato Stehmann, professor do Departamento de Bot�nica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que houve, este ano, um intervalo maior entre a flora��o dos tipos roxo e rosa devido a alguns dias de chuva no in�cio de junho.

“Agora est� explodindo a flora��o do amarelo, mas � bom lembrar que as sementes s� ser�o liberadas na natureza quando houver chuva”, explica Stehmann. Como n�o h� ainda previs�o de �guas para os pr�ximos dias, � poss�vel que esse espet�culo da natureza continue em cartaz at� o fim do m�s. O bot�nico acrescenta que na capital h� tr�s esp�cies do amarelo: o de porte menor, plantado geralmente nos passeios, sob a rede el�trica, o ip�-do-cerrado, presente nas matas no entorno, de galhos mais retorcidos, e o de flores mais claras, t�pico das matas de transi��o.

Em Minas, h� 20 esp�cies diferentes, com incid�ncia dos amarelos, rosa, branco e roxo em BH, sendo o branco o de flora��o mais ef�mera, segundo o bot�nico.