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Estado de Minas

Estudo mostra que BH deve enfrentar tempestades cada vez mais fortes

Estudo de pesquisadores da UFMG com base em 50 anos de �ndices pluviom�tricos indica que cidade deve esperar tempestades cada vez mais intensas e concentradas


postado em 28/09/2016 06:00 / atualizado em 28/09/2016 08:47

Nuvens carregadas sobre a capital: trabalho demonstrou que índice anual de chuvas no município não vem mudando significativamente, mas que elas tendem a ocorrer em períodos menores e com maior volume(foto: Beto Novaes/EM/DA Press - 18/1/16)
Nuvens carregadas sobre a capital: trabalho demonstrou que �ndice anual de chuvas no munic�pio n�o vem mudando significativamente, mas que elas tendem a ocorrer em per�odos menores e com maior volume (foto: Beto Novaes/EM/DA Press - 18/1/16)
Tempestades como a que aterrorizou belo-horizontinos no �ltimo domingo, causando inunda��es, amea�as � vida e preju�zos em diferentes regi�es da cidade, ser�o cada vez mais constantes na capital. A conclus�o surge a partir de estudos de pesquisadores do Departamento de Engenharia Hidr�ulica e Recursos H�dricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apresentados na Confer�ncia Internacional em �gua, Megacidades e Mudan�as Globais, que ocorreu durante a COP 21, a c�pula do clima de Paris, no ano passado. O estudo “Detec��o de tend�ncias para eventos extremos de precipita��es na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte por meio de m�todos estat�sticos” demonstra que a cidade ter� que conviver mais vezes com precipita��es acima de 40 mil�metros (mm), considerado o par�metro para alagamentos e inunda��es. No domingo, a tempestade acumulou 44,1mm em cerca de uma hora. Foi o bastante para que a �gua deixasse pessoas ilhadas, arrastasse carros e provocasse o desaparecimento do motorista Wanderley Silva de Freitas, de 45 anos, que caiu em um c�rrego da Regi�o do Barreiro e ainda n�o foi encontrado.

A doutoranda Aline Nunes, do Programa de P�s-gradua��o em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos H�dricos da UFMG, trabalhou com boletins da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) de 1965 a 2015. Foram analisados dados p�blicos das esta��es pluviom�tricas da capital dos �ltimos 50 anos, para o levantamento sobre a ocorr�ncia de chuvas na capital. A pesquisadora identificou estabilidade no volume de chuva durante o ano, cuja m�dia � 1,5 mil mil�metros, mas mudan�a na distribui��o ao longo dos meses. “Os anos de 2014 e 2015 foram at�picos, com menos de 1 mil mil�metros, cerca de 800mm. Mas � um efeito c�clico natural”, ponderou. O trabalho identificou a tend�ncia de mudan�a no n�mero e na intensidade de eventos sob a forma de temporais. “Observamos uma tend�ncia de aumento de dias secos, o que indica que as chuvas est�o se concentrando em menos dias”, afirma. A pr�xima etapa da pesquisa buscar� estimar qu�o intensos ser�o os temporais.

Para o professor M�rcio Baptista, do Departamento de Engenharia Hidr�ulica e Recursos H�dricos da UFMG, que orientou a pesquisa, as descobertas apontam para a necessidade de o poder p�blico rever os sistemas de drenagem da capital. Falhas nesse complexo resultam em inunda��es e nos transtornos que elas causam � popula��o. “As estruturas da microdrenagem (como bueiros e canaliza��es) e macrodrenagem (tratamento de cursos d’�gua) devem ser dimensionadas de acordo com o padr�o de chuvas”, afirma ele. No entanto, o especialista lembra que muitas dessas estruturas foram constru�das na capital na d�cada de 1960, como � o caso da canaliza��o do C�rrego do Leit�o.

Os c�lculos para projetar essas estruturas deveriam considerar a frequ�ncia de eventos extremos. Enchentes de diferentes magnitudes podem ocorrer a cada 50 anos, por exemplo. No entanto, com a mudan�a do regime pluvial, a distribui��o dessas ocorr�ncias extremas tamb�m muda, o que demanda repensar os sistemas de drenagem e obras de engenharia, como a cria��o de bacias de deten��o e outras medidas compensat�rias. O pesquisador n�o descarta nem mesmo a descanaliza��o de cursos d’�gua. “� uma tend�ncia mundial, que foi adotada em rios de pa�ses da Europa e da Coreia do Sul”, afirma. Segundo ele, � uma alternativa poss�vel, apesar dos problemas sanit�rios de Belo Horizonte e de outras cidades brasileiras, al�m de requerer investimentos pesados. “Em Seul (capital da Coreia do Sul), descanalizaram um rio compar�vel ao Arrudas, sobre o qual havia uma grande avenida”, exemplificou.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
Os pesquisadores afirmam que o estudo indica que a cidade precisa se preparar para lidar com mais frequ�ncia com chuvas como a de domingo. “O que n�o pode � a cidade n�o ter como se recuperar em tempo r�pido depois de eventos como esse”, afirma Aline Nunes. Para M�rcio Baptista, os dados servem de alerta para que autoridades revejam pol�ticas p�blicas para lidar com situa��es do tipo. “� importante para a Defesa Civil pensar estrat�gias de a��o”, alerta.

PANCADAS Neste ano, o per�odo chuvoso na capital mineira tem maior probabilidade de come�ar entre os �ltimos 10 dias de outubro e o in�cio de novembro, de acordo com o Instituto TempoClima/PUC Minas. Os meteorologistas alertam para a possibilidade de pancadas de chuva r�pidas, de forte intensidade e curta dura��o.

As tempestades no fim da tarde ou in�cio da noite s�o mais comuns na primavera, que come�ou dia 22. De acordo com o servi�o, elas ocorrem devido ao aumento do calor e da umidade, que se intensificam gradativamente no decorrer da esta��o. Os meteorologistas alertam ainda para a ocorr�ncia de raios, fortes rajadas de vento e queda de granizo.

Neste ano, a primavera, que termina em 21 de dezembro, deve ter precipita��es acima da m�dia climatol�gica em boa parte da Regi�o Central e do Leste de Minas Gerais. A intensidade das chuvas � influenciada pelo fen�meno oce�nico-atmosf�rico La Ni�a. Segundo o TempoClima, a temperatura dever� ficar pr�xima da normalidade na capital, com m�nimas de 16,9°C e m�ximas de 28,3°C.


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