
Jacqueline e Alessandra se conheceram h� 7 anos e fora morar juntas. Enquanto isso, Davi morava na casa de uma tia na cidade de Nova Serrana, localizada a 76 quil�metros de Florestal. Como Alessandra sentia muita falta da crian�a, Jacqueline sugeriu que o menino, na �poca com um ano, fosse morar com elas.
"M�e � quem cria. O Davi come�ou a chamar n�s duas de mam�e, isso nunca foi sugerido a ele, foi uma vontade natural. Nosso amor � muito forte. A primeira vez que ele me chamou chamou de m�e eu chorei, foi muito emocionante", conta Jacqueline.
Para Jacqueline, a mudan�a do nome na certid�o n�o altera seu papel e compromisso como m�e, j� que ela o faz por amor e carinho ao filho. "Depois de uns tr�s anos de uni�o est�vel, sugeri que a gente tentasse colocar o nome dele na certid�o de nascimento, para ele ter os devidos benef�cios caso um dia eu n�o esteja mais aqui. Muitas vezes as pessoas n�o me reconhecem como m�e por eu n�o t�-lo parido, e essa � uma maneira de provar o contr�rio. Hoje, no Brasil, existem muitas crian�as para ado��o, e o preconceito, infelizmente, dificulta a ado��o para gays". Na escola, os coleguinhas ca�oam dele por ter duas m�es, mas Davi n�o se importa, j� que, segundo ele, o seu amor por elas � infinito.
O processo n�o foi simples. Durante um ano, uma psic�loga do f�rum e uma assistente social visitaram a casa da fam�lia para avaliar as condi��es de conv�vio entre eles, bem como fazer um estudo ps�quico-social de Davi, para o processo de reconhecimento judicial de Jacqueline como m�e.
"As pessoas ainda ficam muito receosas de procurar a Justi�a para fazer essa altera��o, muitas vezes por vergonha ou por medo de n�o conseguirem.H� casos de o pai biol�gico tentar anular o processo e incluir o seu nome. Quanto mais demandas como essa surgirem, mais portas v�o se abrindo para isso", explica o advogado do caso, Alex Mendes. Ap�s a certid�o ser lavrada, o menino atender� por Davi Lucas Gon�alves de Almeida.
RB