
A confirma��o ontem da morte de um menino de 10 anos por febre maculosa brasileira (FMB), depois de visitar o Parque Ecol�gico da Pampulha (PEP), em Belo Horizonte, p�s em alerta profissionais da sa�de. A informa��o tamb�m deixa apreensivos os frequentadores da Pampulha, que h� menos de dois meses recebeu da Unesco o t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade por seu conjunto arquitet�nico e onde a crian�a teria sido picada pelo carrapato transmissor da doen�a. Em r�pida resposta, a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) da capital realizar�, na quinta-feira, videoconfer�ncia com m�dicos e enfermeiros de sua rede, para fortalecer os protocolos visando ao r�pido diagn�stico e tratamento da doen�a. J� a Funda��o Zoo-Bot�nica da capital, respons�vel pelo parque, informou que vai refor�ar as a��es preventivas para evitar a incid�ncia no local de carrapatos-estrela, que � o vetor da febre. O espa�o vai seguir funcionando normalmente, segundo a funda��o.
Por meio de nota, a SMSA esclareceu que a confirma��o da febre maculosa que matou a crian�a � o primeiro caso da doen�a entre os anos de 2015 e 2016 em Belo Horizonte. Nos �ltimos 10 anos, diz a nota, houve quatro pacientes residentes na capital mineira diagnosticados com a febre, dois quais dois morreram. Em fevereiro de 2014, um jovem de 20 anos morreu dias depois de passear de bicicleta na orla da lagoa. Ainda de acordo com a secretaria, no per�odo de 2007 a 2014 foram notificados e investigados 256 casos suspeitos de febre maculosa brasileira, dos quais 13 deram positivo para a doen�a, com base em exames laboratoriais na Funda��o Ezequiel Dias (Funed).
O infectologista Una� Tupinamb�s, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diz que n�o h� motivo para alarmismo. “A febre maculosa, quando diagnosticada rapidamente, � tratada de forma simples como as muitas infec��es bacteriol�gicas. O diagn�stico tardio � o complicador e restringe as chances de recupera��o”, explicou.
Para o infectologista, a morte da crian�a vai “acender a luz de alerta” nas unidades de sa�de e os profissionais da �rea ficar�o ainda mais atentos � possibilidade de que pacientes com quadro febril possam ter sido picados pelo carrapato. O professor Tupinamb�s, que leciona na Faculdade de Medicina da UFMG, destaca que nem todo carrapato tem a bact�ria. E ele acrescenta que em rela��o � morte do menino � necess�ria uma investiga��o, antes de apontar que o local da contamina��o e qual o hospedeiro do carrapato, que pode ser a capivara, o cavalo e o cachorro.
A confirma��o do caso foi no fim da tarde de ontem, pela Secretaria Estadual de Sa�de (SES), com base nos laudos dos t�cnicos da Funed, que analisaram os materiais gen�ticos da crian�a. Dois exames preliminares chegaram a descartar a doen�a. O menino T., de 10 anos, morreu em 28 de agosto, seis dias depois de apresentar sintomas da febre maculosa. Ele havia participado de uma atividade recreativa no Parque Ecol�gico da Pampulha em 20 de agosto.
Segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, o garoto apresentou manchas no corpo (pet�quias), cefaleia (dor de cabe�a intensa), icter�cia (colora��o amarelada da pele), febre, mialgia (dor intensa), dor abdominal. O per�odo de incuba��o da febre maculosa � de dois a 14 dias, o que coincide com a data de apresenta��o dos sintomas pelo menino.
CONTROLE Na quinta-feira passada, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) recomendou que a popula��o evite contato com a vegeta��o do parque. “Neste momento de seca acontece a prolifera��o do carrapato”, lembrou Lacerda na ocasi�o. Por meio de nota, a PBH disse ontem que orienta a popula��o continuamente com folder informativo. O material cont�m informa��es sobre medidas preventivas para evitar o contato com os carrapatos, al�m de provid�ncias a serem tomadas em caso de suspeita de picada por esse vetor. Em 2015, foram distribu�das 580 mil unidades.
E informou, ainda, que desde o ano passado realiza o controle qu�mico de carrapatos em cavalos, o principal hospedeiro. O trabalho � feito em parceria com a Associa��o dos Carroceiros e a Escola de Veterin�ria da Universidade Federal de Minas Gerais. Em 2015, 68 propriet�rios e 111 equ�deos participaram dessa a��o. Ao todo, foram realizados 304 banhos. Em 2016, o total de banhos chega a 267.
J� a Funda��o Zoo-Bot�nica de Belo Horizonte informou que toda a vegeta��o � podada, mantendo-a, no caso de gram�nea, rasteira, para facilitar a penetra��o dos raios solares, que n�o s�o favor�veis aos carrapatos. Tamb�m � intensificada a irriga��o de toda a �rea de visita��o do parque, principalmente na �poca da seca, quando ocorre a maior prolifera��o de carrapatos.
A funda��o acrescenta que, em 2013, cercou o entorno do parque impedindo a circula��o na �rea de animais hospedeiros de parasitas, como capivaras, cavalos e outros. Al�m disso, toda a �rea de visita��o est� sinalizada, informando as medidas para se prevenir do carrapato.
