
O surto psic�tico de uma mulher de 55 anos provocou p�nico em uma escolinha infantil de Belo Horizonte e por pouco n�o evoluiu para uma trag�dia. Alunos e funcion�rios do Centro Infantil Boomerang, localizado no Bairro Santa M�nica, na Regi�o da Pampulha, passaram por momentos de pavor quando, na manh� de ontem, a portadora de transtornos mentais, a m�e da propriet�ria do estabelecimento, invadiu o local e tentou esfaquear uma empregada, ferindo duas crian�as que estudam na escola.
A mulher acusada de ter desferido os golpes saiu h� dois meses da cidade de Engenheiro Navarro para se tratar em Belo Horizonte de problemas psiqui�tricos. Fazendo uso de rem�dios controlados, ela vivia com a filha, o genro e o neto. Na noite de quinta-feira, entrou em crise violenta, tentou agredir a filha e chegou a amea�ar esfaquear o pr�prio neto. De acordo com a Pol�cia Militar, foi contida pelos familiares, que a levaram para o Centro de Refer�ncia em Sa�de Mental (Cersam) do Bairro Santa Branca, tamb�m na Pampulha, onde passou a noite. Na manh� de sexta, depois de medicada, foi liberada pelos m�dicos para voltar para casa em companhia da filha. Por�m, horas depois voltou a apresentar comportamento violento.
Sem o consentimento da filha, por volta das 11h30 de ontem a mulher saiu e foi para o centro infantil. A dona da escola informou que a m�e conseguiu entrar de forma tranquila na unidade, porque havia pegado as chaves. Quando l� chegou, a paciente psiqui�trica tentou golpear a facadas uma funcion�ria do estabelecimento, identificada pela PM apenas como Ana. A fam�lia acredita que a mulher tenha conseguido comprado a faca, j� que todas as da casa haviam sido escondidas, devido ao surto.

Na tarde de ontem, a assessoria de imprensa do hospital informou que o quadro de sa�de das crian�as era est�vel, sem risco de morte. A menina teve o pulm�o e o f�gado atingidos, o que fez com que fosse transferida para o Hospital Jo�o XXIII, em companhia da m�e. Acompanhado do pai, o menino tinha previs�o de alta ainda para ontem. A av� paterna das crian�as, Nenza Maria das Gra�as, foi visitar os netos e custava a acreditar no que ocorreu. Ainda chorando, ela disse que os netos poderiam ter morrido. “O que sinto � dor. Muita dor. Eles poderiam ter morrido. E o que a escola fez?”, questionou. Ela contou que o filho estava muito abalado e que a fam�lia n�o conhecia a mulher que golpeou os irm�os. “N�o sabemos por que ela fez isso”, disse.
Perplexidade Na tarde de ontem, vizinhos estavam perplexos com o ataque na escola e com a movimenta��o da pol�cia na Rua Ministro Oliveira Salazar. De acordo com testemunhas, o centro infantil foi instalado no local em junho. � todo murado e tem port�es de ferro que tornam imposs�vel enxergar o interior do im�vel. Na fachada h� uma faixa com dizeres de que se trata do melhor estabelecimento infantil da regi�o. A escolinha mantinha perfil no Facebook, mas depois do incidente retirou a p�gina do ar.
Vizinhos contam que, depois da trag�dia, as portas foram fechadas e os propriet�rios n�o falaram com ningu�m. Dono de uma empresa que fica ao lado da escola, Luciano Fernandes Viana estava assustado. “Foi bem chocante, ainda mais porque envolveu crian�as pequenas”, afirmou. Ele disse que, apesar de estar instalada h� pouco tempo no bairro, a escola goza de boa reputa��o. “O filho de um dos meus clientes estuda l�. Ele comentou que estava feliz, porque o menino havia apreendido a escrever depois que foi transferido para a escola”, disse. Segundo ele, era de conhecimento da vizinhan�a que a m�e da propriet�ria tinha problemas mentais.
De acordo com a Pol�cia Militar, a mulher foi detida e levada para a Central de Flagrantes 1, da Pol�cia Civil (Ceflan 1). Em nota, a Secretaria Municipal de Sa�de informou que a paciente iniciou tratamento no Cersam Pampulha, mas acrescentou que n�o h� mais hospitaliza��o para atendimento mental, sendo feito o acompanhamento do paciente de diferentes formas, de acordo com a gravidade do caso. No in�cio do tratamento, a mulher passou cinco dias no que o servi�o chama de perman�ncia noite e dia. Com a melhora no quadro, passou a permanecer apenas durante o dia e atualmente estava sendo atendida no ambulat�rio, em consultas espor�dicas.